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Algumas são ambíguas ou enganosas; outras +pressupõe um ponto de vista com o qual discordamos e do qual esperamos que +você também discorde.</p> + +<div class="announcement"> +<blockquote><p>Observe também as <a href="/philosophy/categories.html">Categorias de +Software Livre</a>, <a href="/philosophy/why-call-it-the-swindle.html">Por +Que Chamá-lo de Swindle?</a></p></blockquote> +</div> + +<p> <!-- GNUN-SORT-START --> +“<a href="#Open">Aberto</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Access">Acesso</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Ad-blocker">Ad-blocker</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Alternative">Alternativa</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Assets">Ativos</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#DigitalGoods">Bens Digitais</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#DigitalLocks">Cadeados Digitais</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Commercial">Comercial</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#SharingPersonalData">Compartilhar (dados pessoais)</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Compensation">Compensação</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#TrustedComputing">Computação Confiável</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#CloudComputing">Computação em Nuvem</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Consumer">Consumidor</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Consume">Consumo</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Content">Conteúdo</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Creator">Criador</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#GiveAwaySoftware">Dar software</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#ForFree">De graça</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#FreelyAvailable">Disponível livremente</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#BSD-style">do tipo BSD</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Ecosystem">Ecossistema</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Closed">Fechado</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#FLOSS">FLOSS</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#FOSS">FOSS</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Freeware">Freeware</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#DigitalRightsManagement">Gestão Digital de Direitos</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Google">Google</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Hacker">Hacker</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#SoftwareIndustry">Indústria do Software</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#InternetofThings">Internet das Coisas</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#CreativeCommonsLicensed">licenciado em Creative Commons</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Market">Mercado</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#SourceModel">Modelo da fonte</a>” | + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Modern">Moderno</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Monetize">Monetizar</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#MP3Player">MP3 player</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#PC">PC</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Photoshop">Photoshop</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Piracy">Pirataria</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#PowerPoint">PowerPoint</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Product">Produto</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#IntellectualProperty">Propriedade intelectual</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#CopyrightOwner">Proprietário do direito autoral</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Protection">Proteção</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#RAND">RAND</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Theft">Roubo</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#SaaS">SaaS</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#SharingEconomy">Sharing economy</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#LAMP">sistema LAMP</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Linux">sistema Linux</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Skype">Skype</a>” | <!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!--#if expr="$LANGUAGE_SUFFIX = /^.(es)$/" --> +<!-- TRANSLATORS: translate if this word is used often in your + language to refer to mobile computers; otherwise, + fill the translation with a space. --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +“<a href="#Terminal">Terminal</a>” | <!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<!--#endif + --> +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#Vendor">Vendedor</a>” | +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +“<a href="#SellSoftware">Vender software</a>” <!-- GNUN-SORT-STOP --> +</p> + +<!-- GNUN-SORT-START --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Open">“Aberto”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, evite usar o termo “aberto” ou “código aberto” como substitutos +para “software livre”. Esses termos referem a <a +href="/philosophy/open-source-misses-the-point.html">pontos de vista +diferentes</a>, baseada em valores diferentes. O movimento do software livre +é uma campanha pela sua liberdade na computação, por uma questão de +justiça. O código aberto, que não é um movimento, não é uma campanha por +nada neste caminho.</p> + +<p>Ao se referir às visões do código aberto, é correto usar o nome, mas por +favor não use este termo ao falar sobre nós, nosso software ou nossas +visões—isto leva pessoas a presumir que nossas visões são similares às +deles.</p> + +<blockquote> +<p>Em vez de <b>código aberto</b>, nós dizemos <b>software livre</b> ou +<b>software libre</b>.</p> +</blockquote> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Access">“Acesso”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +É um equívoco comum pensar que software livre significa que o público tem +“acesso” a um programa. Isso não é o que software livre significa.</p> +<p> +O <a href="/philosophy/free-sw.html">critério do software livre</a> não é +sobre quem tem “acesso” ao programa; as quatro liberdades essenciais dizem +respeito ao que um usuário que tem uma cópia do programa é permitido fazer +com ela. Por exemplo, a liberdade 2 diz que esse usuário é livre para fazer +outra cópia e dar ou vendê-la a você. Mas nenhum usuário é <em>obrigado</em> +a fazer isso por você; você não tem o <em>direito</em> de exigir uma cópia +desse programa de nenhum usuário.</p> +<p> +Em particular, se você mesmo escrever um programa e nunca oferecer uma cópia +a qualquer outra pessoa, este programa é um software livre embora em uma +forma trivial, pois todo usuário que tenha uma cópia das quatro liberdades +essenciais (já que o único usuário é você).</p> +<p> +Na prática, quando muitos usuários têm cópias de um programa, certamente +alguém o colocará na internet, dando a todos o acesso a ele. Nós achamos que +as pessoas deveriam fazer isso, se o programa é útil. Mas este não é um +requisito do software livre.</p> +<p> +Há um ponto específico em que a questão de ter acesso é diretamente +pertinente ao software livre: a GNU GPL permite dar a um usuário específico +o acesso para baixar o código fonte de um programa em vez de dar a esse +usuário uma cópia física do código fonte. Isso se aplica ao caso especial em +que o usuário já possui uma cópia do programa mas não possui o fonte.</p> + +<blockquote><p>Em vez de <b>com software livre, o público tem acesso ao programa</b>, nós +dizemos <b>com software livre, os usuários têm as liberdades essenciais</b> +e <b>com software livre, os usuários têm controle do que o programa fazer +para eles</b>.