free-hardware-designs.html (29379B)
1 <!--#set var="PO_FILE" 2 value='<a href="/philosophy/po/free-hardware-designs.pt-br.po"> 3 https://www.gnu.org/philosophy/po/free-hardware-designs.pt-br.po</a>' 4 --><!--#set var="ORIGINAL_FILE" value="/philosophy/free-hardware-designs.html" 5 --><!--#set var="DIFF_FILE" value="/philosophy/po/free-hardware-designs.pt-br-diff.html" 6 --><!--#set var="OUTDATED_SINCE" value="2021-09-14" --> 7 8 <!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" --> 9 <!-- Parent-Version: 1.90 --> 10 11 <!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! --> 12 <title>Hardware livre e designs de hardware livre - Projeto GNU - Free Software 13 Foundation</title> 14 15 <!--#include virtual="/philosophy/po/free-hardware-designs.translist" --> 16 <!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" --> 17 <!--#include virtual="/server/outdated.pt-br.html" --> 18 <h2>Hardware livre e designs de hardware livre</h2> 19 20 <p>por <a href="http://www.stallman.org/">Richard M. Stallman</a></p> 21 22 <!-- rms: I deleted the links because of Wired's announced 23 anti-ad-block system --> 24 <blockquote> 25 <p>A maior parte deste artigo foi publicada em duas partes na Wired em março de 26 2015.</p> 27 </blockquote> 28 29 <p>Até que ponto as ideias de software livre se estendem ao hardware? É uma 30 obrigação moral tornarmos nossos designs de hardware livres, assim como é 31 fazermos nosso software livre? Para manter nossa liberdade, é necessário 32 rejeitar o hardware feito com designs não livres?</p> 33 34 <h3 id="definitions">Definições</h3> 35 36 <p><em>Software livre</em> (<i lang="en">“free software”</i>, em inglês) é uma 37 questão de liberdade, não de preço; de um modo geral, significa que os 38 usuários são livres para usar o software e copiar e redistribuir o software, 39 com ou sem alterações. Mais precisamente, a definição é formulada em termos 40 das <a href="/philosophy/free-sw.html">quatro liberdades 41 essenciais</a>. Para enfatizar que o <i lang="en">“free”</i> de <i 42 lang="en">“free software”</i> se refere à liberdade, não ao preço, 43 geralmente usamos a palavra francesa ou espanhola <i lang="es">“libre”</i>; 44 junto com <i lang="en">“free”</i><sup><a id="TransNote1-rev" 45 href="#TransNote1">1</a></sup>.</p> 46 47 <p>Aplicando o mesmo conceito diretamente ao hardware, <em>hardware livre</em> 48 (<i lang="en">“free hardware”</i>, em inglês) significa hardware que os 49 usuários podem usar livremente, copiar e redistribuir com ou sem 50 alterações. No entanto, não há copiadoras para hardware, além das formas 51 externas de chaves, DNA e objetos de plástico. A maior parte do hardware é 52 fabricada a partir de algum tipo de design. O design vem antes do hardware.</p> 53 54 <p>Portanto, o conceito que realmente precisamos é o de <em>design de hardware 55 livre</em>. Isso é simples: significa um design que permite aos usuários 56 usar o design (ou seja, fabricar hardware a partir dele) e copiá-lo e 57 redistribuí-lo, com ou sem alterações. O design deve fornecer as mesmas 58 quatro liberdades que definem o software livre.</p> 59 60 <p>Então, podemos nos referir ao hardware feito a partir de um design livre 61 como “hardware livre”, mas “hardware de design livre” é um termo mais claro, 62 pois evita possíveis mal-entendidos.</p> 63 64 <p>As pessoas que se deparam com a ideia de software livre geralmente pensam 65 que isso significa que você pode obter uma cópia gratuitamente. Muitos 66 programas livres estão disponíveis a preço zero, pois não custa nada baixar 67 sua própria cópia, mas não é isso que significa <i lang="en">“free”</i> 68 aqui. (De fato, alguns programas spyware, como <a 69 href="/philosophy/proprietary/proprietary-surveillance.html">Flash Player e 70 Angry Birds</a>, são gratuitos, embora não sejam livres.) Dizer <i 71 lang="en">“libre”</i> junto com <i lang="en">“free”</i> ajuda a esclarecer o 72 ponto.</p> 73 74 <p>Para o hardware, essa confusão tende a ir na outra direção; o hardware custa 75 dinheiro para produzir; portanto, o hardware produzido comercialmente não 76 será gratuito (a menos que seja um líder de perdas ou um empate), mas isso 77 não impede que seu design seja <i lang="en">free</i>/<i 78 lang="en">libre</i>. As coisas que você faz em sua própria impressora 3D 79 podem ser muito baratas, mas não exatamente gratuitas, pois as 80 matérias-primas normalmente têm um custo. Em termos éticos, a questão da 81 liberdade supera totalmente a questão do preço, pois um dispositivo que nega 82 liberdade aos seus usuários vale menos que nada.