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--- /dev/null
+++ b/talermerchantdemos/blog/articles/br/the-root-of-this-problem.html
@@ -0,0 +1,285 @@
+<!--#set var="ENGLISH_PAGE" value="/philosophy/the-root-of-this-problem.en.html" -->
+
+<!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" -->
+<!-- Parent-Version: 1.90 -->
+
+<!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! -->
+<title>O Problema é o Software Controlado pelo seu Desenvolvedor - Projeto GNU -
+Free Software Foundation</title>
+
+<!--#include virtual="/philosophy/po/the-root-of-this-problem.translist" -->
+<!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" -->
+<h2>O Problema é o Software Controlado pelo seu Desenvolvedor</h2>
+
+<p class="byline">por Richard Stallman</p>
+
+<p>
+Concordo plenamente com a conclusão de Jonathan Zittrain&nbsp;<a
+href="#tf1">[1]</a> de que não devemos abandonar os computadores de uso
+geral. Lamentavelmente, eu discordo por completo do caminho que o levou a
+essa conclusão. Ele apresenta problemas de segurança sérios como uma crise
+intolerável, mas não estou convencido disso. Então, ele prediz que usuários
+entrarão em pânico e correrão apavorados para os computadores restritos (que
+ele chama de “appliances”&nbsp;<a href="#tf2">[2]</a>), mas não há sinal de
+que isso esteja ocorrendo.</p>
+
+<p>
+Máquinas zumbis&nbsp;<a href="#tf3">[3]</a> são um problema, mas não uma
+catástrofe. Além do mais, longe de entrar em pânico, a maioria dos usuários
+ignora a questão. Hoje, as pessoas estão de fato preocupadas com o perigo de
+<em>phishing</em> (mensagens e páginas de internet que solicitam informação
+pessoal para fraude), mas usar um dispositivo que só navega, ao invés de um
+computador de uso geral, não irá protegê-las disso.</p>
+
+<p>
+Enquanto isso, a Apple reportou que 25% dos iPhones foram destravados. Com
+certeza, pelo menos a mesma quantidade de usuários preferiria ter um iPhone
+destravado, mas receia tentar consegui-lo através de um método
+proibido. Isso refuta a ideia de que usuários prefiram dispositivos
+travados.</p>
+
+<p>
+É verdade que um computador de uso geral permite a execução de programas
+projetados para <a href="/philosophy/proprietary.html">lhe espionar,
+restringir, ou mesmo deixar que o desenvolvedor lhe ataque</a>. Tais
+programas incluem KaZaA, RealPlayer, Adobe Flash Player, Windows Media
+Player, Microsoft Windows e MacOS. Windows Vista faz todas essas três
+coisas; ele também permite que a Microsoft altere software sem solicitação,
+ou comande-o para permanentemente cessar seu funcionamento normal [<a
+href="#note1">1</a>].</p>
+
+<p>
+Mas os computadores restritos não ajudam, porque eles possuem o mesmo
+problema, pela mesma razão.</p>
+
+<p>
+O iPhone é projetado para ataque remoto pela Apple. Quando a Apple destrói
+remotamente iPhones que usuários destravaram para habilitar outros usos,
+isso não é melhor que quando a Microsoft sabota o Windows Vista
+remotamente. O TiVo&nbsp;<a href="#tf4">[4]</a> é projetado para forçar
+restrições sobre o acesso às gravações que você faz, e relata o que você
+assiste. Leitores de livros eletrônicos&nbsp;<a href="#tf5">[5]</a> tais
+como o Amazon “<a
+href="/philosophy/why-call-it-the-swindle">Swindle</a>”&nbsp;<a
+href="#tf6">[6]</a> são projetados para impedir que você compartilhe e
+empreste seus livros. Tais recursos que artificialmente obstruem o uso de
+seus dados são conhecidos como DRM, ou Gestão Digital de Restrições&nbsp;<a
+href="#tf7">[7]</a>. (Nossos adversários chamam DRM de “Gestão Digital de
+Direitos”&nbsp;<a href="#tf8">[8]</a>, porque eles consideram que seja um
+direito deles aplicar restrições a você. Escolhendo um termo, você escolhe
+seu lado.) Nossa campanha de protesto contra DRM fica hospedada em <a
+href="http://defectivebydesign.org">http://DefectiveByDesign.org</a>.</p>
+
+<p>
+Os mais detestáveis dos dispositivos restritos comuns são os telefones
+celulares. Eles transmitem sinais para rastrear onde você está mesmo quando
+“desligados”; a única maneira de fazê-los parar é removendo as
+baterias. Muitos telefones celulares podem ser ativados remotamente, para
+escuta, sem que você saiba. (O FBI já tira vantagem desse recurso, e o
+Departamento de Comércio dos E.U.A. lista esse perigo em seu Guia de
+Segurança.) Companhias de telefonia celular regularmente instalam software
+nos telefones dos usuários, sem solicitação, para impor novas restrições de
+uso.</p>
+
+<p>
+Com um computador de uso geral, você pode escapar, rejeitando tais
+programas. Você não precisa ter KaZaA, RealPlayer, Adobe Flash, Windows
+Media Player, Microsoft Windows ou MacOS em seu computador (eu não
+tenho). Em contraste, um computador restrito não dá a você nenhum meio de
+escapar dos programas nele embutidos.</p>
+
+<p>
