summaryrefslogtreecommitdiff
path: root/talermerchantdemos/blog/articles/br/install-fest-devil.html
blob: d5bf16998a8a8ca61ba3e92bc28b54b60453f321 (plain)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
<!--#set var="ENGLISH_PAGE" value="/philosophy/install-fest-devil.en.html" -->

<!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" -->
<!-- Parent-Version: 1.94 -->

<!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! -->
<title>Festivais de Instalação - Projeto GNU - Free Software Foundation</title>

<!--#include virtual="/philosophy/po/install-fest-devil.translist" -->
<!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" -->
<h2>Festivais de Instalação: O que fazer com o pacto com o diabo</h2>

<p>por Richard Stallman</p>

<blockquote><p>Publicado para <a href="https://libreplanet.org/2019"> LibrePlanet, en 23 e
24 de Março de 2019</a></p></blockquote>

<p>Os festivais de instalação convidam os usuários a trazer seus computadores
para que especialistas possam instalar o GNU/Linux neles. Isto destina-se a
promover a <em>ideia</em> de software livre, bem como o <em>uso</em> de
software livre. Na prática, esses dois objetivos entram em conflito: os
usuários que desejam rejeitar o software não livre precisam escolher
cuidadosamente seus computadores com cuidado para atingir esse objetivo.</p>

<p>O problema é que a maioria dos computadores não consegue funcionar com uma
distribuição GNU/Linux completamente livre. Eles contêm periféricos, ou
coprocessadores, que não funcionam, a menos que o sistema instalado contenha
alguns drivers ou firmware não livres. Isso acontece porque os fabricantes
de hardware se recusam a nos dizer como usar seus produtos, de modo que a
única maneira de descobrir como é usar engenharia reversa, que na maioria
dos casos ainda não foi feita.</p>

<p>Isso representa para o festival de instalação um dilema. Se nele forem
defendidos os ideais de liberdade, instalando apenas software livre de <a
href="/distros/distros.html">distribuições 100% livres</a>, as máquinas
parcialmente secretas não se tornarão totalmente funcionais e os usuários
que trazem-nas sairão desapontados. No entanto, se o festival de instalação
instalar distribuições não livres e softwares não livres que fazem com que
as máquinas funcionem inteiramente, não será possível ensinar os usuários a
dizer não por uma questão de liberdade. Eles podem aprender a gostar do
GNU/Linux, mas não aprenderão o que significa o movimento do software
livre. Com efeito, o festival de instalação faz um pacto tácito com o diabo,
que suprime <a href="/philosophy/free-software-even-more-important.html">a
mensagem do movimento do software livre sobre liberdade e justiça</a>.</p>

<p>O software não livre significa que o usuário sacrifica a liberdade pela
funcionalidade. Se os usuários tivessem que lutar com essa escolha, eles
poderiam extrair uma lição moral, e talvez conseguir um computador melhor
depois. Mas quando o festival de instalação se <a
href="/philosophy/compromise.html"> compromete</a> em nome do usuário, ele
protege o usuário da dimensão moral; o usuário nunca vê que algo além de
conveniência está em jogo. Com efeito, o festival de instalação faz o pacto
com o diabo, em nome do usuário, atrás de uma cortina para que o usuário não
reconheça este pacto.</p>

<p>Proponho que o festival de instalação mostre aos usuários exatamente o que
eles estão fazendo. Deixe-os falar com o diabo individualmente, aprenda as
más implicações do pacto, faça um pacto &ndash; ou se recuse!</p>

<p>Como sempre, convoco o festival de instalação em si para instalar apenas
software livre, assumindo uma postura rígida. Desta forma, ele pode definir
um exemplo moral claro de rejeição de software não livre.</p>

<p>Minha nova ideia é que o festival de instalação poderia permitir que o diabo
ficasse por perto, em um canto do corredor, ou na sala ao lado. (Na verdade,
um ser humano usando uma placa dizendo “O Diabo”, e talvez uma máscara ou
chifres de brinquedo.) O diabo se ofereceria para instalar drivers não
livres na máquina do usuário para fazer mais partes do computador funcionar,
explicando ao usuário que o custo disso é usar um programa não livre
(injusto).</p>

<p>O festival de instalação toleraria a presença do diabo, mas não patrocinaria
oficialmente o diabo, nem divulgaria a disponibilidade do diabo. Portanto,
os usuários que aceitam o pacto com diabo veriam claramente que o diabo
instalou os <em>drivers</em> não livres, não o programa de instalação. O
festival de instalação não seria moralmente comprometido pelas ações do
diabo, de modo que poderia reter plena autoridade moral quando fala sobre o
imperativo da liberdade.</p>

<p>Os usuários que recebem <em>drivers</em> não livres veriam qual é o custo
moral para eles e que há pessoas na comunidade que se recusam a pagar esse
custo. Eles teriam a oportunidade de refletir depois sobre a situação em que
seus computadores defeituosos os colocaram e sobre como mudar essa situação,
em pequena e grande escala.</p>