</p> 83 84 <p>Podemos usar o termo “hardware livre” como um equivalente conciso para 85 “hardware feito a partir de um design livre (libre)”.</p> 86 87 <p>Os termos “hardware aberto” e “hardware de código aberto” (<i 88 lang="en">“open hardware”</i> e <i lang="en">“open source hardware”</i>, em 89 inglês, respectivamente) são usados por alguns com o mesmo significado 90 concreto que “hardware de design livre”, mas esses termos minimizam a 91 liberdade como um problema. Eles foram derivados do termo “software de 92 código aberto” (<i lang="en">“open source software”</i>), que se refere mais 93 ou menos a software livre, mas <a 94 href="/philosophy/open-source-misses-the-point.html">sem falar sobre 95 liberdade ou apresentar o problema por uma questão de certo ou 96 errado</a>. Para enfatizar a importância da liberdade, fazemos questão de 97 nos referir à liberdade sempre que pertinente; como “open” falha em fazer 98 isso, não vamos substituí-lo por “free”.</p> 99 100 <h3 id="hw-and-sw">Hardware e software</h3> 101 102 <p>Hardware e software são fundamentalmente diferentes. Um programa, mesmo na 103 forma executável compilada, é uma coleção de dados que pode ser interpretada 104 como instruções para um computador. Como qualquer outro trabalho digital, 105 ele pode ser copiado e alterado usando um computador. Uma cópia de um 106 programa não possui forma ou modalidade física preferida inerente.</p> 107 108 <p>Por outro lado, o hardware é uma estrutura física e sua fisicalidade é 109 crucial. Embora o design do hardware possa ser representado como dados, em 110 alguns casos, mesmo como um programa, o design não é o hardware. Um design 111 para uma CPU não pode executar um programa. Você não vai muito longe 112 tentando digitar um design para um teclado ou exibir pixels em um design 113 para uma tela.</p> 114 115 <p>Além disso, enquanto você pode usar um computador para modificar ou copiar o 116 design do hardware, um computador não pode converter o design na estrutura 117 física descrita. Isso requer equipamento de fabricação.</p> 118 119 <h3 id="boundary">A fronteira entre hardware e software</h3> 120 121 <p>Qual é o limite, em dispositivos digitais, entre hardware e software? Ele 122 segue as definições. Software é a parte operacional de um dispositivo que 123 pode ser copiado e alterado em um computador; hardware é a parte operacional 124 que não pode ser. Este é o caminho certo para fazer a distinção, porque se 125 refere às consequências práticas.</p> 126 127 <p>Há uma área cinza entre o hardware e o software que contém o firmware que 128 <em>pode</em> ser atualizado ou substituído, mas que nunca deve ser 129 atualizado ou substituído depois que o produto é vendido. Em termos 130 conceituais, a área cinza é bastante estreita. Na prática, é importante 131 porque muitos produtos caem nela. Podemos tratar esse firmware como hardware 132 com uma pequena extensão de seu significa.</p> 133 134 <p>Alguns disseram que programas de firmware pré-instalados e chips de 135 Field-Programmable Gate Array (FPGAs) “obscurecem a fronteira entre hardware 136 e software”, mas acho que isso é uma interpretação incorreta dos fatos. O 137 firmware que é instalado durante o uso é um software; O firmware que é 138 entregue dentro do dispositivo e não pode ser alterado é um software por 139 natureza, mas podemos tratá-lo como se fosse um circuito. Quanto aos FPGAs, 140 o próprio FPGA é hardware, mas o padrão de porta <i lang="en">gate</i> 141 carregada no FPGA é um tipo de firmware.</p> 142 143 <p>O uso de padrões livres de porta em FPGAs poderia ser um método útil para 144 criar dispositivos digitais livres no nível do circuito. No entanto, para 145 tornar os FPGAs utilizáveis no mundo livre, precisamos de ferramentas de 146 desenvolvimento livres para eles. O obstáculo é que o formato do arquivo de 147 padrão de porta carregado no FPGA é secreto. Por muitos anos, não houve 148 modelo de FPGA para o qual esses arquivos pudessem ser produzidos sem 149 ferramentas não livres (privativas).