+A raiz desse problema, tanto em computadores de uso geral como em
+computadores restritos, é o software controlado pelo seu desenvolvedor. O
+desenvolvedor (tipicamente uma corporação) controla o que o programa faz e
+impede todos os outros de modificá-lo. Quando o desenvolvedor decide inserir
+recursos maliciosos, nem mesmo um mestre da programação consegue removê-los
+facilmente.</p>
+
+<p>
+A solução é dar aos usuários mais controle, não menos. Nós precisamos
+insistir em software livre, software cujos usuários sejam livres para
+modificar e redistribuir. Software livre desenvolve-se sob o controle de
+seus usuários: se eles não gostam de seus recursos, por qualquer razão, eles
+podem modificá-los. Mesmo que você não seja um programador, você também se
+beneficia do controle pelos usuários. Um programador pode fazer as melhorias
+que você quer, e publicar a versão modificada. Então, você também pode
+usá-la.</p>
+
+<p>
+Com software livre, ninguém tem o poder de sustentar um recurso
+malicioso. Já que o código fonte está disponível para os usuários, milhões
+de programadores estão em posição de detectar e remover o recurso malicioso
+e publicar uma versão melhorada; alguns deles certamente o farão. Outros
+poderão comparar independentemente as duas versões para verificar qual delas
+trata os usuários corretamente. Um fato prático é que software livre
+geralmente é destituído de <em>malware</em>&nbsp;<a href="#tf9">[9]</a> em
+seu projeto.</p>
+
+<p>
+Muitas pessoas adquirem dispositivos restritos, mas não por motivos de
+segurança. Por que as pessoas os escolhem?</p>
+
+<p>
+Algumas vezes isso ocorre porque os dispositivos restritos são fisicamente
+menores. Eu edito texto todos os dias (literalmente) e considero que o
+teclado e a tela de um <em>laptop</em> justificam bem seu tamanho e seu
+peso. Contudo, pessoas que usam computadores de maneira diferente podem
+preferir algum que caiba dentro do bolso.No passado, esses dispositivos
+tipicamente eram restritos, mas eles não eram escolhidos por essa razão.</p>
+
+<p>
+Agora eles estão se tornando menos restritos. De fato, o telefone celular
+OpenMoko apresenta um computador principal totalmente operado por software
+livre, incluindo o sistema operacional GNU/Linux, que é normalmente
+utilizado em computadores pessoais e servidores.</p>
+
+<p>
+Um das principais causas da aquisição de certos computadores restritos é o
+ilusionismo financeiro. Consoles de jogos&nbsp;<a href="#tf10">[10]</a>,
+assim como o iPhone, são vendidos por um preço insustentavelmente baixo, e
+seus fabricantes, então, cobram quando você os usa. Daí, desenvolvedores de
+jogos precisam pagar ao fabricante do console para distribuir o jogo, e eles
+repassam esse custo ao usuário. Do mesmo modo, a AT&amp;T paga à Apple
+quando um iPhone é usado como telefone. O aparente custo baixo ilude os
+consumidores, fazendo-os pensar que estão economizando dinheiro.</p>
+
+<p>
+Se nós estamos preocupados com a propagação dos computadores restritos,
+precisamos atacar a dissimulação de preço que é usada para vendê-los. Se
+estamos preocupados com malware, devemos insistir em software livre, que dá
+aos usuários o controle.</p>
+
+<div class="column-limit"></div>
+<h3 style="font-size: 1.2em">Post scriptum</h3>
+
+<p>
+A sugestão de Zittrain de reduzir o estatuto de limitações sobre processos
+judiciais de patentes de software é um pequenino passo na direção correta,
+mas é muito mais fácil resolver o problema por inteiro. Patentes de software
+são um perigo desnecessário e artificial, imposto a todos os desenvolvedores
+e usuários de software nos E.U.A. Todo programa é uma combinação de muitos
+métodos e técnicas &ndash; milhares deles, em um programa grande. Se o
+patenteamento desses métodos é permitido, então centenas daqueles usados em
+um dado programa provavelmente são patenteados. (Evitá-los não é viável;
+pode não haver alternativas, ou as alternativas podem ser patenteadas
+também.) Então, os desenvolvedores do programa encaram centenas de
+potenciais processos judiciais vindos de desconhecidos, e os usuários também
+podem ser processados.</p>
+
+<p>
+A solução completa e simples é eliminar as patentes do campo do software. Já
+que o sistema de patentes é criado por estatuto, eliminar patentes sobre
+software será fácil, havendo suficiente vontade política. Veja <a
+href="http://www.endsoftpatents.org">http://www.endsoftpatents.org</a>.</p>
+
+<h3 style="font-size: 1.2em">Nota de rodapé</h3>
+
+<p id="note1">1. Windows Vista inicialmente tinha um “interruptor” com o qual a Microsoft
+poderia comandar remotamente o computador para fazê-lo parar de
+funcionar. Posteriormente, a Microsoft <a
+href="http://badvista.fsf.org/blog/windows-genuine-disadvantage">removeu
+isso</a>, cedendo à pressão pública, mas reservou o “direito” de colocá-lo
+de volta.
