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Serviço como Substituto de Software [Service as a +Software Substitute], ou SaaSS, é outra forma de dar a alguém poder sobre +sua computação.</strong></p> + +<p>O ponto básico é que você pode ter controle sobre um programa que outra +pessoa escreveu (se ele é livre), mas você nunca pode ter controle sobre um +serviço executado por uma outra pessoa, então nunca use um serviço cuja +tarefa uma programa faria.</p> + + +<p>SaaSS significa usar um serviço, implementado por outra pessoa, como um +substituto da execução de sua própria cópia de um programa. O termo é nosso; +artigos e anúncios publicitários não irão usá-lo, e eles não vão contar a +você que um serviço é SaaSS. Ao invés disso, provavelmente usarão o termo +vago e elusivo “nuvem”, ou sua versão em inglês “cloud”, o qual mistura +SaaSS junto com várias outras práticas, algumas abusivas e algumas +aceitáveis. Com a explanação e os exemplos desta página, você poderá +determinar se um serviço é ou não SaaSS.</p> + +<h3>Plano de fundo: Como o Software Proprietário Toma a Sua Liberdade</h3> + +<p>Tecnologia digital pode dar a você liberdade; ela também pode tomar a sua +liberdade. A primeira ameaça ao nosso controle sobre a nossa computação veio +do <em>software proprietário</em>: softwares que os usuários não podem +controlar porque o fabricante (uma empresa como a Apple ou a Microsoft) o +controla. O dono com frequência tira vantagem desse poder injusto, inserindo +funcionalidades maliciosas tais como spyware, back doors e <a +href="http://DefectiveByDesign.org">Gestão Digital de Restrições (DRM)</a> +(referenciado como “Gestão de Direitos Digitais” [Digital Rights Management] +nas suas propagandas).</p> + +<p>Nossa solução para este problema é o desenvolvimento de <em>software +livre</em> e a rejeição de software proprietário. Software livre significa +que você, como um usuário, tem quatro liberdades essenciais: (0) de +executar o programa como você desejar, (1) de estudar e alterar o +código-fonte para que ele faça o que você desejar, (2) de redistribuir +cópias exatas e (3) de redistribuir cópias de suas versões +modificadas. (Veja a <a href="/philosophy/free-sw.html">definição de +software livre</a>.)</p> + +<p>Com software livre, nós, os usuários, tomamos de volta o controle sobre +nossa computação. Software proprietário ainda existe, mas nós podemos +excluí-lo de nossas vidas, e muitos de nós já o fizemos. Porém, agora a nós +é oferecida uma outra forma tentadora de ceder o controle de nossa +computação: Serviço como Substituto de Software (SaaSS). Para o bem de nossa +liberdade, temos que rejeitar isso também.</p> + +<h3>Como Serviço como substituto de Software Tira Sua Liberdade</h3> + +<p>Serviço como Substituto de Software (SaaSS) significa usar um serviço ao +invés de executar sua cópia de um programa. Concretamente, significa que +alguém configura um servidor de rede para realizar determinadas tarefas +computacionais — por exemplo, modificar uma fotografia, traduzir um +texto para outro idioma, etc. — e, então, convida usuários a usar os +serviços computacionais através daquele servidor. O usuário envia seus dados +para esse servidor, que faz <em>a computação do próprio usuário</em> sobre +os dados fornecidos, e então envia os resultados de volta, diretamente a +ele, ou em seu nome.</p> + +<p>A computação é <em>do próprio usuário</em> porque supõe-se que, em +princípio, ele poderia tê-la realizado usando um programa em seu próprio +computador (independentemente de o programa estar ou não disponível para ele +no momento). Nos casos em que essa suposição não se aplica, não se trata de +SaaSS.</p> + +<p>Esses servidores tiram o controle dos usuários de forma ainda mais +inexorável do que os softwares proprietários. Com software proprietário, os +usuários normalmente têm um arquivo executável, mas não o código-fonte. Isso +torna difícil estudar o código que está sendo executado e, portanto, é +difícil determinar o que o programa realmente faz, e é difícil alterá-lo.