</p> 150 151 <p>A partir de 2015, as ferramentas de software livre estão disponíveis para <a 152 href="http://www.clifford.at/icestorm/">programação do Lattice iCE40</a>, um 153 modelo comum de FPGA, a partir da entrada gravada em uma linguagem de 154 descrição de hardware (HDL). Também é possível compilar programas C e 155 executá-los em FPGA de Xilinx Spartan 6 LX9 com <a 156 href="https://github.com/Wolfgang-Spraul/fpgatools">ferramentas livres</a>, 157 mas elas não o possuem suporte a entrada HDL. Recomendamos que você rejeite 158 outros modelos FPGA até que eles também tenham suporte em ferramentas 159 livres.</p> 160 161 <p>Quanto ao próprio código HDL, ele pode atuar como software (quando é 162 executado em um emulador ou carregado em um FPGA) ou como um design de 163 hardware (quando é realizado em silício imutável ou em uma placa de 164 circuito).</p> 165 166 <h3 id="ethical-3d-printers">A pergunta ética para impressoras 3D</h3> 167 168 <p>Eticamente, <a 169 href="/philosophy/free-software-even-more-important.html">software deve ser 170 livre</a>; um programa não livre é uma injustiça. Devemos adotar a mesma 171 visão para designs de hardware?</p> 172 173 <p>Com certeza demos, nos campos que a impressão 3D (ou, geralmente, qualquer 174 tipo de fabricação pessoal) possa lidar. Os padrões da impressora para criar 175 um objeto útil e prático (ou seja, funcional em vez de decorativo) 176 <em>devem</em> ser livres porque são trabalhos feitos para uso prático. Os 177 usuários merecem controle sobre esses trabalhos, assim como eles merecem 178 controle sobre o software que usam. Distribuir um design de objeto funcional 179 não livre é tão errado quanto distribuir um programa não livre.</p> 180 181 <p>Tenha cuidado ao escolher impressoras 3D que funcionam com software 182 exclusivamente livre; a Free Software Foundation <a 183 href="http://fsf.org/resources/hw/endorsement">endossa tais 184 impressoras</a>. Algumas impressoras 3D são feitas com designs de hardware 185 livre, mas <a 186 href="http://www.cnet.com/news/pulling-back-from-open-source-hardware-makerbot-angers-some-adherents/">os 187 designs de hardware da Makerbot não são livres</a>.</p> 188 189 <h3 id="reject-nonfree">Devemos rejeitar o hardware digital não livre?</h3> 190 191 <p>Um design de hardware digital <a href="#fn1">(*)</a> não livre é uma 192 injustiça? Devemos, por nossa liberdade, rejeitar todo o hardware digital 193 feito com designs não livres, assim como devemos rejeitar software não 194 livre?</p> 195 196 <p>Devido ao paralelo conceitual entre designs de hardware e código-fonte do 197 software, muitos hackers de hardware condenam rapidamente designs de 198 hardware não livres, assim como software não livre. Discordo porque as 199 circunstâncias para hardware e software são diferentes.</p> 200 201 <p>A tecnologia atual de fabricação de chips e placas se assemelha à 202 impressora: ela se presta à produção em massa em uma fábrica. É mais como 203 copiar livros em 1950 do que copiar software hoje.</p> 204 205 <p>A liberdade de copiar e alterar o software é um imperativo ético porque 206 essas atividades são viáveis para quem usa o software: o equipamento que 207 permite o uso do software (um computador) também é suficiente para copiá-lo 208 e alterá-lo. Os computadores móveis de hoje são fracos demais para serem 209 bons para isso, mas qualquer um pode encontrar um computador suficientemente 210 poderoso.</p> 211 212 <p>Além disso, um computador é suficiente para baixar e executar uma versão 213 alterada por outra pessoa que saiba como, mesmo se você não for um 214 programador. De fato, os não programadores baixam o software e o executam 215 todos os dias. É por isso que o software livre faz uma diferença real para 216 os não programadores.</p> 217 218 <p>Quanto disso se aplica ao hardware? Nem todo mundo que pode usar hardware 219 digital sabe como alterar um design de circuito ou de chip, mas qualquer 220 pessoa que possua um PC possui o equipamento necessário para isso. Até 221 agora, o hardware é paralelo ao software, mas a seguir vem a grande 222 diferença.