judge-internet-usage.html (14391B)
1 <!--#set var="PO_FILE" 2 value='<a href="/philosophy/po/judge-internet-usage.pt-br.po"> 3 https://www.gnu.org/philosophy/po/judge-internet-usage.pt-br.po</a>' 4 --><!--#set var="ORIGINAL_FILE" value="/philosophy/judge-internet-usage.html" 5 --><!--#set var="DIFF_FILE" value="/philosophy/po/judge-internet-usage.pt-br-diff.html" 6 --><!--#set var="OUTDATED_SINCE" value="2021-10-01" --> 7 8 <!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" --> 9 <!-- Parent-Version: 1.90 --> 10 11 <!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! --> 12 <title>Um usuário sábio julga cuidadosamente cada cenário de uso da internet - 13 Projeto GNU - Free Software Foundation</title> 14 15 <!--#include virtual="/philosophy/po/judge-internet-usage.translist" --> 16 <!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" --> 17 <!--#include virtual="/server/outdated.pt-br.html" --> 18 <h2>Um usuário sábio julga cuidadosamente cada cenário de uso da internet</h2> 19 <p>por Richard Stallman<br />Publicado pela primeira vez em <a 20 href="https://www.europeanbusinessreview.com/a-wise-user-judges-each-internet-usage-scenario-carefully/">The 21 European Business Review</a></p> 22 23 <p>Empresas estão oferecendo agora, aos usuários de computadores, oportunidades 24 tentadoras para deixar que outros armazenem seus dados e façam sua 25 computação. Em outras palavras, jogar cautela e responsabilidade aos ventos.</p> 26 27 <p>Essas empresas, e seus incentivadores, gostam de chamar essas práticas 28 computacionais de “computação em nuvem” <i lang="en">(cloud 29 computing)</i>. Elas aplicam o mesmo termo também a outros cenários 30 totalmente diferentes, tais como o aluguel de um servidor remoto, tornando o 31 termo tão amplo e nebuloso, que nada de significativo pode ser dito com 32 ele. Se ele tem algum significado, só pode ser o de uma certa atitude para 33 com a computação: uma atitude de não pensar cuidadosamente sobre o que está 34 envolvido no cenário proposto ou quais riscos ele implica. Talvez tenham a 35 intenção de que essa nuvem da qual falam se forme na mente do cliente.</p> 36 37 <p>Para substituir essa nuvem por clareza, este artigo discute diversos 38 produtos e serviços que envolvem cenários de uso muito diferentes (por 39 favor, não pense neles como “computação em nuvem”) e as distintas questões 40 que eles levantam.</p> 41 42 <p>Primeiro, vamos classificar os tipos de questões que um cenário de uso 43 <em>pode</em> levantar. Em geral, há dois tipos de questões a serem 44 consideradas. Um é sobre o <em>tratamento de seus dados</em>, e o outro, 45 sobre o <em>controle da sua computação</em>.</p> 46 47 <p>Dentro do tratamento de seus dados, várias questões podem ser distinguidas: 48 um serviço poderia perder seus dados, alterá-los, mostrá-los a alguém sem o 49 seu consentimento e/ou dificultar que você obtivesse seus dados de 50 volta. Cada uma dessas questões é fácil de entender; o quão importantes elas 51 são depende de que tipos de dados estão envolvidos.</p> 52 53 <p>Tenha em mente que uma empresa dos EUA (ou sua subsidiária) é obrigada a 54 entregar praticamente todos os dados que ela tem sobre um usuário, a pedido 55 do FBI, sem mandado judicial, sob o “USA PATRIOT Act”, cujo nome negrobranco 56 é tão orwelliano quanto suas disposições. Sabemos que, embora os 57 requerimentos que essa lei coloca sobre o FBI sejam bem frouxos, o FBI 58 sistematicamente os viola. O senador Wyden diz que se ele pudesse dizer 59 publicamente como o FBI estica a lei, <a 60 href="http://www.wired.com/dangerroom/2011/05/secret-patriot-act/">o público 61 ficaria com raiva</a>. Organizações europeias podem muito bem violar as leis 62 de proteção de dados de seus países, se confiarem dados a tais companhias.</p> 63 64 <p>Controle de sua computação é a outra categoria de questões. Usuários merecem 65 ter o controle de sua computação. Infelizmente, a maioria deles já abdicou 66 de tal controle, através do uso de software privativo (não livre).</p> 67 68 <p>Com software, há apenas duas possibilidades: ou os usuários controlam o 69 software, ou o software controla os usuários. O primeiro caso nós chamamos 70 de “software livre”, livre como em liberdade, porque os usuários têm o 71 controle efetivo do software se eles têm certas liberdades essenciais. Nós 72 também o chamamos de “free/libre” para enfatizar que essa é uma <a 73 href="/philosophy/free-sw.html">questão de liberdade, não de preço</a>. O 74 segundo caso é software privativo. O Windows e o MacOS são privativos; e 75 também o iOS, o software no iPhone. Tal sistema controla seus usuários, e 76 uma empresa controla o sistema.