<p>O festival de instalação deve oferecer conselhos aos usuários que gostariam
de substituir alguns dos componentes da máquina por alternativas que
suportam software livre, e recomendam fontes de assistência comerciais e não
comerciais, incluindo fsf.org/resources/hw para obter um computador que
funcione totalmente sem <em>drivers</em> e <em>blobs</em> não livres.</p>

<p>Também deve sugerir a esses usuários que enviem cartas de crítica às
empresas que produzem ou vendem os componentes que dependem de software não
livre para funcionar.</p>

<p>O diabo do festival de instalação não tem nada a ver com o fofo demônio do
BSD, e o festival de instalação deve deixar isso bem claro. Esta questão diz
respeito à diferença entre várias distribuições GNU/Linux, e não é sobre o
BSD. De fato, a mesma abordagem poderia ser usada para a instalação do BSD.</p>

<p>Este demônio seria um ser humano disfarçado para ensinar uma lição moral com
uma metáfora teatral, então não vamos levar a metáfora longe demais. Acho
que faríamos bem em não dizer que os usuários estão “vendendo suas almas” se
instalarem software não livre &ndash; em vez disso, parte de sua própria
liberdade é o que perdem. Nós não precisamos exagerar para ensinar o ponto
de que negociar sua liberdade por conveniência (e levar os outros a fazer o
mesmo) é <a
href="https://www.fsfla.org/circular/2007-02.en.html#1">colocar-se em um
congestionamento moral</a>.</p>

<p>O trabalho do demônio seria algo que eu não aprovaria &ndash; instalar
software não livre &ndash;, por isso não me envolverei em discutir os
detalhes práticos. Mas é difícil confiar em um diabo para fazer o mal apenas
dentro de certos limites. O que impede o diabo de oferecer a instalação de
uma distribuição GNU/Linux, como o Ubuntu, que oferece ao usuário outros
programas não livres atraentes, não apenas aqueles necessários para que o
<em>hardware</em> da máquina funcione? Ou até mesmo se oferecendo para
instalar o Windows? As pessoas que executam o festival de instalação devem
perguntar a alguns usuários o que o diabo fez com seus computadores.</p>

<p>Não é moralmente melhor se o festival de instalação não permitir o diabo?
Certamente! A FSF não permitirá que um diabo permaneça em seus eventos. Mas
dado o fato de que a maioria dos festivais de instalação desempenha
silenciosamente o papel do diabo, eu acho que um diabo explícito seria menos
ruim. Isso converteria o dilema do festival de instalação de uma contradição
debilitante em uma experiência de ensino. Os usuários seriam capazes de
obter, se insistirem, os <em>drivers</em> não livres para fazer seus
periféricos funcionarem, e então usarem o GNU/Linux sabendo que há <a
href="/philosophy/saying-no-even-once.html">um passo adicional em direção à
liberdade</a> que eles deveriam tomar.</p>

<div class="translators-notes">

<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.-->
 </div>
</div>

<!-- for id="content", starts in the include above -->
<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" -->
<div id="footer">
<div class="unprintable">

<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a
href="mailto:gnu@gnu.org">&lt;gnu@gnu.org&gt;</a>. Também existem <a
href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e
outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a
href="mailto:webmasters@gnu.org">&lt;webmasters@gnu.org&gt;</a>.</p>

<p>
<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph,
        replace it with the translation of these two:

        We work hard and do our best to provide accurate, good quality
        translations.  However, we are not exempt from imperfection.
        Please send your comments and general suggestions in this regard
        to <a href="mailto:web-translators@gnu.org">

        &lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.</p>

        <p>For information on coordinating and submitting translations of
        our web pages, see <a
        href="/server/standards/README.translations.html">Translations
        README</a>. -->
A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer
traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por
favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para
<a
href="mailto:web-translators@gnu.org">&lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.
</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia
para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de
traduções das páginas deste site.</p>
</div>

<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to
     files generated as part of manuals) on the GNU web server should
     be under CC BY-ND 4.0.  Please do NOT change or remove this
     without talking with the webmasters or licensing team first.
     Please make sure the copyright date is consistent with the
     document.  For web pages, it is ok to list just the latest year the
     document was modified, or published.
     
     If you wish to list earlier years, that is ok too.
     Either "2001, 2002, 2003" or "2001-2003" are ok for specifying
     years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable
     year, i.e., a year in which the document was published (including
     being publicly visible on the web or in a revision control system).
     
     There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers
     Information document, www.gnu.org/prep/maintain. -->
<p>Copyright &copy; 2019, 2020 Richard Stallman</p>

<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license"
href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative
Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p>

<!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" -->
<div class="translators-credits">

<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.-->
Traduzido por: Rafael Fontenelle <a
href="mailto:rafaelff@gnome.org">&lt;rafaelff@gnome.org&gt;</a>,
2019-2020. <br/>
Revisado por: Cassiano Reinert Novais dos Santos <a
href="mailto:caco@posteo.net">&lt;caco@posteo.net&gt;</a>, 2019.</div>

<p class="unprintable"><!-- timestamp start -->
Última atualização:

$Date: 2020/12/13 22:29:26 $

<!-- timestamp end -->
</p>
</div>
</div>
<!-- for class="inner", starts in the banner include -->
</body>
</html>