</p> 223 224 <p>Você não pode criar e usar um design de circuito ou chip no seu 225 computador. Construir um grande circuito é muito trabalhoso, e é assim que 226 você tem a placa de circuito. Hoje, fabricar um chip não é viável para 227 indivíduos; somente a produção em massa pode torná-los baratos o 228 suficiente. Com a tecnologia de hardware de hoje, os usuários não podem 229 baixar e executar uma versão modificada de um design de hardware digital 230 amplamente utilizado, pois poderiam executar uma versão modificada de um 231 programa amplamente utilizado. Assim, as quatro liberdades não dão aos 232 usuários hoje controle coletivo sobre um design de hardware, como dão aos 233 usuários controle coletivo sobre um programa. É aí que o raciocínio que 234 mostra que todo software deve ser livre não se aplica à tecnologia de 235 hardware atual.</p> 236 237 <p>Em 1983, não havia sistema operacional livre, mas estava claro que, se 238 tivéssemos um, poderíamos usá-lo imediatamente e obter liberdade de 239 software. Tudo o que faltava era o código para um.</p> 240 241 <p>Em 2014, se tivéssemos um design livre para um chip de CPU adequado para um 242 PC, os chips produzidos em massa feitos com esse design não nos dariam a 243 mesma liberdade no domínio do hardware. Se vamos comprar um produto 244 produzido em massa em uma fábrica, essa dependência da fábrica causa quase 245 todos os mesmos problemas que um design não livre. Para designs livres para 246 nos dar liberdade de hardware, precisamos de tecnologia de fabricação 247 futura.</p> 248 249 <p>Podemos imaginar um futuro em que nossos fabricantes pessoais possam 250 fabricar chips, e nossos robôs possam montá-los e soldá-los juntamente com 251 transformadores, interruptores, chaves, telas, ventoinhas e assim por 252 diante. Nesse futuro, todos nós fabricaremos nossos próprios computadores (e 253 fabricantes e robôs) e todos poderemos tirar proveito dos designs 254 modificados feitos por quem conhece hardware. Os argumentos para rejeitar 255 software não livre também se aplicarão a designs de hardware não livres.</p> 256 257 <p>Esse futuro está a anos de distância, no mínimo. Enquanto isso, não há 258 necessidade de rejeitar hardware com designs não livres em princípio.</p> 259 260 <hr /> 261 262 <p id="fn1">* Na forma usada aqui, “hardware digital” inclui hardware com alguns 263 circuitos analógicos e componentes em adição aos digitais.</p> 264 265 <h3 id="free-designs">Precisamos de designs de hardware digital livres</h3> 266 267 <p>Embora não seja necessário rejeitar o hardware digital feito a partir de 268 designs não livres nas circunstâncias atuais, precisamos desenvolver designs 269 livres e usá-los sempre que possível. Eles oferecem vantagens hoje e, no 270 futuro, podem ser a única maneira de usar o software livre.</p> 271 272 <p>Designs de hardware livre oferecem vantagens práticas. Várias empresas podem 273 fabricar um, o que reduz a dependência de um único fornecedor. Grupos podem 274 organizar para fabricá-los em quantidade. Ter diagramas de circuito ou 275 código HDL torna possível estudar o design para procurar erros ou 276 funcionalidades maliciosas (sabe-se que a NSA adquiriu deficiências 277 maliciosas em alguns hardwares de computação). Além disso, os designs livres 278 podem servir como blocos de construção para projetar computadores e outros 279 dispositivos complexos, cujas especificações serão publicadas e terão menos 280 peças que podem ser usadas contra nós.</p> 281 282 <p>Designs de hardware livre podem se tornar utilizáveis para algumas partes de 283 nossos computadores e redes e para sistemas embarcados, antes que possamos 284 fabricar computadores inteiros dessa maneira.</p> 285 286 <p>Designs de hardware livre podem se tornar essenciais mesmo antes de podermos 287 fabricar o hardware pessoalmente, se eles se tornarem a única maneira de 288 evitar software não livre. Como o hardware comercial comum é cada vez mais 289 projetado para subjugar os usuários, torna-se cada vez mais incompatível com 290 o software livre, devido a especificações e requisitos secretos de código a 291 ser assinado por alguém que não seja você. Os chips de modem para celular e 292 até alguns aceleradores gráficos já exigem que o firmware seja assinado pelo 293 fabricante. Qualquer programa em seu computador – que outra pessoa pode 294 mudar, mas você não – é um instrumento de poder injusto sobre você; O 295 hardware que impõe esse requisito é um hardware mal-intencionado. No caso de 296 chips de modem para celular, todos os modelos agora disponíveis são 297 maliciosos.