</p> + +<p>Com SaaSS, os usuários não têm nem mesmo o arquivo executável que realiza +sua computação: ele está no servidor de outra pessoa, onde os usuários não +podem vê-lo nem tocá-lo. Portanto, é impossível para eles ter certeza do que +o programa realmente faz, e é impossível modificá-lo.</p> + +<p>Além do mais, SaaSS automaticamente leva a consequências equivalentes aos +recursos maliciosos de certos programas proprietários.</p> + +<p> Por exemplo, alguns programas proprietários são “spyware”: o programa <a +href="/philosophy/proprietary-surveillance.html">envia dados sobre as +atividades computacionais dos usuários</a>. Microsoft Windows envia +informações das atividades do usuário para a Microsoft. Windows Media Player +relata o que cada usuário assiste ou ouve. O Amazon Kindle relata quais +páginas de quais livros o usuário vê, e quando. Angry Birds relata o +histórico de localização geográfica do usuário.</p> + +<p>Diferentemente do software proprietário, SaaSS não requer código oculto para +obter dados do usuário. Ao invés disso, os usuários devem enviar seus dados +para o servidor, para poderem usá-lo. Isso tem o mesmo efeito que o spyware: +o operador do servidor obtém os dados — sem nenhum esforço em +especial, pela própria natureza do SaaSS. Amy Webb, que nunca teve a +intenção de postar nenhuma foto de sua filha, cometeu o erro de usar SaaSS +(Instagram) para editar fotos dela. Eventualmente, <a +href="http://www.slate.com/articles/technology/data_mine_1/2013/09/privacy_facebook_kids_don_t_post_photos_of_your_kids_on_social_media.html">as +fotos vazaram de lá</a>. +</p> + +<p>Teoricamente, criptografia homomórfica pode, em algum dia, avançar até o +ponto em que serviços futuros de SaaSS poderem ser construídos com a +capacidade de entender alguns dados que usuários lhes enviam. Tais serviços +<em>poderiam</em> ser configurados para não bisbilhotar os usuários; isso +não significa que eles <em>não vão</em> bisbilhotar.</p> + +<p>Alguns sistemas operacionais proprietários têm uma porta dos fundos [back +door] universal, permitindo que alguém possa, remotamente, instalar +alterações nos programas. Por exemplo, Windows tem uma porta dos fundos +universal com a qual a Microsoft pode alterar à força qualquer software +naquela máquina. Praticamente todos os telefones portáteis as têm, +também. Algumas aplicações proprietárias também têm portas dos fundos +universais: por exemplo, o cliente Steam para GNU/Linux permite ao +desenvolvedor instalar versões modificadas à distância.</p> + +<p>Com SaaSS, o operador do servidor pode modificar o software usado no +servidor. Ele tem que ser capaz de fazer isso, já que o computador é dele; +mas o resultado [para o usuário] é o mesmo que usar programa aplicativo +proprietário com uma porta dos fundos universal: alguém tem o poder de, +silenciosamente, impor mudanças no modo com que a computação do usuário é +feita.</p> + +<p>Portanto, SaaSS é equivalente a executar software proprietário com spyware e +uma porta dos fundos [back door] universal. Ele concede ao operador do +servidor um poder injusto sobre o usuário, e esse poder é algo a que devemos +resistir.</p> + +<h3>SaaSS e SaaS</h3> + +<p>Originalmente, nós nos referíamos a essa prática problemática como “SaaS”, +que significa Software como Serviço [“Software as a Service”]. Trata-se de +um termo comumente usado para a configuração de software em um servidor, ao +invés da oferta de cópias dele aos usuários, e nós pensávamos que esse termo +descrevia com precisão os casos em que esse problema ocorre.</p> + +<p>Subsequentemente, tomamos consciência de que o termo SaaS algumas vezes é +usado para serviços de comunicação — atividades em que essa questão +não se aplica. Adicionalmente, o termo “Software como Serviço” não explica +<em>por que</em> a prática é ruim. Então, nós cunhamos o termo “Serviço como +Substituto de Software” [“Service as a Software Substitute”], que define a +má prática mais claramente e diz o que é ruim nela.</p> + +<h3>Separando a Questão do SaaSS da Questão do Software Proprietário</h3> + +<p>SaaSS e software proprietário levam a resultados similarmente danosos, mas +os mecanismos são diferentes. Com o software proprietário, o mecanismo é que +você tem e usa uma cópia que é difícil ou ilegal alterar. Com o SaaSS, o +mecanismo é que você não tem a cópia que executa sua computação.