enforcing-gpl.html (15441B)
1 <!--#set var="PO_FILE" 2 value='<a href="/philosophy/po/enforcing-gpl.pt-br.po"> 3 https://www.gnu.org/philosophy/po/enforcing-gpl.pt-br.po</a>' 4 --><!--#set var="ORIGINAL_FILE" value="/philosophy/enforcing-gpl.html" 5 --><!--#set var="DIFF_FILE" value="/philosophy/po/enforcing-gpl.pt-br-diff.html" 6 --><!--#set var="OUTDATED_SINCE" value="2021-10-03" --><!--#set var="ENGLISH_PAGE" value="/philosophy/enforcing-gpl.en.html" --> 7 8 <!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" --> 9 <!-- Parent-Version: 1.96 --> 10 <!-- This page is derived from /server/standards/boilerplate.html --> 11 <!--#set var="TAGS" value="essays licensing copyleft" --> 12 <!--#set var="DISABLE_TOP_ADDENDUM" value="yes" --> 13 14 <!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! --> 15 <title>Fazendo Valer a GNU GPL - Projeto GNU - Free Software Foundation</title> 16 17 <!--#include virtual="/philosophy/po/enforcing-gpl.translist" --> 18 <!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" --> 19 <!--#include virtual="/philosophy/ph-breadcrumb.pt-br.html" --> 20 <!--GNUN: OUT-OF-DATE NOTICE--> 21 <!--#include virtual="/server/outdated.pt-br.html" --> 22 <!--#include virtual="/server/top-addendum.pt-br.html" --> 23 <div class="article reduced-width"> 24 <h2>Fazendo Valer a GNU GPL</h2> 25 26 <address class="byline">por <a href="http://moglen.law.columbia.edu/">Eben Moglen</a> <a 27 href="#moglen"><sup>[*]</sup></a></address> 28 29 <p><em>10 de Setembro de 2001</em></p> 30 31 <p>A ofensiva anti-GPL da Microsoft neste verão [NT: inverno no hemisfério sul] 32 reeditou as especulações quanto à “aplicabilidade legal” da GPL. Este 33 exemplo em particular de “FUD” (medo, incerteza e dúvida, do inglês 34 <cite>Fear, Uncertainty and Doubt</cite>) é sempre interessante para mim. Eu 35 sou o único advogado na face da Terra que pode dizer isso, eu suponho, mas 36 isto me deixa pensando sobre porque está todo mundo preocupado: Fazer valer 37 a <a href="/licenses/gpl.html">GPL</a> é algo que eu faço o tempo todo.</p> 38 39 <p>Porque o <a href="/philosophy/free-sw.html">software livre</a> é um conceito 40 nada ortodoxo na sociedade contemporânea, as pessoas tendem a assumir que 41 seus objetivos atípicos devem ser perseguidos por meios incomuns, e portanto 42 frágeis perante o aparato legal. Mas a presunção é falsa. O objetivo da 43 Fundação para o Software Livre ao desenvolver e publica a GPL <em>é</em> 44 infelizmente incomum: nós estamos remodelando a maneira como os programas 45 são feitos de modo que todas as pessoas tenham o direito de entender, 46 reparar, aperfeiçoar e redistribuir o software com a melhor qualidade na 47 face da Terra. Este é um empreendimento transformador; ele mostra que na 48 nova sociedade conectada os modos tradicionais de se fazer negócios podem 49 ser superados por modelos completamente diferentes de produção e 50 distribuição. Mas a GPL, o dispositivo legal que torna tudo isso possível, é 51 uma máquina bastante robusta precisamente porque ela é feita das partes mais 52 simples.</p> 53 54 <p>A essência das leis de copyright, assim como outros sistemas de regras de 55 propriedade, é o poder de excluir. O detentor do copyright tem o poder legal 56 de excluir todos os demais de copiar, distribuir, e criar trabalhos 57 derivados.</p> 58 59 <p>Este direito de excluir implica em um igual poder de licenciar — isto é, de 60 conceder permissão de fazer o que seria de outra forma proibido. Licenças 61 não são contratos: o usuário do trabalho é obrigado a se manter dentro dos 62 limites da licença, não porque ele prometeu voluntariamente fazer isso, mas 63 porque ele não tem nenhum direito de agir exceto dentro do que a licença 64 permitir.