</p> 77 78 <p>Quando uma corporação tem poder sobre os usuários desse modo, é provável que 79 ela abuse desse poder. Não surpreende que Windows e iOS sejam conhecidos 80 por terem recursos de espionagem, recursos para restringir os usuários e 81 <em>backdoor</em>. Quando usuários falam de “fazer um jailbreak” 82 (destravamento) no iPhone, eles reconhecem que esse produto algema o 83 usuário.</p> 84 85 <p>Quando um serviço realiza a computação do usuário, o usuário perde o 86 controle daquela computação. Chamamos essa prática de “Serviço como 87 Substituto de Software” <i lang="en">(Service as a Software Substitute)</i>, 88 ou SaaSS, e isso é equivalente a executar um programa privativo com um 89 recurso de espionagem e um <em>backdoor</em>. <a 90 href="/philosophy/who-does-that-server-really-serve.html">Definitivamente, 91 isso tem que ser evitado.</a></p> 92 93 <p>Tendo classificado as questões possíveis, consideremos como vários produtos 94 e serviços as levantam.</p> 95 96 <p>Primeiro, consideremos o iCloud, um serviço da Apple que está para chegar, 97 cuja funcionalidade (de acordo com informação adiantada) será que os 98 usuários poderão copiar informação para um servidor e acessá-la depois de 99 algum outro lugar, ou deixar que usuários acessem-na de lá. Isso não é 100 Serviço como Substituto de Software, já que ele não faz nenhuma computação 101 para o usuário, então essa questão não é levantada aqui.</p> 102 103 <p>Como iCloud tratará os dados do usuário? No momento em que escrevo, não 104 sabemos, mas podemos especular, com base no que outros serviços fazem. A 105 Apple provavelmente será capaz de observar os dados, para seus próprios 106 propósitos e para os propósitos de outros. Sendo assim, tribunais serão 107 capazes de obter os dados através de um mandado judicial distado à Apple 108 (<em>não</em> ao usuário). O FBI poderá obtê-los sem um mandado 109 judicial. Empresas de filmes e gravadoras, ou suas usinas de processos 110 judiciais, poderão ser capazes de observá-los também. A única maneira de 111 isso poder ser evitado é se os dados forem criptografados na máquina do 112 usuário antes de serem enviados, e decriptados na máquina do usuário depois 113 que forem acessados.</p> 114 115 <p>No caso específico do iCloud, todos os usuários estarão executando software 116 da Apple, então a Apple terá total controle sobre seus dados, de qualquer 117 maneira. Um recurso espião foi descoberto em software do iPhone e do iPad no 118 início de 2011, levando as pessoas a falar de “spyPhone”. A Apple poderia 119 introduzir outro recurso espião na próxima “atualização”, e somente a Apple 120 saberia. Se você for tonto o suficiente para usar um iPhone ou iPad, talvez 121 iCloud não torne as coisas muito piores, mas não se recomenda isso.</p> 122 123 <p>Agora vamos considerar o Amazon EC2, um serviço em que o cliente aluga um 124 computador virtual (hospedado em um servidor em um centro de dados da 125 Amazon) que faz qualquer coisa que o cliente o programe a fazer.</p> 126 127 <p>Esses computadores executam o <a href="/gnu/linux-and-gnu.html">sistema 128 operacional GNU/Linux</a>, e o cliente pode escolher todo o software 129 instalado, com uma exceção: Linux, o componente de nível mais baixo (ou 130 kernel) do sistema. Os clientes precisam selecionar uma das versões do 131 Linux oferecidas pela Amazon; eles não podem fazer e executar suas 132 próprias. Mas eles podem substituir o resto do sistema. Daí, eles têm quase 133 tanto controle sobre sua computação quanto teriam com suas próprias 134 máquinas, mas não inteiramente.</p> 135 136 <p>EC2 tem algumas desvantagens. Uma é que, já que os usuários não podem 137 instalar suas próprias versões do kernel Linux, é possível que a Amazon 138 coloque alguma coisa de podre, ou meramente inconveniente, nas versões que 139 oferece. Mas isso pode não importar realmente, dadas as outras falhas. Uma 140 outra falha é que a Amazon tem o controle final sobre o computador e seus 141 dados. O Estado poderia apreender todos os dados da Amazon. Se você os 142 tivesse em sua casa ou escritório, o Estado teria que usar de um mandado 143 contra você, e você teria chances de lutar contra a apreensão na justiça. A 144 Amazon pode não se importar em lutar contra o mandado em seu nome.