</p> + +<p>Essas duas questões são frequentemente confundidas, e não apenas por +acidente. Desenvolvedores web usam o termo vago “aplicação web” para +amontoar os softwares de servidor juntos com programas que executam no +navegador web da sua máquina. Algumas páginas web instalam programas +JavaScript não-triviais, ou por vezes grandes, em seu navegador, sem lhe +informar. <a href="/philosophy/javascript-trap.html">Quando esses programas +JavaScripts são não-livres</a>, eles podem ser tão ruins quanto qualquer +outro software não-livre. Aqui, porém, estamos tratando do problema do +software do servidor em si mesmo.</p> + +<p>Muitos apoiadores de software livre presumem que o problema do SaaSS vai ser +resolvido pelo desenvolvimento de software livre para servidores. Para o bem +dos operadores de servidor, é melhor que os programas no servidor sejam +livres; quando eles são proprietários, seus donos têm o poder sobre o +servidor. Isso é injusto com o operador e não ajuda os usuários em nada. Mas +se os programas no servidor são livres, isso não protege você <em>como +usuário do servidor</em> dos efeitos do SaaSS. Eles dão liberdade ao +operador, mas não aos usuários do servidor.</p> + +<p>Liberar o código-fonte de software para servidor beneficia a comunidade: +isso permite que usuários com as habilidades adequadas configurem servidores +similares, possivelmente alterando o software. <a +href="/licenses/license-recommendations.html">Recomendamos o uso da GNU +Affero GPL</a> como licença para os programas frequentemente usados em +servidores.</p> + +<p>Mas nenhum daqueles servidores daria a você o controle sobre a computação +que você faz nele, a não ser que seja o <em>seu</em> servidor (um daqueles +cuja carga de software você controla, independentemente da máquina ser de +sua propriedade). Pode ser aceitável confiar algumas tarefas a servidores de +amigos seus, assim como você poderia deixar um amigo seu configurar os +programas de seu próprio computador. Fora isso, todos aqueles servidores +serão SaaSS para você. SaaSS sempre lhe sujeita ao poder do operador do +servidor, e o único remédio é: <em>Não use SaaSS!</em> Não use um servidor +alheio para fazer suas próprias atividades computacionais sobre dados +fornecidos por você.</p> + +<p>Essa questão demonstra a profundidade da diferença entre “aberto” e +“livre”. Código-fonte que é um código aberto <a +href="/philosophy/free-open-overlap.html">é (quase sempre) livre</a>. Porém, +a ideia de um <a href="https://opendefinition.org/ossd/">serviço “software +aberto”</a>, referindo-se a um software de servidor ser código aberto e/ou +livre, falha em resolver a questão do SaaSS.</p> + +<p>Serviços são fundamentalmente diferentes de programas, e as questões éticas +que serviços levantam são fundamentalmente diferentes das questões que +programas levantam. Para evitar confusão, <a +href="/philosophy/network-services-arent-free-or-nonfree.html">evitamos +descrever algum serviço como “livre” ou “proprietário”</a>.</p> + +<h3>Diferenciando SaaSS de Outros Serviços de Rede</h3> + +<p>Quais serviços são SaaSS? O exemplo mais claro é um serviço de tradução, que +traduz (digamos) um texto de inglês para espanhol. A tradução de um texto +para você é uma tarefa computacional que é puramente sua. Você poderia +realizá-la executando um programa em seu próprio computador, se você +simplesmente tivesse o programa certo. (Para ser ético, esse programa deve +ser livre.) O serviço de tradução substitui esse programa, então trata-se de +Serviço como Substituto de Software, ou SaaSS. Por lhe negar o controle de +sua própria computação, ele é ruim para você.</p> + +<p>Outro exemplo claro é o uso de um serviço como Flickr ou Instagram para +modificar uma foto. Modificar fotos é uma atividade que as pessoas têm +feito em seus próprios computadores ao longo de décadas; fazê-la em um +servidor, ao invés de em seu próprio computador é SaaSS.</p> + +<p>Rejeitar SaaSS não significa se recusar a usar quaisquer servidores de rede +mantidos por qualquer pessoa além de você. A maioria dos servidores não são +SaaSS porque os trabalhos que eles fazem não são a computação do próprio +usuário.