summaryrefslogtreecommitdiff
path: root/talermerchantdemos/blog/articles/br/devils-advocate.html
blob: 3984542f64cb34f58204b770002255f89a4b03d8 (plain)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
<!--#set var="ENGLISH_PAGE" value="/philosophy/devils-advocate.en.html" -->
<!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" -->

<!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! -->
<title>Advogado do Diago - Projeto GNU - Free Software Foundation</title>

<!--#include virtual="/philosophy/po/devils-advocate.translist" -->
<!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" -->
<h2>Por que o advogado do diabo não ajuda a alcançar a verdade</h2>

<p>por Richard Stallman</p>

<p>Se fazer de advogado do diabo significa desafiar uma posição ao dizer o que
um adversário hipotético diria. Eu encontro isso com frequência em
entrevistas e sessões de perguntas e respostas, e muitas pessoas acreditam
que esta é uma boa maneira de colocar uma posição polêmica em teste. O que
realmente faz é colocar a posição controversa em desvantagem.</p>

<p>Há uma maneira indireta de se fazer o advogado do diabo: por exemplo, “Se eu
defendesse sua posição, como eu deveria responder se alguém dissesse XYZ?”
&ndash; Isso é menos hostil do que o advogador do diabo comum, que
simplesmente diria XYZ, mas tem o mesmo efeito.</p>

<p>Os adversários astutos tentam intencionalmente obstruir a consideração
pensativa de uma posição que eles se opõem. Meu adversário astuto e sem
escrúpulos (o “diabo”, digamos) não quer que meus pontos de vista obtenham
uma audiência adequada, especialmente se o diabo acha que eles são válidos e
as pessoas podem concordar com eles. A melhor maneira de evitar isso é me
impedir de fazê-los entender.</p>

<p>O diabo consegue isso distorcendo minhas palavras: apresentando um contexto
enganador no qual minhas palavras parecem significar algo além do que eu
pretendia. Se isso for bem sucedido, ele vai confundir o público e vai
distraí-los da questão, impedindo-a de ser devidamente levantada. Se isso
faz com que minhas palavras pareçam significar algo que a audiência vai
condenar, e que ninguém presente é realmente a favor, talvez eu precise de
uma longa explicação para voltar ao assunto. Pode não haver tempo para isso,
ou o público pode perder o foco.</p>

<p>Se eu tiver sucesso em superar o primeiro mal-entendido, o adversário astuto
criaria outro, e outro. Se o adversário é melhor no cerco verbal do que eu,
talvez eu nunca consiga passar o meu ponto de vista com sucesso. Se o
estresse me deixa nervoso e eu tenho problemas para falar claramente, o
adversário vai contar isso como um sucesso. Pouco importa para o diabo se
minha posição seja vencida ou apenas eu pessoalmente, desde que o público
rejeite meus pontos de vista.</p>

<p>Se você não é um verdadeiro “demônio” apenas se fazendo de advogado do
diabo, você realmente não tem interesse em me impedir de apresentar o ponto
pretendido. Mas você pode evitá-lo sem querer. Se fazer de advogado do diabo
significa que você age de forma hostil mesmo que você não sinta a
hostilidade. Uma vez que você decide dizer o que um adversário diria, é
provável que você faça o trabalho na melhor forma possível, imitando o
adversário mais difícil que você pode imaginar: o astuto e sem escrúpulos,
cujo objetivo é se opor ao invés de chegar à verdade.</p>

<p>Se você sabe o que esses adversários me disseram, ou se você é habilidoso em
imaginá-los, você diria as mesmas coisas que eles. Essas declarações podem
distrair o público e bloquear a consideração da questão, como se um
verdadeiro adversário as tivesse dito. Mas se você não é realmente meu
adversário, esse resultado pode não ser o que você realmente quer. Se o seu
objetivo fosse lançar luz sobre a questão, sua abordagem depõe contra você
mesmo.</p>

<p>O que eu digo em muitas questões vai contra a posição de estabelecimento, e
não espero que as pessoas concordem comigo sem considerar a questão
completamente, incluindo os contra-argumentos. Na verdade, seria quase
impossível para qualquer um evitar considerar os argumentos estabelecidos,
já que todos os conhecem de cor. Julgar o que é certo exige chegar ao fundo
da questão.</p>

<p>O tipo de perguntas que ajuda a chegar ao fundo de uma questão não são as
que um adversário astuto e sem escrúpulos colocaria, mas sim as de uma
pessoa pensativa que não se conformou per mente (<a href="#ft1">1</a>). São
perguntas que distinguem os aspectos da questão, de modo que se possa ver as
várias posições possíveis em cada aspecto, o que elas implicam e como elas
se relacionam. Muito diferente de se fazer de advogado do diabo.</p>

<p>Assim, em vez de tentar se fazer de advogado do diabo, sugiro que você adote
o objetivo de “sondar as questões”. E se lhe perguntarem como você
responderia se alguém fizesse uma pergunta hostil, talvez este ensaio seja
uma boa resposta.</p>

<hr class="thin" />
<h3 style="font-size:1.2em">Nota de rodapé</h3>
<ol>
  <li id="ft1">O autor usa os pronomes “pessoa”, “per” e “pers” na terceira pessoa do
singular, neutros em termos de gênero.</li>
</ol>

<div class="translators-notes">

<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.-->
 </div>
</div>

<!-- for id="content", starts in the include above -->
<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" -->
<div id="footer">
<div class="unprintable">

<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a
href="mailto:gnu@gnu.org">&lt;gnu@gnu.org&gt;</a>. Também existem <a
href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e
outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a
href="mailto:webmasters@gnu.org">&lt;webmasters@gnu.org&gt;</a>.</p>

<p>
<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph,
        replace it with the translation of these two:

        We work hard and do our best to provide accurate, good quality
        translations.  However, we are not exempt from imperfection.
        Please send your comments and general suggestions in this regard
        to <a href="mailto:web-translators@gnu.org">

        &lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.</p>

        <p>For information on coordinating and submitting translations of
        our web pages, see <a
        href="/server/standards/README.translations.html">Translations
        README</a>. -->
A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer
traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por
favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para
<a
href="mailto:web-translators@gnu.org">&lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.
</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia
para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de
traduções das páginas deste site.</p>
</div>

<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to
     files generated as part of manuals) on the GNU web server should
     be under CC BY-ND 4.0.  Please do NOT change or remove this
     without talking with the webmasters or licensing team first.
     Please make sure the copyright date is consistent with the
     document.  For web pages, it is ok to list just the latest year the
     document was modified, or published.
     
     If you wish to list earlier years, that is ok too.
     Either "2001, 2002, 2003" or "2001-2003" are ok for specifying
     years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable
     year, i.e., a year in which the document was published (including
     being publicly visible on the web or in a revision control system).
     
     There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers
     Information document, www.gnu.org/prep/maintain. -->
<p>Copyright &copy; 2012, 2017 Richard Stallman</p>

<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license"
href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative
Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p>

<!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" -->
<div class="translators-credits">

<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.-->
Traduzido por: Rafael Fontenelle <a
href="mailto:rafaelff@gnome.org">&lt;rafaelff@gnome.org&gt;</a>, 2018.<br/>
Revisado por: André Phellip Ferreira <a
href="mailto:werewolf@cyberdude.com">&lt;werewolf@cyberdude.com&gt;</a>,
2018.</div>

<p class="unprintable"><!-- timestamp start -->
Última atualização:

$Date: 2020/05/22 22:05:21 $

<!-- timestamp end -->
</p>
</div>
</div>
</body>
</html>