</p> +</blockquote> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Ad-blocker">“Ad-blocker”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Quando o propósito de alguns programas é bloquear propagandas, “ad-blocker” +é um bom termo para ele. Porém, o navegador GNU IceCat bloqueia propagandas +que rastreiam o usuário como consequência de um grupo de medidas para +prevenir vigilância por sites. Isso não é um “ad-blocker”, isso é uma +<em>proteção contra vigilância</em>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Alternative">“Alternativa”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Não descrevemos o software livre como uma “alternativa” ao software +proprietário, pois a palavra presume que todas as “alternativas” são +legítimas e que cada nova “alternativa” disponível deixa os usuários numa +posição melhor. De fato, a palavra presume que o software livre deve +coexistir com aquele que não respeita a liberdade dos usuários.</p> +<p> +Acreditamos que a única maneira ética de disponibilizar software para outras +pessoas é sua distribuição como software livre. Os outros métodos, <a +href="/philosophy/free-software-even-more-important.html">software não +livre</a> e <a +href="/philosophy/who-does-that-server-really-serve.html">Serviço como +Substituto do Software</a> subjugam seus usuários. Não acreditamos que seja +bom oferecer aos usuários essas “alternativas” ao software livre. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Assets">“Ativos”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Para se referir a obras publicadas como “ativos”, ou “ativos digitais”, é +ainda pior que chamá-los de <a href="#Content">“conteúdo”</a> — ele +presume que eles tenham nenhum volume para a sociedade, exceto para um valor +comercial.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="DigitalGoods">“Bens Digitais”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “bens digitais”, quanto aplicado a obras autorais, as identifica com +bens físicos — que não podem ser copiados e tem, portanto, de ser +manufaturados em grande quantidade e vendidos. Essa metáfora incentiva o +julgamento das questões sobre software ou outras obras digitais baseado na +visão e intuições que as pessoas têm sobre bens físicos. Ela também enquadra +os problemas nos termos da economia, cujos valores superficiais e limitados +não incluem a liberdade e a comunidade.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="DigitalLocks">“Cadeados Digitais”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “cadeados digitais” é usado para se referir à Gestão Digital de +Restrições (em inglês, comumente DRM) por algumas pessoas que a criticam. O +problema desse termo é que ele não faz justiça à maldade do DRM. Quem o +adota não pensou direito sobre o assunto.</p> +<p> +Cadeados não são necessariamente opressivos ou maus. Você provavelmente +possui vários, e suas chaves ou códigos também; você pode achá-los úteis ou +problemáticos, mas eles não lhe oprimem, pois você pode abri-los e +fechá-los. Da mesma maneira, nós achamos que a <a +href="http://www.theguardian.com/technology/2015/may/01/encryption-wont-work-if-it-has-a-back-door-only-the-good-guys-have-keys-to-">criptografia</a> +é inestimável para a proteção dos nossos arquivos digitais. Esta também é +uma espécie de cadeado digital que você controla.</p> +<p> +O DRM é como um cadeado colocado em você por alguém que se recusa a lhe dar +a chave — em outras palavras, é como <em>algemas</em>. Assim, a metáfora +adequada para o DRM é “algemas digitais” e não “cadeados digitais”.</p> +<p> +Várias campanhas de oposição escolheram esse termo imprudente, “cadeados +digitais”; para colocar as coisas no trilho, devemos insistir firmemente na +correção desse erro. A FSF pode apoiar uma campanha que se opõe aos +“cadeados digitais” se concordarmos com sua essência; no entanto, quando +afirmarmos nosso apoio, manifestadamente substituiremos a palavra por +“algemas digitais” e explicaremos por quê.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Commercial">“Comercial”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, não use “comercial” como um sinônimo para “não livre.” Isso +confunde dois assuntos totalmente diferentes.</p> +<p> +Um programa é comercial se é desenvolvido como uma atividade de negócios. Um +programa comercial pode ser livre ou não livre, dependendo de sua maneira de +distribuição. Da mesma maneira, um software desenvolvido por uma +universidade ou um indivíduo pode ser livre ou não livre, dependendo de como +é distribuído. As duas questões — que tipo de entidade desenvolveu o +programa e que liberdades seu usuário tem — são independentes.</p> +<p> +Na primeira década do movimento do software livre, pacotes de software livre +eram quase sempre não comerciais; os componentes do sistema operacional +GNU/Linux foram desenvolvidos por individuais ou organizações com fins não +lucrativos como a FSF e universidades. Mais tarde, nos anos 90, software +livre comercial começou a aparecer.</p> +<p> +Software livre comercial é uma contribuição para nossa comunidade, portanto +devemos encorajá-lo. Mas pessoas que pensam que “comercial” significa “não +livre” tenderão a pensar que a combinação “livre e comercial” é +autocontraditória e descartarão a possibilidade. Sejamos cuidadosos para não +usar a palavra “comercial” dessa maneira.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="SharingPersonalData">“Compartilhar (dados pessoais)”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Quando empresas manipulam ou atraem pessoas para que estas revelem seus +dados pessoais e, dessa forma, cedam sua privacidade, por favor não se +refira a isso como “compartilhar”. Nós usamos o termo “compartilhar” +referindo à cooperação não comercial e dizemos que isso é <em>bom</em>. Por +favor, não faça uso daquela palavra para uma prática que é prejudicial e +perigosa.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Compensation">“Compensação”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Falar da “compensação do autor” em conexão com os direitos autorais presume +que (1) os direitos autorais existem para o bem dos autores e +(2) sempre que lemos algo, estamos em débito com o autor e devemos +reembolsá-lo. A primeira suposição é simplesmente <a +href="/philosophy/misinterpreting-copyright.html">falsa</a> e a segunda é +ultrajante. +</p> +<p> +A “compensação do titular dos direitos” adiciona uma outra cilada: você deve +acreditar que isso significa pagar os autores, e ocasionalmente isso é +verdade, mas na maior parte do tempo significa um subsídio para as mesmas +companhias de publicação que estão empurrando leis injustas para cima de +nós. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="TrustedComputing">“Computação Confiável”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +<a href="/philosophy/can-you-trust.html">“Computação Confiável”</a> é o nome +que os proponentes deram a um esquema para redesenhar os computadores de +maneira que os desenvolvedores de aplicações possam confiar no seu +computador para obedecer a eles, e não a você. Do ponto de vista deles, a +máquina é “confiável”; mas do seu ponto de vista, ele é “traiçoeiro.” +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="CloudComputing">“Computação em Nuvem”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p id="Cloud"> +O termo “computação em nuvem” (ou simplesmente “nuvem”, no contexto da +computação) é uma palavra da moda sem qualquer sentido coerente. Ela é usada +para designar uma série de atividades diferentes cuja única característica +comum é usar a Internet para algo além da transmissão de arquivos. Portanto, +o termo promove a confusão. Se você pensar baseando-se nela, seu pensamento +será confundido (ou, poderíamos dizer “nebuloso”?). +</p> + +<p> +Quando estiver respondendo a alguém que usou esse termo, o primeiro passo é +esclarecer o assunto. Sobre qual cenário ela estava falando? Qual é um termo +bom e claro para esse cenário? Uma vez que o tópico esteja claramente +formulado, um pensamento coerente sobre isto se torna possível. +</p> + +<p> +Um dos muitos significados de “computação em nuvem” é o armazenamento de +seus dados em serviços