</p> + +<p>O propósito original de servidores web não era realizar atividades +computacionais por você, e sim publicar informações para você acessar. Mesmo +hoje em dia, é isso o que faz a maioria dos sites, sem que haja o problema +do SaaSS, pois acessar uma informação publicada por outra pessoa não é fazer +sua própria computação. Nem a publicação de seu próprio material através de +um site de blog ou serviço de microblog, como Twitter ou StatusNet. (Esses +serviços podem ter outros problemas, é claro.) O mesmo vale para outras +comunicações que não têm a intenção de ser privadas, como grupos de +bate-papo.</p> + +<p>Na sua essência, as redes sociais digitais são uma forma de comunicação e +publicação, não SaaSS. Entretanto, um serviço cuja principal função é a de +rede social pode ter recursos e extensões que são SaaSS.</p> + +<p>Se um serviço não é SaaSS, isso não significa que ele não apresente algum +problema. Há outras questões éticas sobre serviços. Por exemplo, Facebook +distribui vídeo em Flash, o que pressiona o usuário a usar software não +livre; o Facebook também requer a execução de código JavaScript não-livre; e +ele dá aos usuários uma impressão enganosa de privacidade, enquanto os induz +a desnudar suas vidas para o Facebook. Essas são questões importantes, +diversas da questão do SaaSS. +</p> + +<p>Serviços como mecanismos de pesquisa coletam dados de toda a web e permitem +que você os examine. Observar a coleção de dados deles não é fazer sua +própria atividade computacional, no sentido comum — você não forneceu +aquela coleção de dados —, então o uso de um tal serviço para +pesquisar a web não é SaaSS. Porém, usar o mecanismo de pesquisa alheio para +implementar um recurso de pesquisa em seu próprio site definitivamente +<em>é</em> SaaSS.</p> + +<p>Compras pela internet não é SaaSS, pois a computação não é <em>sua +própria</em> atividade; pelo contrário, ela é feita conjuntamente por você e +pela loja. O problema real nas compras pela internet é se você confia seu +dinheiro e outras informações pessoais (a começar pelo seu nome) à outra +parte.</p> + +<p>Sites de repositórios tais como Savannah e SourceForge não são inerentemente +SaaSS porque a tarefa de um repositório é publicar os dados a ele +fornecidos.</p> + +<p>Usar servidores de projeto conjunto não é SaaSS porque a atividade +computacional que você faz desta forma não é sua própria. Por exemplo, ao +editar páginas na Wikipédia, você não está fazendo sua própria computação; +ao invés disso, você está colaborando para a atividade computacional da +Wikipédia. A Wikipédia controla seus próprios servidores, mas organizações, +assim como indivíduos, encontram o problema do SaaSS quando fazem sua +própria computação em um servidor alheio.</p> + +<p>Alguns sites oferecem múltiplos serviços, e se um não é SaaSS, outro pode +ser SaaSS. Por exemplo, o serviço principal do Facebook é o de rede social, +e isso não é SaaSS; porém, ele possui suporte a aplicativos de terceiros, +alguns dos quais são SaaSS. O serviço principal do Flickr é a distribuição +de fotos, que não é SaaSS, mas ele também possui recursos para a edição de +fotos, que é SaaSS. Da mesma maneira, usar Instagram para postar uma foto +não é SaaSS, mas usá-lo para transformar uma foto é SaaSS.</p> + +<p>Google Docs mostra o quão complexa pode se tornar a avaliação de um único +serviço. Ele convida pessoas a editarem um documento através da execução de +um enorme <a href="/philosophy/javascript-trap.html">programa JavaScript +não-livre</a>, claramente mau. Contudo, oferece uma API para <em>upload</em> +e <em>download</em> de documentos em formatos padrão. Um software editor +livre pode fazer isso usando essa API. Esse cenário de uso não é SaaSS +porque usa Google Docs como um mero repositório. Mostrar todos os seus dados +para uma companhia é ruim, mas isso é um problema de privacidade, não de +SaaSS; depender de um serviço para acessar seus próprios dados é mau, porém +é um problema de risco, não de SaaSS. Por outro lado, usar o serviço para +converter documentos de um formato a outro <em>é</em> SaaSS, porque é algo +que poderia ser feito rodando um programa adequado (livre, espera-se) em seu +próprio computador.