</p> 298 299 <p>Algum dia, o hardware digital de design livre pode ser a única plataforma 300 que permite executar um sistema livre. Vamos procurar ter os designs 301 digitais livres necessários antes disso e esperar que tenhamos os meios para 302 fabricá-los de maneira barata o suficiente para todos os usuários.</p> 303 304 <p>Se você projetar hardware, faça seus designs livres. Se você usa hardware, 305 junte-se a empresas de pressão e pressão para liberar os designs de 306 hardware.</p> 307 308 <h3 id="levels-of-design">Níveis de design</h3> 309 310 <p>O software possui níveis de implementação; um pacote pode incluir 311 bibliotecas, comandos e scripts, por exemplo. Mas esses níveis não fazem uma 312 diferença significativa para a liberdade de software, porque é possível 313 tornar todos os níveis livres. Projetar componentes de um programa é o mesmo 314 tipo de trabalho que projetar o código que os combina; da mesma forma, criar 315 os componentes a partir do fonte é o mesmo tipo de operação que criar o 316 programa combinado a partir do fonte. Para libertar a coisa toda, basta 317 continuar o trabalho até que tenhamos feito todo o trabalho.</p> 318 319 <p>Portanto, insistimos que um programa seja livre em todos os níveis. Para que 320 um programa seja qualificado como livre, todas as linhas do código-fonte que 321 o compõem devem ser livres, para que você possa recompilar o programa apenas 322 com código-fonte livre.</p> 323 324 <p>Os objetos físicos, por outro lado, geralmente são construídos com 325 componentes projetados e construídos em um tipo diferente de fábrica. Por 326 exemplo, um computador é feito de chips, mas projetar (ou fabricar) chips é 327 muito diferente de projetar (ou fabricar) o computador a partir de chips.</p> 328 329 <p>Portanto, precisamos distinguir <em>níveis</em> no design de um produto 330 digital (e talvez em outros tipos de produtos). O circuito que conecta os 331 chips é de um nível; o design de cada chip é outro nível. Em um FPGA, a 332 interconexão de células primitivas é um nível, enquanto as próprias células 333 primitivas são outro nível. No futuro ideal, queremos que o design seja 334 livre em todos os níveis. Nas circunstâncias atuais, apenas liberar um nível 335 é um avanço significativo.</p> 336 337 <p>No entanto, se um design em um nível combina peças livres e não livres – por 338 exemplo, um circuito HDL “livre” que incorpora “núcleos flexíveis” 339 privativos – devemos concluir que o projeto como um todo não é livre nesse 340 nível. Da mesma forma, para “assistentes” ou “macros” não livres, se 341 especificarem parte das interconexões de chips ou partes de chips conectadas 342 de forma programática. As peças livres podem ser um passo em direção ao 343 objetivo futuro de um design livre, mas alcançá-lo implica substituir as 344 peças não livres. Eles nunca podem ser admissíveis no mundo livre.</p> 345 346 <h3 id="licenses">Licenças e direitos autorais para designs de hardware livres</h3> 347 348 <p>Você cria um design de hardware livre, lançando-o sob uma licença 349 livre. Recomendamos o uso da Licença Pública Geral GNU, versão 3 ou 350 posterior. Criamos a GPL versão 3 com esse objetivo.</p> 351 352 <p>Copyleft em circuitos e formas de objetos não decorativas não chega tão 353 longe quanto se pode supor. Os direitos autorais desses designs se aplicam 354 apenas à maneira como o design é desenhado ou escrito. O copyleft é uma 355 maneira de usar a lei de direitos autorais, portanto, seu efeito se aplica 356 apenas até a lei de direitos autorais.</p> 357 358 <p>Por exemplo, um circuito, como uma topologia, não pode ter direitos autorais 359 (e, portanto, não pode ter copyleft). As definições dos circuitos escritos 360 em HDL podem ter direitos autorais (e, portanto, com copyleft), mas o 361 copyleft cobre apenas os detalhes de expressão do código HDL, não a 362 topologia de circuito que ele gera. Da mesma forma, um desenho ou layout de 363 um circuito pode ter direitos autorais, portanto pode ser copyleft, mas isso 364 abrange apenas o desenho ou o layout, não a topologia do circuito. Qualquer 365 pessoa pode desenhar legalmente a mesma topologia de circuito de uma maneira 366 diferente ou escrever uma definição de HDL diferente que produz o mesmo 367 circuito.