online. Na maior parte dos casos, isso é insensato, +pois te expõe à <a +href="http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2011/apr/25/hackers-spooks-cloud-antiauthoritarian-dream">vigilância</a>. +</p> + +<p> +Outro significado (que se sobrepõe ao anterior, mas não é a mesma coisa) é o +<a href="/philosophy/who-does-that-server-really-serve.html">Serviço como +Substituto do Software (Service as a Software Substitute)</a>, que nega seu +controle da computação realizada. Você nunca deve utilizar o SaaSS. +</p> + +<p> +Outro significado é a locação de um servidor físico remoto, ou de um +servidor virtual. Essas práticas são aceitáveis sob certas circunstâncias. +</p> + +<p> +Ainda outro significado é o acesso ao seu próprio servidor a partir do seu +próprio dispositivo móvel. Essa prática também não traz questões éticas em +particular. +</p> + +<p> +A <a href="https://csrc.nist.gov/publications/detail/sp/800-145/final"> +definição de “computação em nuvem” do NIST</a> menciona três cenários que +trazem diferentes questões éticas: Software como um Serviço, Plataforma como +Serviço e Infraestrutura como Serviço. No entanto, essa definição não +corresponde ao uso comum de “computação em nuvem”, uma vez que não inclui +serviços online de armazenamento de dados. A maneira como o NIST define +Software como Serviço se sobrepõe consideravelmente com o Serviço como +Substituto do Software, que maltrata o usuário, mas os dois conceitos não +são equivalentes. +</p> + +<p> +Essas diferentes práticas de computação nem mesmo pertencem à mesma +discussão. A melhor maneira de evitar a confusão que o termo “computação em +nuvem” promove é não usar “nuvem” em conexão à computação. Fale sobre o +cenário usando um termo específico. +</p> + +<p> +Curiosamente, Larry Ellison, um desenvolvedor de software proprietário, +também <a +href="http://www.cnet.com/news/oracles-ellison-nails-cloud-computing/">notou +a vacuidade do termo “computação em nuvem”</a>. Ele decidiu usar o termo +mesmo assim, pois, como um desenvolvedor de software proprietário, ele não é +motivado pelos mesmos ideais que nós. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Consumer">“Consumidor”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “consumidor” quando usado para se referir aos usuários de +computação, é carregado com os pressupostos que devemos rejeitar. Alguns vêm +da ideia de que usar um programa o “consome” (veja <a href="#Consume">a +entrada anterior</a>), o que leva as pessoas a impor sobre as obras digitais +copiáveis as conclusões econômicas que foram tiradas sobre os produtos +materiais não copiáveis.</p> +<p> +Além disso, a descrição de usuários de software como “consumidores” se +refere a uma mentalidade na qual pessoas são limitadas a escolher entre +qualquer “produto” que esteja disponível no “mercado”. Nessa mentalidade não +há lugar para a ideia de que os usuários possam <a +href="/philosophy/free-software-even-more-important.html">exercer controle +direto sobre o que o programa faz</a>.</p> +<p> +Para descrever pessoas que não estão limitadas ao uso passivo de obras, +sugerimos os termos “indivíduos” e “cidadãos”, em vez de “consumidores”.</p> +<p> +O problema com a palavra “consumidor” já foi <a +href="http://www.theguardian.com/commentisfree/2013/aug/11/capitalism-language-raymond-williams">notado +anteriormente</a>. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Consume">“Consumo”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +“Consumo” refere-se ao que fazemos com os alimentos: nós os ingerimos, +depois disso a comida, como tal, não existe mais. Por analogia, podemos +empregar a mesma palavra para outros produtos cuja utilização os +<em>extingue</em>. Empregá-la a bens duráveis, como roupas ou aparelhos, é +um exagero. Empregá-la a obras publicadas (programas, gravações em discos ou +em um arquivos digitais, livros de papel ou digitais), cuja natureza é durar +indefinidamente e que podem ser executadas, reproduzidas ou lidas tanto +quanto se queira, é estender a palavra até aquela se encaixe. Reprodução de +uma gravação, ou a execução de um programa, não os consome.</p> + +<p> +Aqueles que usam “consumo” neste contexto vão dizer que eles não querem +dizer isso literalmente. Então, o que isso significa? Significa considerar +cópias de softwares e outras obras de um ponto de vista estritamente +econômico. “Consumo” está associado com as economias de materiais de +consumo, tal como o combustível e eletricidade que um carro usa. A gasolina +é uma mercadoria, assim como a eletricidade. Os materiais de consumo são +<em>fungíveis</em>: não há nada especial em uma gota de gasolina que seu +carro queima hoje em comparação com outra gota que foi queimada na semana +passada.</p> + +<p>O que significa pensar sobre obras de autoria como materiais de consumo, com +a suposição de que há nada especial sobre qualquer história, artigo, +programa ou música? Este é um ponto de vista distorcido do dono ou o +contador de uma empresa de publicidade. Não é surpresa que o software +proprietário queira que você pense no uso de software como um material de +consumo. Seu ponto de vista distorcido aparece claramente <a +href="http://www.businessinsider.com/former-google-exec-launches-sourcepoint-with-10-million-series-a-funding-2015-6">neste +artigo</a>, que também se refere a publicações como “<a +href="#Content">conteúdo</a>”.</p> + +<p> +O pensamento limitado associado com a ideia que nós “consumimos conteúdo” +abre caminho para leis como o DMCA que proíbe aos usuários de se livrarem +dos mecanismos de <a href="http://DefectiveByDesign.org/">Gestão Digital de +Restrições</a> (DRM<sup><a id="TransNote1-rev" +href="#TransNote1">1</a></sup>) nos dispositivos digitais. Se os usuários +pensarem que o que eles fazem com esses dispositivos é “consumo”, eles podem +considerar tais restrições como sendo naturais.</p> + +<p> +Isso também incentiva a aceitação dos serviços de “streaming”, que utilizam +DRM para perversamente criar limites a ouvir músicas, ou assistir vídeos, +para apertar aquelas atividades para caber na suposição da palavra +“consumo”.</p> + +<p> +Por que é que este uso perverso do termo vem se espalhando? Alguns podem +achar que o termo soa sofisticado, mas rejeitá-lo com razões convincentes +pode parecer ainda mais sofisticado. Alguns querem generalizar quase todos +os tipos de mídia, mas os verbos (“ler”, “ouvir”, “assistir”) não fazem +isso. Outros podem estar agindo sob interesses comerciais (os seus próprios, +ou dos seus empregadores). O uso por parte destes em fóruns de prestígio dá +a impressão de que o termo é “correto”.</p> + +<p> +Falar de “consumir” música, ficção ou outras obras artísticas é tratá-las +como material de consumo em vez de arte. Queremos pensar sobre obras +publicadas desta forma? Queremos encorajar o público a fazê-lo?</p> + +<p>Aqueles que respondem não, por favor juntem-se a mim evitando o termo +“consumo” para este sentido.</p> + +<p>O que usar em vez disso? Você pode usar verbos específicos, tal como “ler”, +“ouvir”, “assistir” ou “olhar”, já que eles ajudam a restringir a tendência +de excesso de generalização.</p> + +<p>Se você insiste em generalizar, você pode usar a expressão “atender a”, que +requer menos extensão do que “consumo”. Para uma obra destinada a um uso +prático, “usar” é melhor.</p> + +<p>Veja também a entrada a seguir.