</p> 65 66 <p>Mas a maioria das empresas de software privativo querem mais poder do que o 67 copyright apenas dá a elas. Essas empresas dizem que o seu software é 68 “licenciado” para os consumidores, mas a licença contém obrigações que a lei 69 do copyright não prescreve. O software que você não é autorizado a entender, 70 por exemplo, frequentemente requer que você concorde em não descompilá-lo. A 71 lei de copyright não proíbe a descompilação, a proibição é apenas um termo 72 de contrato com o qual você concorda como condição de receber o software 73 quando você compra o produto em uma caixa em uma loja ou aceita uma “licença 74 de clique” on-line. Copyright é apenas uma desculpa para retirar ainda mais 75 [liberdade] dos usuários.</p> 76 77 <p>A GPL, ao contrário, subtrai do copyright em vez de adicionar a ele. A 78 licença não tem que ser complicada, porque no tentamos controlar os usuários 79 tão pouco quanto possível. O copyright concede ao publicador o poder de 80 impedir os usuários de exercerem os seus direitos de copiar, modificar, e 81 distribuir que nós acreditamos que todos os usuários deveriam ter; a GPL 82 portanto relaxa quase todas as restrições do sistema de copyright. A única 83 coisa que nós exigimos em absoluto é que qualquer um que distribua trabalhos 84 sob a GPL ou trabalhos derivados de trabalhos sob a GPL faça isso utilizando 85 a GPL. Esta condição é uma pequena restrição, sob o ponto de vista do 86 copyright. Licenças muito mais restritivas são geralmente válidas; cada 87 licença em cada um processo de copyright é mais restritiva do que a GPL.</p> 88 89 <p>Porque não há nada complexo ou controverso sobre as provisões no texto da 90 GPL, eu nunca vi um argumento sério de que a GPL excede os poderes do 91 licenciante. Mas às vezes se diz que a GPL não pode ser imposta porque os 92 usuários não a “aceitaram”.</p> 93 94 <p>Este argumento é baseado em um mal-entendido. A licença não exige que 95 ninguém a aceite de modo a poder adquirir, instalar, utilizar, inspecionar 96 ou mesmo experimentalmente modificar um software sob a GPL. Todas essas 97 atividades ou são proibidas ou são controladas por empresas de software 98 privativo, de modo que eles requerem que você aceite a licença, incluindo 99 provisões contratuais além do escopo da lei de copyright, antes que você 100 possa utilizar o trabalho delas. O movimento do software livre acredita que 101 todas essas atividades são direitos, que todos os usuários deveriam ter; nós 102 nem mesmo queremos cobrir estas atividades por uma licença. Quase todos que 103 usam software sob a GPL diariamente não necessitam de qualquer licença, e 104 não aceitam nenhuma. A GPL só restringe você se você distribuir software 105 feito com código sob a GPL, e ela só necessita ser aceita quando acontece 106 redistribuição. E como ninguém pode em hipótese alguma redistribuir sem uma 107 licença, nós podemos seguramente presumir que qualquer um que redistribua 108 software sob a GPL tem a intenção de aceitar a GPL. Afinal, a GPL requer que 109 cada cópia de software coberto por ela inclua o texto da licença, de modo 110 que todos estejam bem informados.</p> 111 112 <p>Apesar do FUD, como uma licença de copyright a GPL é absolutamente sólida. É 113 por isso que eu fui capaz de fazê-la valer dúzias de vezes em quase dez 114 anos, sem nunca ter que ir à corte.</p> 115 116 <p>Enquanto isso, muito murmúrio ocorreu nos meses recentes sob o suposto 117 efeito de que a ausência de precedente judicial, nos EUA ou em outras 118 cortes, de alguma maneira demonstra que existe alguma coisa errada com a 119 GPL, que sua política incomum é implementada de um modo tecnicamente 120 indefensável, ou que a Fundação para o Software Livre, que é a autora da 121 licença, tem medo de testá-la na corte. Precisamente o oposto é 122 verdadeiro. Nós nunca nos vimos defendendo a GPL na corte porque ninguém 123 ainda assumiu o risco de contestá-la contra nós ali.