</p> 368 369 <p>Os direitos autorais não abrangem circuitos físicos; portanto, quando as 370 pessoas constroem instâncias do circuito, a licença do design não afeta 371 legalmente o que fazem com os dispositivos que construíram.</p> 372 373 <p>Para desenhos de objetos e modelos de impressoras 3D, os direitos autorais 374 não cobrem a criação de um desenho diferente da mesma forma de objeto 375 puramente funcional. Também não cobre os objetos físicos funcionais criados 376 a partir do desenho. No que diz respeito aos direitos autorais, todos são 377 livres para criá-los e usá-los (e é uma liberdade que precisamos muito). Nos 378 EUA, os direitos autorais não cobrem os aspectos funcionais descritos pelo 379 design, mas <a 380 href="http://www.copyright.gov/title17/92chap13.html#1301">abrange os 381 aspectos decorativos</a>. Quando um objeto tem aspectos decorativos e 382 funcionais, você entra em um terreno complicado <a href="#fn2">(*)</a>.</p> 383 384 <p>Tudo isso também pode ser verdade no seu país ou não. Antes de produzir 385 objetos comercialmente ou em quantidade, você deve consultar um advogado 386 local. O copyright não é o único problema com o qual você precisa se 387 preocupar. Você pode ser atacado por patentes, provavelmente por entidades 388 que não têm nada a ver com a criação do design que está usando, e também 389 pode haver outros problemas legais.</p> 390 391 <p>Lembre-se de que as leis de direitos autorais e de patentes são totalmente 392 diferentes. É um erro supor que eles tenham algo em comum. É por isso que o 393 termo “<a href="/philosophy/not-ipr.html">propriedade intelectual</a>” é 394 pura confusão e deve ser totalmente rejeitado.</p> 395 396 <hr /> 397 398 <p id="fn2">* Um artigo do Public Knowledge fornece uma informação útil sobre essa <a 399 href="https://www.publicknowledge.org/assets/uploads/documents/3_Steps_for_Licensing_Your_3D_Printed_Stuff.pdf"> 400 complexidade</a>, para os EUA, apesar de ele cair no erro comum de usar o 401 conceito falso de “propriedade intelectual” e o termo propaganda “<a 402 href="/philosophy/words-to-avoid.html#Protection">proteção</a>”.</p> 403 404 <h3 id="promoting">Promovendo designs de hardware livres por meio de repositórios</h3> 405 406 <p>A maneira mais eficaz de levar os designs de hardware publicados a serem 407 livres é através de regras nos repositórios em que são publicados. Os 408 operadores de repositório devem colocar a liberdade das pessoas que usarão 409 os designs acima das preferências das pessoas que os fazem. Isso significa 410 exigir que os designs de objetos úteis sejam livres, como condição para 411 publicá-los.</p> 412 413 <p>Para objetos decorativos, esse argumento não se aplica; portanto, não 414 precisamos insistir que eles devem ser livres. No entanto, devemos insistir 415 em que sejam compartilháveis. Portanto, um repositório que lide com modelos 416 de objetos decorativos e funcionais deve ter uma política de licença 417 apropriada para cada categoria.</p> 418 419 <p>Para projetos digitais, sugiro que o repositório insista em GNU GPL v3 ou 420 posterior, Apache 2.0 ou CC0. Para designs 3D funcionais, o repositório deve 421 solicitar ao autor do design que escolha uma das quatro licenças: GNU GPL v3 422 ou posterior, Apache 2.0, CC BY-SA, CC BY ou CC0. Para designs decorativos, 423 deve sugerir o GNU GPL v3 ou posterior, Apache 2.0, CC0 ou qualquer uma das 424 licenças CC.</p> 425 426 <p>O repositório deve exigir que todos os designs sejam publicados como 427 código-fonte, e o código-fonte em formatos secretos utilizáveis apenas por 428 programas privativos de design não é realmente adequado. Para um modelo 3D, 429 o <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/STL_%28file_format%29">formato 430 STL</a> não é o formato preferido para alterar o design, não sendo um 431 código-fonte. Portanto, o repositório não deve aceitá-lo, exceto talvez 432 acompanhando o código-fonte real.</p> 433 434 <p>Não há razão para escolher um formato único para o código-fonte dos designs 435 de hardware, mas os formatos fonte que ainda não podem ser manipulados com 436 software livre devem ser aceitos com relutância, na melhor das hipóteses.