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Content">“Conteúdo”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Se você deseja descrever um sentimento de conforto e satisfação, você pode +com certeza dizer que você está “contente”<sup><a id="TransNote2-rev" +href="#TransNote2">2</a></sup>, mas usar a palavra “conteúdo” como um +substantivo para descrever publicações e obras autorais adota uma atitude +que você talvez prefira evitar: ela as trata como um material de consumo +cujo propósito é encher uma caixa e ganhar dinheiro. Na verdade, ela denigre +as próprias obras. Se você não concorda com essa atitude, você pode +chamá-las de “obras” ou “publicações”. +</p> +<p> +Os que usam o termo “conteúdo” geralmente são as editoras que empurram um +poder aumentado dos direitos autorais no nome dos autores (“criadores”, como +eles dizem) das obras. O termo “conteúdo” revela sua real atitude em relação +às obras e seus autores. isso também foi reconhecido por Tom Chatfield <a +href="https://www.theguardian.com/culture/2016/aug/02/how-to-deal-with-trump-trolls-online">no +Guardian</a>:</p> + +<blockquote><p> +O conteúdo por si só é irrelevante — como o próprio uso das palavras +tipo conteúdo sugere. O momento que você começar a rotular cada pedaço de +escrita de “conteúdo” do mundo, você concedeu sua intercambialidade: seu +propósito primário como mera munição para o moinho métrico. +</p></blockquote> + +<p> +Em outras palavras, “conteúdo” reduz publicações e escritas a uma espécie de +mistura a ser canalizada por meio de “tubos” da internet. +</p> + +<p>Veja também a <a href="http://www.salon.com/2000/06/14/love_7/">carta aberta +de Courtney Love para Steve Case</a> e pesquise por “content provider” nesta +página. Aliás, Sra. Love não tem ciência de que o termo “intellectual +property” (propriedade intelectual) também é um <a +href="#IntellectualProperty">ambíguo e confuso</a>.</p> +<p> +No entanto, enquanto outras pessoas usarem o termo “provedor de conteúdo”, +dissidentes políticos pode muito bem chamar a si mesmos de “provedores de +malconteúdo”<sup><a id="TransNote3-rev" href="#TransNote3">3</a></sup>.</p> +<p> +O termo “gestão de conteúdo” leva o prêmio de vacuidade. “Conteúdo” +significa “algum tipo de informação” e “gestão” nesse contexto significa +“fazer alguma coisa com ela.” Então, um “sistema de gestão de conteúdo” é um +sistema para fazer algo com algum tipo de informação. Quase todos os +programas encaixam nessa descrição.</p> + +<p> +Na maior parte dos casos, o termo na verdade se refere a um sistema para +atualizar páginas em um site. Para tanto, recomendamos o termo “sistema de +revisão de web sites” (do inglês “web site revision system” ou WRS).</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Creator">“Criador”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “criador” quando aplicado à autores, os compara implicitamente a uma +deidade (“o criador”). A palavra é usada pelas editoras para elevar a moral +dos autores acima daquela das pessoas normais, de maneira a justificar a +atribuição de maiores poderes dos direitos autorais, poderes estes que os +publicadores podem, então, exercer em nome dos autores. Recomendamos +chamá-los de “autores”. No entanto, em muitos casos “detentor dos direitos +autorais” é o que você realmente quer dizer. Esse dois termos não são +equivalentes: frequentemente, o detentor dos direitos autorais não é o +autor.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="ForFree">“De graça”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Se você quer dizer que um programa é software livre, por favor não diga que +ele está disponível “de graça”. Software livre é uma questão de liberdade, +não de preço<sup><a id="TransNote5-rev" href="#TransNote5">5</a></sup>.</p> +<p> +Cópias de software livre frequentemente estão disponíveis “gratuitamente” +— por exemplo, para download via FTP. Mas cópias de software livre +também estão disponíveis por um preço no formato de CD-ROMs, enquanto que +cópias de software proprietário estão ocasionalmente disponíveis +gratuitamente em promoções e alguns pacotes proprietários estão normalmente +disponíveis sem qualquer custo para certos usuários.</p> +<p> +Para evitar confusões, você pode dizer que um programa está disponível “como +software livre”.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="FreelyAvailable">“Disponível livremente”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Não use o termo “software disponível livremente” como um sinônimo de +“software livre”. Eles não são equivalentes. Software está “disponível +livremente” se é de fácil acesso. “Software livre” é definido pela liberdade +dos usuários de terem uma cópia. Essas são respostas para problemas +diferentes. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="GiveAwaySoftware">“Doar software”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +É enganoso usar os termos “doar software” ou “dar software de graça” quando +queremos dizer “distribuir um programa como software livre”: eles implicam +que a questão é o preço, não a liberdade. Uma das maneiras de evitar essa +confusão é dizer “publicado como software livre”.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="BSD-style">“do tipo BSD”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +A expressão “do tipo BSD” (do inglês “BSD-style”) leva à confusão, pois ela +<a href="/licenses/bsd.html">aglomera licenças que têm diferenças +importantes</a>. Por exemplo, a licença BSD original possui uma cláusula +advertindo que é incompatível com a Licença Pública Geral GNU, mas a licença +BSD revisada é compatível com a GPL.</p> +<p> +Para evitar confusões, é melhor nomear especificamente <a +href="/licenses/license-list.html">a licença em questão</a> e evitar o termo +vago “do tipo BSD”</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="SharingEconomy">“Economia compartilhada”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “economia compartilhada” ou “economia colaborativa”<sup><a +id="TransNote7-rev" href="#TransNote7">7</a></sup> não é uma boa maneira de +se referir a serviços como Uber e Airbnb que organizam transações comerciais +entre pessoas. Nós usamos o termo “compartilhamento” para nos referirmos à +cooperação não comercial, incluindo redistribuição não comercial de cópias +exatas de obras publicadas. Estender a palavra “compartilhada” para incluir +tais transações enfraquece seu significado, portanto não a usamos neste +contexto.</p> +<p> +Um termo mais adequado para negócios como o da Uber é “economia de serviço +por produção”.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Ecosystem">“Ecossistema”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Não é recomendado descrever a comunidade de software livre, ou qualquer +outra comunidade humana, como um “ecossistema”, pois a palavra implica a +ausência de julgamento moral.</p> + +<p> +O termo “ecossistema” sugere, implicitamente, uma atitude de observação +livre de julgamento: não pergunte como algo <em>deve</em> acontecer, apenas +estude e entenda o que <em>de fato</em> acontece. Em um ecossistema, alguns +organismos consomem outros organismos. Na ecologia, não perguntamos se é +certo ou errado que uma coruja coma um rato, ou que um rato coma uma +semente, apenas observamos que eles o fazem. A população das espécies cresce +ou diminui de acordo com as condições; isso não é nem certo nem errado, é +meramente um fenômeno ecológico, mesmo que ele leve à extinção de uma +espécie.</p> + +<p> +Por outro lado, seres que adotam uma postura ética perante aquilo que os +cerca podem decidir preservar coisas que, sem sua intervenção, poderiam +desaparecer — tais como a sociedade civil, a democracia, os direitos +humanos, a paz, a saúde pública, um clima estável, ar puro e água, as +espécies em perigo, as artes tradicionais… E as liberdades dos +usuários de computador. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Closed">“Fechado”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +A descrição do software não livre como “fechado” refere claramente ao termo +“código aberto”. No movimento do software livre, <a +href="/philosophy/open-source-misses-the-point.html">não queremos ser +confundidos com a turma do código aberto</a>, portanto temos o cuidado de +evitar dizer coisas que possam incentivar que sejamos agrupados com +eles. Por exemplo, evitamos descrever o software não livre como +“fechado”. Nós o chamamos de “não livre” ou <a +href="/philosophy/categories.html#ProprietarySoftware">“proprietário”</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="FLOSS">“FLOSS”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “FLOSS” (do inglês “Free/Libre and Open Source Software” ou +“Software Livre/Libre e de Código Aberto”) foi cunhado como uma maneira de +<a href="/philosophy/floss-and-foss.html">ser neutro entre o software livre +e o código aberto</a>. Se a neutralidade é seu objetivo, o termo “FLOSS” é a +melhor maneira de ser neutro. Mas se você quer mostrar que defende a +liberdade, não use um termo neutro.