</p> + +<p>Usar Google Docs através de um editor livre é raro, é claro. Mais +frequentemente, as pessoas o usam através do programa JavaScript não-livre, +que é tão ruim quanto qualquer programa não-livre. Esse cenário poderia +envolver SaaSS, também; isso vai depender de que parte da edição é feita no +programa JavaScript e que parte é feita no servidor. Não sabemos como isso é +feito, mas, desde que SaaSS e software proprietário causam males parecidos +ao usuário, não é crucial saber como.</p> + +<p>A publicação através do repositório de outra pessoa não levanta problemas de +privacidade, mas publicar através do Google Docs tem um problema especial: é +impossível até mesmo <em>ver o texto</em> de um documento no Google Docs em +um navegador, sem executar o código JavaScript não-livre. Então, você não +deve usar Google Docs para publicar nada — mas a razão não é um +assunto de SaaSS.</p> + +<p>A indústria de TI desencoraja os usuários a considerarem essas diferenças. É +para isso que serve a expressão do momento “computação em nuvem” [“cloud +computing”]. Esse termo é tão nebuloso que pode referir-se a quase qualquer +uso da internet. Ele inclui SaaSS assim como muitas outras práticas de uso +de rede. Em qualquer dado contexto, um autor que escreve “nuvem” (se ele é +uma pessoa técnica) provavelmente tem um significado específico em mente, +mas usualmente não explica que em outros artigos o termo tem outros +significados específicos. O termo induz as pessoas a generalizarem sobre +práticas que elas deveriam considerar separadamente.</p> + +<p>Se “computação em nuvem” tem algum significado, não se trata de um jeito de +efetuar uma computação, mas de um jeito de pensar sobre computação. Uma +abordagem irresponsável, que diz: “Não façam perguntas. Não se preocupem com +quem controla sua computação ou quem detém seus dados. Não verifiquem se há +algum anzol escondido em nosso serviço antes de engoli-lo. Confiem em +companhias sem hesitar”. Em outras palavras, “Seja um otário”. Uma nuvem na +mente é um obstáculo ao pensamento claro. Em prol do pensamento claro, +evitemos o termo “nuvem”.</p> + +<h3 id="renting">Alugando um Servidor Diferente de SaaSS</h3> + +<p>Se você alugar um servidor (real ou virtual), cujo carregamento de software +você tem controle, isso não é SaaSS. No SaaSS, outra pessoa decide qual +software é usado no servidor e, portanto, controla a computador que ele faz +por você. No caso em que você instala o software no servidor, você controla +qual computação ele faz por você. Então, o servidor alugado é, virtualmente, +seu computador. Neste quesito, ele conta como seu próprio.</p> + +<p>Os <em>dados</em> no servidor remoto alugado são menos seguros do que se +você tivesse o servidor em casa, mas essa é uma questão separada do SaaSS.</p> + +<p>Esse tipo de aluguel de servidor às vezes é chamado de "IaaS", mas esse +termo se encaixa em uma estrutura conceitual que minimiza as questões que +consideramos importantes.</p> + +<h3>Lidando com o Problema do SaaSS</h3> + +<p>Somente uma pequena fração de todos os sítios web fazem SaaSS; a maioria não +apresenta esse problema. Mas o que nós devemos fazer quanto àqueles que o +apresentam?</p> + +<p>Para o simples caso em que você está fazendo sua própria atividade +computacional sobre dados que estão em suas próprias mãos, a solução é +simples: use sua própria cópia de um software livre. Faça sua edição de +texto com sua própria cópia de um editor de textos livre, como o GNU Emacs, +ou um processador de textos livre. Faça sua edição de fotos com sua cópia de +um software livre, como o GIMP. Mas, e se não houver nenhum programa livre à +disposição? Um programa proprietário ou um SaaSS tiraria sua liberdade, +portanto você não deve usá-los. Você pode contribuir com tempo ou dinheiro +para o desenvolvimento de um substituto livre.