</p> 124 125 <p>Então, o que acontece quando a GPL é violada? Com software no qual a 126 Fundação para o Software Livre seja a detentora do copyright (ou porque nós 127 escrevemos os programas originalmente, ou porque os autores nos cederam o 128 copyright, de modo a poderem tirar proveito de nossa experiência em proteger 129 a liberdade do seu software), <a href="/licenses/gpl-violation.html">o 130 primeiro passo é um relatório</a>, geralmente enviado por e-mail para <a 131 href="mailto:license-violation@gnu.org"><license-violation@gnu.org></a>. 132 <a href="/licenses/gpl-violation.html">Nós pedimos aos informantes de 133 violações que nos ajudem a estabelecer os fatos pertinentes</a>, e então nós 134 conduzimos qualquer investigação que seja necessária.</p> 135 136 <p>Nós chegamos a este estágio dúzias de vezes por ano. Um contato inicial sem 137 alarde é em geral suficiente para resolver o problema. As partes pensavam 138 que estavam obedecendo à GPL, e são gratos em seguir o conselho para 139 corrigir o erro. Ás vezes, entretanto, nós acreditamos que medidas para 140 estabelecer a confiança serão necessárias, porque a escala da violação ou 141 sua persistência tornam a obediência voluntária insuficiente. Nessas 142 situações nós trabalhamos com organizações para estabelecer programas de 143 adequação à GPL em suas empresas, liderados por gerentes de alto escalão que 144 se reportam a nós, e diretamente à diretoria da empresa, regularmente. Em 145 casos particularmente complexos, nós tivemos que insistir em medidas que 146 tornariam a subsequente ação judicial simples e rápida em caso de futuras 147 violações.</p> 148 149 <p>Em aproximadamente uma década de fazer valer a GPL, eu nunca insisti em 150 pagamento por danos para a Fundação por violação da licença, e eu raramente 151 exigi pedidos de desculpas públicos. Nossa posição sempre foi de que 152 obediência à licença, e garantias de comportamento adequando no futuro, são 153 os objetivos mais importantes. Nós sempre fizemos tudo para tornar fácil aos 154 violadores se adequarem, e nós oferecemos perdão para ocorrências passadas.</p> 155 156 <p>Nos primeiros anos do movimento pelo software livre, esta era provavelmente 157 a única estratégia viável. Litígios caros e burocráticos teriam 158 provavelmente destruído a FSF, ou pelo menos impedido que ela realizasse e 159 que nós sabíamos que era necessário para tornar o movimento do software 160 livre uma força permanente para remodelar a indústria do software como hoje 161 ele se tornou. Com o tempo, entretanto, nós continuamos com nossa abordagem 162 de obediência à licença não porque nós éramos obrigados, mas porque ela 163 funcionou. Uma indústria inteira cresceu em volta do software livre, e todos 164 os participantes entenderam a enorme importância da GPL — ninguém queria ser 165 o vilão que rouba software livre, e ninguém queria ser o cliente, parceiro, 166 ou mesmo empregado de tal mau caráter. Confrontados com a escolha entre a 167 obediência sem publicidade ou uma campanha de publicidade negativa e uma 168 batalha judicial que nunca poderia ser ganha, os violadores escolheram não 169 fazer do jeito difícil.</p> 170 171 <p>Nós chegamos, uma ou duas vezes,a enfrentar empresas que, sob a lei de 172 copyright dos EUA, estiveram engajadas em crime deliberado de violação de 173 copyright: pegar o código-fonte de software sob a GPL, recompilá-lo em uma 174 tentativa de mascarar a sua origem, e oferecê-lo para venda como parte de um 175 produto privativo. Eu auxiliei desenvolvedores de software livre além da FSF 176 a lidar com este tipo de problemas, que nós resolvemos — já que o violador 177 criminoso não iria desistir voluntariamente e, nos casos que tenho em mente, 178 detalhes técnicos impediam que os verdadeiros criminosos fossem processados 179 — falando com distribuidores e com clientes em potencial: “Porque você 180 pagaria caro”, nós perguntamos, “por software que viola a nossa licença e 181 que irá deixá-lo com sérios problemas legais, quando você pode ter o 182 verdadeiro software gratuitamente?” Os clientes nunca deixaram de ver a 183 pertinência da questão. O roubo de software livre é um lugar onde o crime 184 não compensa.