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="FOSS">“FOSS”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “FOSS”, que significa “Free and Open Source Software” (do inglês +“Software Livre e de Código Aberto”), foi cunhado como uma maneira de <a +href="/philosophy/floss-and-foss.html">ser neutro entre o software livre e o +código aberto</a>, mas na verdade não é. Se seu objetivo é a neutralidade, o +termo “FLOSS” é melhor. Mas se você quer mostrar que defende a liberdade, +não use um termo neutro.</p> + +<blockquote><p>Em vez de <b>FOSS</b>, nós dizemos <b>software livre</b> ou <b>software +libre</b>.</p> +</blockquote> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Freeware">“Freeware”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, não use o termo “freeware” como sinônimo de “software livre”. O +termo “freeware” era frequentemente usado nos anos 80 para programas +publicados apenas como executáveis cujo código fonte não estava +disponível. Hoje, ele não tem uma definição em particular com a qual todos +concordem.</p> +<p> +Quando usar uma língua diferente do inglês, por favor, evite emprestar +termos do inglês tais como “free software” ou “freeware.” O melhor é +traduzir o termo “free software” para <a +href="/philosophy/fs-translations.html">sua língua</a>.</p> + +<p> +Ao usar uma palavra em <a href="/philosophy/fs-translations.html">sua +própria língua</a>, você mostra que você está realmente se referindo à +liberdade e não apenas repetindo alguns conceitos misteriosos do marketing +estrangeiro. A referência à liberdade pode num primeiro momento parecer +estranha ou perturbadora aos seus compatriotas, mas uma vez que eles +entendam que ela significa exatamente o que diz, vão entender exatamente +qual é a questão. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="DigitalRightsManagement">“Gestão Digital de Direitos”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +A “Gestão Digital de Direitos”<sup><a id="TransNote4-rev" +href="#TransNote4">4</a></sup> (do inglês “Digital Rights Management”, +frequentemente abreviada como “DRM”) se refere a mecanismos técnicos +projetados para impor restrições à usuários de computador. A palavra +“direitos”, usada no termo, é propaganda arquitetada para pegar-lhe +desprevenido e direcionar sua visão para o ponto de vista daqueles poucos +que impõe tais restrições, ignorando os direitos do público em geral, sobre +o qual essas restrições são impostas.</p> +<p> +Entre boas alternativas estão as palavras “Gestão Digital de Restrições” e +“algemas digitais.”</p> +<p> +Por favor, registre-se para apoiar nossa <a +href="http://DefectiveByDesign.org/">campanha para abolir o DRM</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Google">“Google”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, evite usar o termo “google” como um verbo, com o significado de +procurar algo na internet. “Google” é apenas o nome de um determinado +mecanismo de pesquisa dentre outros. Em vez disso, sugerimos usar o termo +“pesquisar na web”. Tente usar um motor de busca que respeite sua +privacidade; <a href="https://duckduckgo.com/">DuckDuckGo</a> alega não +rastrear seus usuários. (Não há um meio para que pessoas de fora verifiquem +as alegações daquele tipo.)</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Hacker">“Hacker”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Um hacker é alguém que <a +href="http://stallman.org/articles/on-hacking.html">se diverte com a +engenhosidade lúdica</a> — não necessariamente com computadores. Os +programadores na antiga comunidade de software livre do <abbr +title="Massachusetts Institute of Technology">MIT</abbr> nos anos 60 e 70 +referiam a si mesmos como hackers. Por volta dos anos 80, os jornalistas que +descobriram a comunidade hacker entenderam o termo equivocadamente como +“transgressor de segurança”.</p> + +<p> +Por favor, não espalhe esse erro. Pessoas que burlam a segurança são +“crackers”.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="SoftwareIndustry">“Indústria do Software”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “indústria do software” incentiva as pessoas a imaginarem que o +software é sempre desenvolvido em uma espécie de fábrica e depois entregue +aos “consumidores.” A comunidade de software livre mostra que esse não é o +caso. Empresas de software existem, e várias delas desenvolvem software +livre e/ou não livre, mas aquelas que desenvolvem software livre não são +geridas como fábricas.</p> +<p> +O termo “indústria” está sendo usado como propaganda pelos defensores das +patentes de software. Eles chamam o desenvolvimento de software de uma +“indústria” e então tentam argumentar que isso significa que ele deveria +estar sujeito aos monopólios de patentes. <a +href="https://web.archive.org/web/20071215073111/http://eupat.ffii.org/papers/europarl0309/" +title="archived version of http://eupat.ffii.org/papers/europarl0309/">O +Parlamento Europeu, ao rejeitar as patentes de software em 2003, votou a +definição de “indústria” como “produção automatizada de bens materiais.”</a></p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="InternetofThings">“Internet das Coisas”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Quando as empresas decidiram fabricar aparelhos computadorizados que se +conectariam pela internet ao servidor do fabricante e, portanto, poderiam +facilmente espionar seus usuários, eles perceberam que isso não soaria muito +legal. Então, eles criaram um nome atraente e bonito: a “Internet das +Coisas” ou, em inglês, “Internet of Things”.</p> +<p> +A experiência mostra que esses produtos, de fato, costumam <a +href="http://www.locusmag.com/Perspectives/2015/09/cory-doctorow-what-if-people-were-sensors-not-things-to-be-sensed/">espionar +seus usuários</a>. Eles também são feitos sob medida para <a +href="http://ieet.org/index.php/IEET/more/rinesi20150806">dar conselhos +tendenciosos às pessoas</a>. Além disso, o fabricante pode <a +href="/proprietary/proprietary-sabotage.html">sabotar o produto</a> +desativando o servidor do qual depende.</p> +<p> +Nós chamamos de “Internet das Picadas” ou, em inglês, “Internet of Stings”. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="CreativeCommonsLicensed">“licenciado em Creative Commons”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +A característica mais importante do licenciamento de uma obra é se ela é +livre. A Creative Commons publica sete licenças; três são livres (CC BY, CC +BY-SA e CC0) e o resto é não livre. Portanto, a descrição de uma obra como +“licenciada em Creative Commons” fracassa em dizer se ela é livre ou não, e +sugere que essa questão não é importante. A frase pode ser verdade, mas a +omissão é nociva. +</p> + +<p> +Para incentivar que se preste atenção à distinção mais importante, sempre +especifique <em>qual</em> licença Creative Commons é usada, por exemplo +“licenciado sob CC BY-SA.” Se você não sabe qual licença foi usada, descubra +e depois faça sua declaração. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Market">“Mercado”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +É enganoso descrever usuários de software livre, ou usuários de software em +geral, como um “mercado”.</p> +<p> +Isso não quer dizer que não existe lugar para mercados na comunidade de +software livre. Se você tiver um negócio de suporte a software livre, por +consequência tem clientes e realiza trocas com eles em um mercado. Desde que +você respeite a liberdade de seus clientes, desejamos-lhe sucesso em seu +mercado.</p> +<p> +Mas o movimento do software livre é um movimento social, não um negócio, e o +sucesso que ele busca não é um sucesso de mercado. Estamos tentando servir o +público dando liberdade a ele — não competindo para tirar negócios de +um rival. Equiparar essa campanha pelo software livre com esforços de uma +empresa para atingir mero sucesso é negar a importância da liberdade e +legitimar o software proprietário.