</p> 145 146 <p>A Amazon coloca condições sobre o que você pode fazer com esses servidores, 147 e pode cortar seu serviço se ela entender que suas ações conflitam com 148 elas. A Amazon não tem necessidade de provar nada, então na prática ela pode 149 cortá-lo se ela considerar você inconveniente. Assim como o Wikileaks 150 descobriu, o cliente não tem recurso algum se a Amazon esticar os fatos para 151 fazer um julgamento questionável.</p> 152 153 <p>Agora vamos considerar o Google ChromeOS, uma variante de GNU/Linux que 154 ainda está em desenvolvimento. De acordo com o que a Google disse 155 inicialmente, ele será um software livre, pelo menos o sistema básico, 156 apesar de a experiência com o Android sugerir que ele possa vir com 157 programas não livres também.</p> 158 159 <p>A principal característica desse sistema, seu propósito, era negar aos 160 usuários duas capacidades fundamentais que o GNU/Linux e outros sistemas 161 operacionais normalmente oferecem: armazenar dados e executar aplicativos 162 localmente. Em vez disso, ChromeOS seria projetado para exigir que os 163 usuários armazenem seus dados em servidores (normalmente servidores da 164 Google, suponho) e deixem que esses servidores façam sua computação 165 também. Isso imediatamente levanta ambos tipos de questões na sua forma mais 166 plena. A única maneira em que o ChromeOS, tal como concebido, poderia se 167 tornar algo que usuários deveriam aceitar, é se eles instalassem uma versão 168 modificada do sistema, restaurando as capacidades de armazenamento local de 169 dados e de aplicações.</p> 170 171 <p>Mais recentemente, ouvi dizer que a Google reconsiderou essa decisão e 172 poderá reincorporar esses recursos locais. Se for assim, ChromeOS poderá 173 simplesmente ser algo que as pessoas possam usar em liberdade – se forem 174 evitados os muitos outros problemas que nós <a 175 href="/philosophy/android-and-users-freedom.html">observamos hoje no 176 Android</a>.</p> 177 178 <p>Como esses exemplos mostram, cada cenário de uso da internet levanta seu 179 próprio conjunto de questões, e elas precisam ser julgadas com base em sua 180 especificidade. Afirmações vagas, tais como quaisquer declarações formuladas 181 em termos de “computação em nuvem”, só conseguem obstruir o caminho.</p> 182 183 <div class="translators-notes"> 184 185 <!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.--> 186 </div> 187 </div> 188 189 <!-- for id="content", starts in the include above --> 190 <!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" --> 191 <div id="footer"> 192 <div class="unprintable"> 193 194 <p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a 195 href="mailto:gnu@gnu.org"><gnu@gnu.org></a>. Também existem <a 196 href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e 197 outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a 198 href="mailto:webmasters@gnu.org"><webmasters@gnu.org></a>.</p> 199 200 <p> 201 <!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph, 202 replace it with the translation of these two: 203 204 We work hard and do our best to provide accurate, good quality 205 translations. However, we are not exempt from imperfection. 206 Please send your comments and general suggestions in this regard 207 to <a href="mailto:web-translators@gnu.org"> 208 209 <web-translators@gnu.org></a>.</p> 210 211 <p>For information on coordinating and submitting translations of 212 our web pages, see <a 213 href="/server/standards/README.translations.html">Translations 214 README</a>. --> 215 A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer 216 traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por 217 favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para 218 <a 219 href="mailto:web-translators@gnu.org"><web-translators@gnu.org></a>. 220 </p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia 221 para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de 222 traduções das páginas deste site.</p> 223 </div> 224 225 <!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to 226 files generated as part of manuals) on the GNU web server should 227 be under CC BY-ND 4.0. Please do NOT change or remove this 228 without talking with the webmasters or licensing team first. 229 Please make sure the copyright date is consistent with the 230 document. 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