</p> + +<p>Mas, e sobre a colaboração com outras pessoas como um grupo? Isso pode ser +difícil de se fazer no momento sem usar um servidor, e seu grupo pode não +saber como rodar um servidor próprio. Se você usar um servidor alheio, pelo +menos não confie em um servidor mantido por uma empresa. Um mero contrato +como um cliente não é proteção, a não ser que você possa detectar falhas e +possa realmente processar a empresa, e provavelmente a empresa escreve seus +contratos de forma a permitir uma vasta gama de abusos. O Estado pode +apreender seus dados na empresa, junto com os dados de todos os demais, como +o Obama fez com companhias telefônicas que ilegalmente grampeavam seus +clientes para o Bush. Se você precisar usar um servidor, use um servidor +cujos operadores deem a você uma base para confiar além de um mero +relacionamento comercial.</p> + +<p>Porém, em uma escala a longo prazo, nós podemos criar alternativas ao uso de +servidores. Por exemplo, nós podemos criar um programa ponto-a-ponto +[peer-to-peer] através do qual colaboradores possam compartilhar dados +criptografados. A comunidade de software livre deve desenvolver substitutos +ponto-a-ponto distribuídos para “aplicações web” importantes. Pode ser sábio +disponibilizá-los sob a <a href="/licenses/why-affero-gpl.html">GNU +AGPL</a>, pois eles são prováveis candidatos a se converterem em programas +baseados em servidor por outra pessoa. O <a href="/">Projeto GNU</a> está +procurando voluntários para trabalhar em tais substitutos. Nós também +convidamos outros projetos de software livre a considerarem essa questão em +seu <em>design</em>.</p> + +<p>Enquanto isso, se uma empresa convidar você a usar o servidor dela para +fazer suas próprias tarefas computacionais, não se submeta. Não use +SaaSS. Não compre ou instale “thin clients”, que são apenas computadores tão +fracos que obrigam-lhe a fazer o trabalho real em um servidor, a não ser que +você vá usá-los em <em>seu próprio</em> servidor. Use um computador real e +mantenha seus dados nele. Faça sua própria computação com sua própria cópia +de programa livre, em prol da sua liberdade.</p> + +<h3>Veja também:</h3> +<p><a href="/philosophy/bug-nobody-allowed-to-understand.html">O Erro que +Ninguém Tem Permissão para Entender</a>.</p> + +<div class="translators-notes"> + +<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.--> +<b>Nota do Tradutor:</b> O termo “thin client” foi mantido original dado seu +comum uso em português, mas uma tradução não tão comum seria “cliente +magro”.</div> +</div> + +<!-- for id="content", starts in the include above --> +<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" --> +<div id="footer"> +<div class="unprintable"> + +<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a +href="mailto:gnu@gnu.org"><gnu@gnu.org></a>. Também existem <a +href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e +outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a +href="mailto:webmasters@gnu.org"><webmasters@gnu.org></a>.</p> + +<p> +<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph, + replace it with the translation of these two: + + We work hard and do our best to provide accurate, good quality + translations. However, we are not exempt from imperfection. + Please send your comments and general suggestions in this regard + to <a href="mailto:web-translators@gnu.org"> + + <web-translators@gnu.org></a>.</p> + + <p>For information on coordinating and submitting translations of + our web pages, see <a + href="/server/standards/README.translations.html">Translations + README</a>. --> +A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer +traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por +favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para +<a +href="mailto:web-translators@gnu.org"><web-translators@gnu.org></a>. +</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia +para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de +traduções das páginas deste site.</p> +</div> + +<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to + files generated as part of manuals) on the GNU web server should + be under CC BY-ND 4.0. Please do NOT change or remove this + without talking with the webmasters or licensing team first. + Please make sure the copyright date is consistent with the + document. 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