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="SourceModel">“Modelo da fonte”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +A Wikipédia usar o termo “modelo da fonte” de maneira confusa e +ambígua. Ostensivamente, ele se refere a como o código-fonte de um programa +é distribuído, mas o texto confunde isso com a metodologia de +desenvolvimento. Ele distingue “código aberto” e “código compartilhado” como +respostas, mas elas se sobrepõe — a Microsoft usa o último como um +termo de marketing para revestir uma série de práticas, algumas das quais +são “código aberto.” Assim, o termo na verdade não comunica nenhuma +informação coerente, mas provê uma oportunidade para dizer “código aberto” +em páginas descrevendo programas de software livre.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Modern">“Moderno”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “moderno” faz sentido a partir de uma perspectiva descritiva – +por exemplo, apenas para distinguir períodos e caminhos mais novos dos mais +antigos.</p> + +<p>Torna-se um problema quando carrega a presunção de que os modos mais antigos +são “antiquados”; isto é, presumivelmente pior. Nos campos tecnológicos em +que as empresas fazem as escolhas e as impõem aos usuários, o inverso é +frequentemente verdadeiro.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Monetize">“Monetizar”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +A definição correta de “monetizar” é “usar algo como moeda de troca”. Por +exemplo, sociedades humanas monetizaram o ouro, a prata, o cobre, o papel +impresso, tipos especiais de conchas e pedras grandes. No entanto, estamos +vendo uma tendência de usar a palavra de outra maneira, significando “usar +algo como uma base para lucro”.</p> +<p> +Esse uso coloca o lucro como primário e a coisa que é usada para obtê-lo +como secundária. Essa atitude, quando aplicada a um projeto de software, é +contestável, pois ela levaria os desenvolvedores a escreverem programas +proprietários, se concluírem que escrever programas livres não é +suficientemente lucrativo.</p> +<p> +Um negócio produtivo e ético pode dar dinheiro, mas se ele subordina tudo +mais ao lucro, é pouco provável que irá manter-se ético.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="MP3Player">“MP3 Player”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> + +<!-- The MP3 patents will reportedly expire by 2018. --> +No fim dos anos 90, tornou-se possível criar tocadores de áudio digital com +memória em estado sólido. A maior parte tinha suporte ao codec patenteado +MP3, e esse ainda é o caso. Alguns tinham suporte a codecs livres de +patentes, como o Ogg Vorbis e o FLAC, e outros nem mesmo tinham suporte a +arquivos codificados em MP3, pois seus desenvolvedores precisavam se +proteger das patentes do formato MP3.</p> + +<p>Usar o termo “MP3 players” (ou “tocadores de MP3”) para tocadores de áudio +tem o efeito de promover o formato MP3 e de desencorajar os outros formatos +(alguns dos quais também são tecnicamente superiores). Ainda que as patentes +do MP3 tenham expirado, ainda é indesejável fazer isso.</p> + +<p>Nós sugerimos o termo “tocador de áudio digital”, ou simplesmente “tocador +de áudio” ou “reprodutor de áudio” quando estiver claro o suficiente, em vez +de “MP3 player”.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="PC">“PC”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +É certo usar a abreviação “PC” para se referir a um certo tipo de hardware +de computador, mas por favor não a use com implicando que o computador está +rondando o Microsoft Windows. Se você instalar o GNU/Linux no mesmo +computador, ela ainda é um PC.</p> + +<p> +O termo “WC” já foi sugerido para um computador rodando Windows<sup><a +id="TransNote6-rev" href="#TransNote6">6</a></sup>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Photoshop">“Photoshop”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, evite o uso do termo “photoshop” como um verbo que significa +qualquer tipo de manipulação de fotos ou edição de imagens em geral. O +Photoshop é apenas o nome de um programa de edição de imagens específico que +deve ser evitado, já que é proprietário. Existem muitos outros programas +para a edição de imagens, como o <a href="/software/gimp">GIMP</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Piracy">“Pirataria”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Editoras de livros, filmes, música etc. frequentemente se referem às +reproduções que não aprovam como “pirataria”. Dessa maneira, eles sugerem +que esse ato é eticamente equivalente a atacar navios em alto mar e +sequestrar e assassinar a tripulação. Baseado nessa propaganda, elas têm +tentado passar leis ao redor do mundo para proibir reprodução na maioria +(algumas vezes todas) das circunstâncias. (Elas ainda estão fazendo pressão +para deixar essas proibições mais completas.) +</p> +<p> +Se você acredita que a cópia não aprovada pela editora não é a mesma coisa +que o sequestro e o assassinato, talvez prefira não usar a palavra +“pirataria” para descrevê-la. Termos neutros, como “cópia não autorizada” +(ou “cópia proibida”, quando ela é ilegal), estão disponíveis para o +uso. Alguns de nós podem até mesmo preferir o uso de um termo positivo, como +“compartilhar informações com seu vizinho.”</p> + +<p> +Um juiz americano, presidindo um julgamento por violação dos direitos +autorais, reconheceu que <a +href="http://torrentfreak.com/mpaa-banned-from-using-piracy-and-theft-terms-in-hotfile-trial-131129/">“pirataria” +e “roubo” são apenas palavras difamatórias</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="PowerPoint">“PowerPoint”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, evite uso o termo “PowerPoint” para indicar qualquer tipo de +apresentação de slides. “PowerPoint” é apenas o nome de um programa +proprietário para fazer apresentações específico. Para o bem de sua +liberdade, você deve usar apenas software livre para fazer suas +apresentações — o que significa <em>não PowerPoint</em>. Opções +recomendadas incluem a classe <code>beamer</code> do LaTeX e o LibreOffice +Impress.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Product">“Produto”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Se você está falando sobre um produto, por favor, chame assim. No entanto, +ao se referir a um serviço, não o chame de “produto”. Se um prestador de +serviços chamar o serviço de um “produto”, insista firmemente em chamá-lo de +“serviço”. Se um prestador de serviços chamar um acordo de “produto”, +insista firmemente em chamá-lo de “acordo”. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="IntellectualProperty">“Propriedade intelectual”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Editoras e advogados gostam de descrever os direitos autorais como +“propriedade intelectual” — um termo aplicado para as patentes, as +marcas registradas e outras áreas mais obscuras da lei. Essas leis têm tão +pouco em comum e são tão diferentes que é imprudente generalizá-las. É +melhor falar especificamente do “direitos autorais”, ou das “patentes”, ou +sobre as “marcas registradas”.</p> +<p> +O termo “propriedade intelectual” carrega um pressuposto escondido — +que devemos pensar sobre essas questões díspares baseado numa analogia com +objetos físicos e nossa concepção deles como propriedades físicas.</p> +<p> +Quanto se trata da cópia, essa analogia ignora a diferença crucial entre +objetos materiais e a informação: a informação pode ser copiada e +compartilhada quase sem esforços, já objetos materiais não podem.</p> +<p> +Para evitar a difusão da confusão e de uma tendência desnecessária, é melhor +adotar uma política firme de <a href="/philosophy/not-ipr.html">não se falar +ou sequer pensar em termos de “propriedade intelectual”</a>.