From 1ae0306a3cf2ea27f60b2d205789994d260c2cce Mon Sep 17 00:00:00 2001 From: Christian Grothoff Date: Sun, 11 Oct 2020 13:29:45 +0200 Subject: add i18n FSFS --- .../blog/articles/br/use-free-software.html | 222 +++++++++++++++++++++ 1 file changed, 222 insertions(+) create mode 100644 talermerchantdemos/blog/articles/br/use-free-software.html (limited to 'talermerchantdemos/blog/articles/br/use-free-software.html') diff --git a/talermerchantdemos/blog/articles/br/use-free-software.html b/talermerchantdemos/blog/articles/br/use-free-software.html new file mode 100644 index 0000000..5bd84d5 --- /dev/null +++ b/talermerchantdemos/blog/articles/br/use-free-software.html @@ -0,0 +1,222 @@ + + + + + + +A comunidade do Software Livre após 20 anos - Projeto GNU - Free Software +Foundation + + + +

A comunidade do Software Livre após 20 anos:
+Com grande sucesso, mas incompleto, e agora?

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por Richard Stallman

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+Foi em 5 de janeiro de 1984, vinte anos atrás, que eu larguei meu emprego no +MIT para começar a desenvolver um sistema operacional de software livre, o +GNU. Embora nunca tenhamos lançado +um sistema GNU completo adequado para uso em produção, uma variante do +sistema GNU é agora usada por dezenas de milhões de pessoas que na maioria +das vezes não sabem que é assim. Software livre não significa +“grátis”1; +significa que os usuários são livres para executar o programa, estudar o +código-fonte, alterá-lo e redistribuí-lo com ou sem alterações, +gratuitamente ou por uma taxa.

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+Minha esperança era que um sistema operacional livre abrisse um caminho para +escapar para sempre do sistema de subjugação que é software proprietário. Eu +tinha experimentado a feiura do modo de vida que o software não livre impõe +aos seus usuários e eu estava determinado a escapar e dar aos outros uma +maneira de escapar.

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+O software não livre traz consigo um sistema antissocial que proíbe +cooperação e comunidade. Você normalmente não consegue ver o código-fonte; +você não pode dizer quais truques desagradáveis, ou quais erros tolos, ele +pode conter. Se você não gosta, você é incapaz de mudar isso. Pior de tudo, +você está proibido de compartilhá-lo com outras pessoas. Proibir o +compartilhamento de software é cortar os laços da sociedade.

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+Hoje temos uma grande comunidade de usuários que executam GNU, Linux e +outros softwares livres. Milhares de pessoas gostariam de estender isso e +adotaram o objetivo de convencer mais usuários de computadores a “usar +software livre”. Mas o que significa “usar software livre”? Isso significa +escapar do software proprietário ou simplesmente instalar programas livres +ao lado dele? Estamos com o objetivo de levar as pessoas à liberdade ou +apenas apresentá-las ao nosso código? Em outras palavras, estamos +trabalhando pela liberdade ou substituímos esse objetivo pelo objetivo +superficial da popularidade?

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+É fácil adquirir o hábito de ignorar essa distinção, porque em muitas +situações comuns não faz diferença. Quando você está tentando convencer uma +pessoa a experimentar um programa livre, ou para instalar o sistema operacional GNU/Linux, qualquer +objetivo levaria para a mesma conduta prática. No entanto, em outras +situações, os dois objetivos inspiram ações muito diferentes.

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+Por exemplo, o que devemos dizer quando o driver de vídeo não livre da +Invidious2, o banco +de dados não livre da Prophecy3 ou o interpretador e bibliotecas não livres +da linguagem Indonésia são lançados em uma versão que funciona no GNU/Linux? +Devemos agradecer aos desenvolvedores por este “apoio” para o nosso sistema +ou deveríamos considerar este programa não livre como qualquer outro – +como um incômodo atrativo, uma tentação de aceitar a servidão, um problema a +ser resolvido?

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+Se você tomar como objetivo o aumento da popularidade de certos softwares +livres, se você procurar convencer mais pessoas a usar alguns programas +livres o tempo todo, você pode pensar que esses programas não livres são +contribuições úteis para esse objetivo. É difícil contestar a alegação de +que sua disponibilidade ajuda a tornar o GNU/Linux mais popular. Se o uso +generalizado do GNU ou Linux é o objetivo final da nossa comunidade, devemos +aplaudir logicamente todos os aplicativos que são executados, sejam livres +ou não.

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+Mas se o nosso objetivo é a liberdade, isso muda tudo. Os usuários não podem +ser livres enquanto usarem de um programa não livre. Para libertar os +cidadãos do ciberespaço, temos que substituir os programas não livres, não +aceitá-los. Eles não são contribuições para a nossa comunidade, são +tentações para se contentar com a contínua falta de liberdade.

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+Existem duas motivações comuns para desenvolver um programa livre. Uma é que +não há programa para fazer o trabalho. Infelizmente, aceitar o uso de um +programa não livre elimina essa motivação. A outra é a vontade de ser livre, +o que motiva as pessoas a escreverem substitutos livres para programas não +livres. Em casos como esses, esse motivo é o único que pode fazer o +trabalho. Simplesmente usar uma substituição livre nova e inacabada, antes +de se comparar tecnicamente ao modelo não livre, você pode ajudar a +encorajar os desenvolvedores livres a perseverar até que se torne superior.

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+Esses programas não livres não são triviais. Desenvolver substitutos livres +para eles será um grande trabalho; isso pode levar anos. O trabalho pode +precisar da ajuda de futuros hackers, jovens de hoje, pessoas ainda a serem +inspiradas a participar do trabalho sobre software livre. O que podemos +fazer hoje para ajudar a convencer outras pessoas, no futuro, a manter a +determinação e a persistência necessárias para concluir este trabalho?

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+A maneira mais eficaz de fortalecer nossa comunidade para o futuro é +disseminar a compreensão do valor da liberdade – ensinar mais pessoas +a reconhecer a inaceitabilidade moral do software não livre. As pessoas que +valorizam a liberdade são, a longo prazo, sua melhor e essencial defesa.

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Originalmente publicado na Newsforge.

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+ + +Nota do tradutor: +
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  1. + +A palavra inglesa “free” tem dois significados comuns, “livre” e “gratuito” +(ou “grátis”), que podem causar confusão na interpretação do termo “free +software”. Por software livre não significar a mesma coisa que software +gratuito, é comum e necessária a desambiguação nas páginas do GNU em +inglês. Em português, provavelmente não ocorre tal ambiguidade, mas a +distinção permanece relevante. +
  2. +
  3. + +Invidious (do latim invidia, inveja) significa +“que causa ressentimento ou raiva”. Aqui é um jogo de palavras com “nVidia”. +
  4. +
  5. + +Prophecy (em inglês, profecia) significa “predição do +futuro”. Aqui é um jogo de palavras com “Oracle” (em português, oráculo), +que significa “a divindade consultada ou o sacerdote encarregado da consulta +à divindade e transmissão de suas respostas”. +
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