+</p>
+
+<div class="translators-notes">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.-->
+<h3>Notas de tradução</h3>
+<ol>
+<li id="tf1">ZITTRAIN, Jonathan. <em>Protecting the Internet Without
+Wrecking It -- How to meet the security threat</em>. 2008. Disponível em:
+http://www.bostonreview.net/BR33.2/contents.php.</li>
+<li id="tf2"><span lang="en" xml:lang="en"><em>appliances</em></span> -
+termo
+geralmente usado para se referir a aparelhos domésticos com finalidades
+definidas, como máquina de lavar ou aspirador de pó.</li>
+<li id="tf3">Máquinas zumbis - computadores invadidos e utilizados
+para envio de spam ou ataques a terceiros através da internet.</li>
+<li id="tf4">TiVo - uma marca de gravador de vídeo digital que permite
+agendar a gravação de programas da TV e da internet para visualização
+posterior.</li>
+<li id="tf5">Leitores de livros eletrônicos - original:
+“<span lang="en" xml:lang="en"><em>e-book readers</em></span>”.</li>
+<li id="tf6"><span lang="en" xml:lang="en">Amazon “Swindle”</span>
+- trocadilho de Stallman com o nome do aparelho (“Kindle”) e a palavra
+“<em>swindle</em>”, que significa fraude, embuste.</li>
+<li id="tf7">Gestão Digital de Restrições - original:
+“<span lang="en" xml:lang="en"><em>Digital Restrictions
+Management</em></span>”.
+</li>
+<li id="tf8">Gestão Digital de Direitos - original:
+“<span lang="en" xml:lang="en"><em>Digital Rights
+Management</em></span>”.</li>
+<li id="tf9"><em>malware</em> - programa malicioso.</li>
+<li id="tf10">Consoles de jogos - aparelhos de videogame.</li>
+</ol></div>
+</div>
+
+<!-- for id="content", starts in the include above -->
+<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" -->
+<div id="footer">
+<div class="unprintable">
+
+<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a
+href="mailto:gnu@gnu.org">&lt;gnu@gnu.org&gt;</a>. Também existem <a
+href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e
+outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a
+href="mailto:webmasters@gnu.org">&lt;webmasters@gnu.org&gt;</a>.</p>
+
+<p>
+<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph,
+ replace it with the translation of these two:
+
+ We work hard and do our best to provide accurate, good quality
+ translations. However, we are not exempt from imperfection.
+ Please send your comments and general suggestions in this regard
+ to <a href="mailto:web-translators@gnu.org">
+
+ &lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.</p>
+
+ <p>For information on coordinating and submitting translations of
+ our web pages, see <a
+ href="/server/standards/README.translations.html">Translations
+ README</a>. -->
+A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer
+traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por
+favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para
+<a
+href="mailto:web-translators@gnu.org">&lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.
+</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia
+para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de
+traduções das páginas deste site.</p>
+</div>
+
+<p>Copyright &copy; 2008, 2010, 2017, 2018, 2019 Richard M. Stallman</p>
+
+<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license"
+href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative
+Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p>
+
+<!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" -->
+<div class="translators-credits">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.-->
+Traduzido por: Hudson Flávio Meneses Lacerda, 2013;
+Rafael Fontenelle <a
+href="mailto:rafaelff@gnome.org">&lt;rafaelff@gnome.org&gt;</a>, 2017, 2018
+<br/>
+Revisado por: André Phellip Ferreira <a
+href="mailto:werewolf@cyberdude.com">&lt;email@andrephellip.com&gt;</a>,
+2018</div>
+
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+Última atualização:
+
+$Date: 2020/05/22 22:05:25 $
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+</p>
+</div>
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+</html>