</p> +<p> +A hipocrisia de chamar esses poderes de “direitos” está <a +href="/philosophy/wipo-PublicAwarenessOfCopyright-2002.html">começando a +deixar a Organização Mundial da “Propriedade Intelectual” envergonhada</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="CopyrightOwner">“Proprietário do direito autoral”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O direito autoral é um privilégio artificial, concedido pelo estado para +alcançar um interesse público e durar um período de tempo – não é um +direito natural como possuir uma casa ou uma camisa. Os advogados costumavam +reconhecer isso referindo-se ao destinatário desse privilégio como “detentor +dos direitos autorais”.</p> + +<p>Algumas décadas atrás, os detentores de direitos autorais começaram a tentar +reduzir a conscientização sobre esse ponto. Além de citar frequentemente o +conceito falso de <a href="#IntellectualProperty">“propriedade +intelectual”</a>, eles também começaram a se chamar de “proprietários de +direitos autorais”. Por favor, junte-se a nós para resistir usando o termo +tradicional “detentores de direitos autorais”.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Protection">“Proteção”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Advogados de editoras adoram usar o termo “proteção” para descrever os +direitos autorais. Essa palavra carrega o sentido da prevenção da destruição +ou do sofrimento; assim, ela incentiva que as pessoas se identifiquem com o +dono e editora que se beneficiam dos direitos autorais, e não com os +usuários que são restritos por ele.</p> +<p> +É fácil de evitar o termo “proteção” e usar termos neutros. Por exemplo, ao +invés de “A proteção dos direitos autorais dura muito tempo” você pode +dizer, “Os direitos autorais duram muito tempo”.</p> +<p> +Da mesma forma, ao invés de dizer “protegido por copyright”, você pode dizer +“abrangido pelo copyright” ou apenas “com copyright”.</p> +<p> +Caso deseje criticar os direitos autorais ao invés de ser neutro, você pode +usar o termo “restrições dos direitos autorais”. Assim, você pode dizer “As +restrições dos direitos autorais duram por muito tempo”.</p> + +<p> +O termo “proteção” também é usado para descrever recursos maliciosos. Por +exemplo, a “proteção contra cópia” é um recurso que interfere na +reprodução. Do ponto de vista do usuário, isso é uma obstrução. Portanto +podemos chamar esse recurso malicioso de “obstrução de cópia”. Mais +frequentemente ele é chamado de Gestão Digital de Restrições (comumente +usamos a sigla em inglês, DRM) — veja a campanha <a +href="http://DefectiveByDesign.org">Defective by Design</a> (em português, +“Deliberadamente Defeituoso”).</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="RAND">“RAND (Razoável e Não Discriminatório)”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Os órgãos de normatização que promulgam normas restritas por patentes que +proíbem software livre tipicamente têm uma política de obtenção de licenças +de patente que requer uma taxa fixa por cópia de um programa em +conformidade. Eles frequentemente se referem a essas licenças pelo termo +“RAND”, que significa “razoável e não discriminatório”.</p> +<p> +O termo mascara uma classe de licenças de patente que normalmente não são +nem razoáveis, nem não discriminatórias. É verdade que essas licenças não +discriminam qualquer pessoa específica, mas elas discriminam contra a +comunidade de software livre, o que as torna não razoáveis. Portanto, metade +do termo “RAND” é enganadora e a outra metade é preconceituosa.</p> +<p> +Os órgãos de normatização deveriam reconhecer que essas licenças são +descriminatórias e parar de usar o termo “razoável e não discriminatório” ou +“RAND” para descrevê-las. Até lá, escritores que não desejam participar +desse mascaramento fariam bem em rejeitar o termo. Aceitá-lo e usá-lo +meramente porque as companhias que detém as patentes o tornaram generalizado +é permitir que essas companhias ditem as opiniões que você expressa.</p> +<p> +Como substituto, sugerimos o termo “apenas taxa uniforme” ou “ATUN” (do +inglês “uniform fee only” ou “UFO”). Ele é acurado, pois a única condição +nessas licenças é uma taxa uniforme de royalty.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Theft">“Roubo”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Os apoiadores de uma forma de copyright demasiadamente restritiva e +repressiva geralmente usam palavras como “roubado” e “roubo” para se referir +à violação de copyright. Isso é uma manipulação da verdade, mas eles +gostariam que você a tomasse como verdade objetiva.</p> +<p> +No sistema legal estadunidense, a violação de copyright não é roubo. <a +href="http://caselaw.lp.findlaw.com/scripts/getcase.pl?court=us&vol=473&invol=207">As +leis sobre roubo não são aplicáveis a casos de violação de copyright</a>. Os +apoiadores do copyright repressivo estão recorrendo à autoridade — e +deturpando o que ela diz.</p> +<p> +Para refutá-los, você pode se referir a esse <a +href="http://www.guardian.co.uk/books/2013/may/04/harper-lee-kill-mockingbird-copyright">caso +real</a> que mostra o que pode ser propriamente descrito como “roubo de +copyright.”</p> +<p> +A cópia não autorizada é proibida pela lei do copyright em muitas +circunstâncias (nem todas!), mas algo não é errado só porque é proibido. Em +geral, as leis não definem o que é certo do que é errado. No melhor dos +casos, elas tentam implementar a justiça. Se as leis (a implementação) não +se encaixam nas nossas ideias de certo e errado (a especificação), elas é +que devem mudar.</p> + +<p> +Um juiz americano, presidindo um julgamento por violação de copyright, +reconheceu que <a +href="http://torrentfreak.com/mpaa-banned-from-using-piracy-and-theft-terms-in-hotfile-trial-131129/">“pirataria” +e “roubo” são apenas palavras difamatórias</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="SaaS">“SaaS” ou “Software como Serviço”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Costumávamos dizer que o SaaS (abreviação de “Software as a Service,” +“Software como Serviço” em português) é uma injustiça, mas então descobrimos +que existe uma grande variação no entendimento das pessoas de que atividades +contam como SaaS. Assim, passamos a usar um novo termo, “Serviço como +Substituto do Software” (do inglês “Service as a Software Substitute” ou +“SaaSS”). O termo tem duas vantagens: ele não tinha sido usado +anteriormente, então nossa definição é a única, e ele explica no que +consiste a injustiça.</p> +<p> +Veja <a href="/philosophy/who-does-that-server-really-serve.html">A Quem +Aquele Servidor Realmente Serve?</a> para uma discussão desse problema.</p> +<p> +Em espanhol, continuamos a usar o termo “software como servicio”, porque a +piada “software como ser vicio” é boa demais para ser perdida.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="LAMP">“Sistema LAMP”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +“LAMP” significa “Linux, Apache, MySQL e PHP” — uma combinação comum +de software usada em servidores web, com a exceção de que “Linux” nesse +contexto na verdade se refere ao sistema GNU/Linux. Assim, ao invés de +“LAMP”, o termo deveria ser “GLAMP”: “GNU, Linux, Apache, MySQL e PHP”. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Linux">“Sistema Linux”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Linux é o nome do kernel que Linus Torvalds desenvolveu a partir de 1991. O +sistema operacional no qual o Linux é usado é basicamente o GNU com o Linux +acrescentado. Chamar o sistema inteiro de “Linux” é tanto injusto quanto +confuso. Por favor, chame o sistema completo de <a +href="/gnu/linux-and-gnu.html">GNU/Linux</a>, tanto para dar crédito ao +Projeto GNU quanto para distinguir o sistema inteiro de apenas o kernel. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Skype">“Skype”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, evite usa o termo “skype” como um verbo que significa fazer +qualquer tipo de chamada telefônica ou de vídeo pela Internet. “Skype” é +apenas o nome de um programa privativo em particular, um que <a +href="/philosophy/proprietary/proprietary-surveillance.html#SpywareInSkype">espiona +seus usuários</a>. Se você quiser fazer chamadas de voz e vídeo através da +Internet de uma forma que respeite tanto sua liberdade quanto sua +privacidade, experimente um dos <a +href="https://libreplanet.org/wiki/Group:Skype_Replacement">inúmeros +substitutos livres do Skype</a>.