</p> 437 438 <h3 id="warranties">Designs de hardware livre e garantias</h3> 439 440 <p>Em geral, os autores de designs de hardware livres não têm obrigação moral 441 de oferecer uma garantia àqueles que fabricam o design. Esse é um problema 442 diferente da venda de hardware físico, que deve vir com uma garantia do 443 vendedor e/ou do fabricante.</p> 444 445 <h3 id="conclusion">Conclusão</h3> 446 447 <p>Já temos licenças adequadas para tornar livres os nossos designs de 448 hardware. O que precisamos é reconhecer como comunidade que é isso que 449 devemos fazer e insistir em designs livres quando fabricamos objetos.</p> 450 451 <div class="translators-notes"> 452 453 <!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.--> 454 <b>Nota do tradutor</b>: 455 <ol> 456 <li> 457 <a id="TransNote1" href="#TransNote1-rev" class="nounderline">↑</a> 458 Em inglês, o termo “free” de “free software” pode significar tanto liberdade 459 quanto preço zero, sendo o termo “libre”, em substituição ou junto com 460 “free”, usado para se referir inequivocamente ao sentido de liberdade. Em 461 português, essa ambiguidade não ocorre, diferenciando-se com “livre” e 462 “gratuito”. 463 </li> 464 </ol></div> 465 </div> 466 467 <!-- for id="content", starts in the include above --> 468 <!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" --> 469 <div id="footer"> 470 <div class="unprintable"> 471 472 <p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a 473 href="mailto:gnu@gnu.org"><gnu@gnu.org></a>. Também existem <a 474 href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e 475 outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a 476 href="mailto:webmasters@gnu.org"><webmasters@gnu.org></a>.</p> 477 478 <p> 479 <!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph, 480 replace it with the translation of these two: 481 482 We work hard and do our best to provide accurate, good quality 483 translations. However, we are not exempt from imperfection. 484 Please send your comments and general suggestions in this regard 485 to <a href="mailto:web-translators@gnu.org"> 486 487 <web-translators@gnu.org></a>.</p> 488 489 <p>For information on coordinating and submitting translations of 490 our web pages, see <a 491 href="/server/standards/README.translations.html">Translations 492 README</a>. --> 493 A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer 494 traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por 495 favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para 496 <a 497 href="mailto:web-translators@gnu.org"><web-translators@gnu.org></a>. 498 </p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia 499 para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de 500 traduções das páginas deste site.</p> 501 </div> 502 503 <!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to 504 files generated as part of manuals) on the GNU web server should 505 be under CC BY-ND 4.0. Please do NOT change or remove this 506 without talking with the webmasters or licensing team first. 507 Please make sure the copyright date is consistent with the 508 document. For web pages, it is ok to list just the latest year the 509 document was modified, or published. 510 511 If you wish to list earlier years, that is ok too. 512 Either "2001, 2002, 2003" or "2001-2003" are ok for specifying 513 years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable 514 year, i.e., a year in which the document was published (including 515 being publicly visible on the web or in a revision control system). 516 517 There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers 518 Information document, www.gnu.org/prep/maintain. --> 519 <p>Copyright © 2015, 2016, 2018, 2019, 2021 Richard Stallman</p> 520 521 <p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license" 522 href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative 523 Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p> 524 525 <!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" --> 526 <div class="translators-credits"> 527 528 <!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.--> 529 Traduzido por: Rafael Fontenelle <a 530 href="mailto:rafaelff@gnome.org"><rafaelff@gnome.org></a>, 2021.</div> 531 532 <p class="unprintable"><!-- timestamp start --> 533 Última atualização: 534 535 $Date: 2022/01/01 17:34:45 $ 536 537 <!-- timestamp end --> 538 </p> 539 </div> 540 </div> 541 <!-- for class="inner", starts in the banner include --> 542 </body> 543 </html>