</p> 185 186 <p>Mas talvez nós tenhamos tido sucesso demais. Se nós tivéssemos utilizado as 187 cortes para defender a GPL em anos passados, os rumores da Microsoft cairiam 188 em ouvidos surdos. Este mês eu estive trabalhando em um par de situações 189 moderadamente complicadas: “Vejam”, eu dizia, “quantas pessoas estão em todo 190 o mundo me pressionando a testar a GPL na corte, apenas para provar que eu 191 posso. Eu realmente necessito de alguém para ser o exemplo. Você gostaria de 192 ser o voluntário?”</p> 193 194 <p>Algum dia alguém será. Mas os clientes deste alguém irão para outro lugar, 195 talentosos técnicos que não querem ter suas próprias reputações associadas 196 com tal empresa irão se demitir, e a publicidade negativa irá 197 acalmá-los. Tudo isso antes de efetivamente entrarmos na corte. A primeira 198 pessoa que tentar certamente desejará que nada houvesse acontecido. Nosso 199 modo de fazer a lei tem sido tão incomum quanto o nosso modo de fazer 200 software, mas este é o ponto. Software livre é importante porque ele mostra 201 que o modo diferente é o modo certo no final das contas.</p> 202 </div> 203 204 <div class="infobox extra" role="complementary"> 205 <hr /> 206 <p id="moglen">[*] Eben Moglen é professor de direito e história legal na Escola de Direito 207 da Universidade da Colúmbia. Ele serve sem cobrar honorários como 208 Conselheiro Geral da Free Software Foundation. 209 </p> 210 </div> 211 212 <div class="translators-notes"> 213 214 <!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.--> 215 </div> 216 </div> 217 218 <!-- for id="content", starts in the include above --> 219 <!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" --> 220 <div id="footer" role="contentinfo"> 221 <div class="unprintable"> 222 223 <p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a 224 href="mailto:gnu@gnu.org"><gnu@gnu.org></a>. Também existem <a 225 href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e 226 outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a 227 href="mailto:webmasters@gnu.org"><webmasters@gnu.org></a>.</p> 228 229 <p> 230 <!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph, 231 replace it with the translation of these two: 232 233 We work hard and do our best to provide accurate, good quality 234 translations. However, we are not exempt from imperfection. 235 Please send your comments and general suggestions in this regard 236 to <a href="mailto:web-translators@gnu.org"> 237 238 <web-translators@gnu.org></a>.</p> 239 240 <p>For information on coordinating and contributing translations of 241 our web pages, see <a 242 href="/server/standards/README.translations.html">Translations 243 README</a>. --> 244 A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer 245 traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por 246 favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para 247 <a 248 href="mailto:web-translators@gnu.org"><web-translators@gnu.org></a>. 249 </p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia 250 para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e a 251 contribuição com traduções das páginas deste site.</p> 252 </div> 253 254 <p>Copyright © 2001 Eben Moglen</p> 255 256 <p>A cópia fiel e a distribuição deste artigo completo é permitida em qualquer 257 meio, desde que esta nota seja preservada.</p> 258 259 <!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" --> 260 <div class="translators-credits"> 261 262 <!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.--> 263 Traduzido por: Fernando Lozano <a 264 href="mailto:fernando@lozano.eti.br"><fernando@lozano.eti.br></a></div> 265 266 <p class="unprintable"><!-- timestamp start --> 267 Última atualização: 268 269 $Date: 2021/12/02 09:02:25 $ 270 271 <!-- timestamp end --> 272 </p> 273 </div> 274 </div> 275 <!-- for class="inner", starts in the banner include --> 276 </body> 277 </html>