</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!--#if expr="$LANGUAGE_SUFFIX = /^.(es)$/" --> +<!-- TRANSLATORS: translate if this word is used often in your + language to refer to mobile computers; otherwise, + fill the translation with a space. --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Terminal">“Terminal”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p>Telefones celulares e tablets são computadores, e as pessoas devem ser +capazes de realizar a sua informática neles usando software livre. +Chamá-los de “terminais” pressupõe que tudo para o que eles servem é se +conectar a servidores, o que é uma maneira ruim de realizar a sua +informática pessoal.</p> + +<!--#endif --> +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="Vendor">“Vendedor”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +Por favor, não use o termo “vendedor” para se referir de maneira geral a +qualquer pessoa que desenvolve ou prepara software para distribuição. Muitos +programas são desenvolvidos para vender cópias, e seus desenvolvedores são +portanto seus vendedores; isso inclui até mesmo alguns pacotes de software +livre. No entanto, muitos programas são desenvolvidos por voluntários ou +organizações que não pretendem vender cópias. Esses desenvolvedores não são +vendedores. Da mesma maneira, apenas alguns dos empacotadores de +distribuições GNU/Linux são vendedores. Ao invés disso, recomendamos o termo +geral “fornecedor”. +</p> + +<!-- GNUN-SORT-NEXT-ITEM --> +<!-- GNUN-SORT-BEGIN-KEY --> +<h3 id="SellSoftware">“Vender software”</h3> + +<!-- GNUN-SORT-END-KEY --> +<p> +O termo “vender software” é ambíguo. Estritamente, trocar a cópia de um +programa livre por uma quantia de dinheiro é <a +href="/philosophy/selling.html">vender o programa</a>, e não há nada de +errado com isso. No entanto, as pessoas geralmente associam o termo “vender +software” com restrições proprietárias no uso subsequente do software. Você +pode ser claro e prevenir confusões dizendo tanto “distribuir cópias de um +programa por uma taxa” ou “impor restrições proprietárias no uso de um +programa.”</p> +<p> +Veja <a href="/philosophy/selling.html">Vendendo Software Livre</a> para uma +discussão mais aprofundada sobre o assunto.</p> + +<!-- GNUN-SORT-STOP --> +<hr /> +<blockquote id="fsfs"><p class="big">Este ensaio foi publicado em <a +href="http://shop.fsf.org/product/free-software-free-society/"><cite>Software +Livre, Sociedade Livre: Artigos Selecionados de Richard +M. Stallman</cite></a>.</p></blockquote> + +<div class="translators-notes"> + +<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.--> +<b>Nota do tradutor</b>: +<ol> +<li> +<a id="TransNote1" href="#TransNote1-rev" class="nounderline">↑</a> +Do inglês: “Digital Restrictions Management”. +</li> +<li> +<a id="TransNote2" href="#TransNote2-rev" class="nounderline">↑</a> +Em inglês, a palavra “content” significa tanto “contente” quanto +“conteúdo”. Segue a piada original: <em>If you want to describe a feeling of +comfort and satisfaction, by all means say you are “content”</em> +</li> +<li> +<a id="TransNote3" href="#TransNote3-rev" class="nounderline">↑</a> +Em inglês, “malcontent” significa “descontente”. Preferi manter a +brincadeira de palavras ao invés de usar uma paráfrase, muito embora algum +sentido tenha sido perdido. +</li> +<li> +<a id="TransNote4" href="#TransNote4-rev" class="nounderline">↑</a> +A tradução “Gestão Digital de Direitos” para “Digital Rights Management” +segue as instruções do <a +href="/server/standards/README.translations.html#accuracy">guia de +tradução</a>, em que pese a tradução mais popular é “Gestão de Direitos +Digitais”. +</li> +<li> +<a id="TransNote5" href="#TransNote5-rev" class="nounderline">↑</a> +A motivação mais forte para não dizer “de graça” na verdade vem do fato de +que, em inglês, “free” significa tanto “gratuito” quanto “livre”. +</li> +<li> +<a id="TransNote6" href="#TransNote6-rev" class="nounderline">↑</a> +Em inglês, “WC” é uma abreviação cujo significado varia conforme +contexto. Neste contexto, poderia ser “Windows Computer” ou, quem sabe, +“water closet”, que significa privada, lavatório, sanitário. +</li> +<li> +<a id="TransNote7" href="#TransNote7-rev" class="nounderline">↑</a> +Do inglês “economy sharing”.</li> +</ol></div> +</div> + +<!-- for id="content", starts in the include above --> +<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" --> +<div id="footer"> +<div class="unprintable"> + +<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a +href="mailto:gnu@gnu.org"><gnu@gnu.org></a>. Também existem <a +href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e +outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a +href="mailto:webmasters@gnu.org"><webmasters@gnu.org></a>.</p> + +<p> +<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph, + replace it with the translation of these two: + + We work hard and do our best to provide accurate, good quality + translations. However, we are not exempt from imperfection. + Please send your comments and general suggestions in this regard + to <a href="mailto:web-translators@gnu.org"> + + <web-translators@gnu.org></a>.</p> + + <p>For information on coordinating and submitting translations of + our web pages, see <a + href="/server/standards/README.translations.html">Translations + README</a>. --> +A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer +traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por +favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para +<a +href="mailto:web-translators@gnu.org"><web-translators@gnu.org></a>. +</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia +para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de +traduções das páginas deste site.</p> +</div> + +<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to + files generated as part of manuals) on the GNU web server should + be under CC BY-ND 4.0. Please do NOT change or remove this + without talking with the webmasters or licensing team first. + Please make sure the copyright date is consistent with the + document. For web pages, it is ok to list just the latest year the + document was modified, or published. + + If you wish to list earlier years, that is ok too. + Either "2001, 2002, 2003" or "2001-2003" are ok for specifying + years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable + year, i.e., a year in which the document was published (including + being publicly visible on the web or in a revision control system). + + There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers + Information document, www.gnu.org/prep/maintain. --> +<p>Copyright © 1996, 1997, 1998, 1999, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007, 2008, +2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2016, 2017, 2018, 2020 Free Software +Foundation, Inc.</p> + +<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license" +href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative +Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p> + +<!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" --> +<div class="translators-credits"> + +<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.--> +<b>Traduzido por</b>: +Ricardo Grützmacher <a +href="mailto:grutz@terra.com.br"><grutz@terra.com.br></a>, 2002; +Rafael Beraldo <a +href="mailto:rberaldo@cabaladada.org"><rberaldo@cabaladada.org></a>, +2015; +<a href="http://oitofelix.freeshell.org/">Bruno Félix Rezende Ribeiro</a> <a +href="mailto:oitofelix@gnu.org"><oitofelix@gnu.org></a>, 2015; +Rafael Fontenelle <a +href="mailto:rafaelff@gnome.org"><rafaelff@gnome.org></a>, 2016-2020</div> + +<p class="unprintable"><!-- timestamp start --> +Última atualização: + +$Date: 2020/07/26 11:59:36 $ + +<!-- timestamp end --> +</p> +</div> +</div> +<!-- for class="inner", starts in the banner include --> +</body> +</html> |