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+<title>O Direito de Ler - Projeto GNU - Free Software Foundation</title>
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+
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+
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+<h2 class="center">O Direito de Ler</h2>
+
+<address class="byline center">
+por <a href="http://www.stallman.org/">Richard Stallman</a></address>
+<p class="center">
+<em>Este artigo foi publicado na edição de fevereiro de 1997 de
+<cite>Communications of the ACM</cite> (Volume 40, Number 2).</em></p>
+<hr class="thin" />
+
+<div class="article">
+<blockquote class="center comment"><p>
+ De <cite>The Road to Tycho</cite>, uma coleção de artigos sobre os
+antecedentes da Revolução Lunar, publicado em Luna City, em 2096.
+</p></blockquote>
+
+<div class="columns">
+<p>
+Para Dan Halbert, o caminho para Tycho começou na faculdade, quando Lissa
+Lenz pediu seu computador emprestado. O dela havia quebrado e, a não ser que
+conseguisse um outro emprestado, ela não conseguiria terminar seu projeto
+bimestral. Não havia ninguém a quem ela ousasse pedir isso, exceto Dan.</p>
+
+<p>
+Isso deixou Dan num dilema. Ele tinha que ajudá-la, mas se emprestasse seu
+computador, ela poderia ler seus livros. Além do fato de que você pode ir
+para a prisão por muitos anos por deixar alguém ler seus livros, a própria
+ideia o chocou a princípio. Como a todos mais, tinham-lhe ensinado desde o
+primário que emprestar livros era algo terrível e errado &ndash; algo que só
+piratas fariam.</p>
+
+<p>
+E não havia muita chance de que a SPA &ndash; <i lang="en">Software
+Protection Authority</i> &ndash; não o descobrisse. Na aula de software, Dan
+aprendera que cada livro tinha embutido um monitor de direitos autorais, que
+informava quando e onde ele era lido, e por quem, para a Central de
+Licenciamento. (Eles usavam essa informação para pegar piratas de leitura,
+mas também para vender perfis de interesses pessoais a empresas.) Na próxima
+vez em que seu computador estivesse conectado à rede, a Central de
+Licenciamento iria saber. Ele, como dono do computador, receberia a mais
+dura punição, por não ter feito os sacrifícios necessários para evitar o
+crime.</p>
+
+<p>
+Claro que Lissa não pretenderia, necessariamente, ler seus livros. Ela
+poderia querer o computador apenas para escrever seu projeto. Mas Dan sabia
+que ela vinha de uma família de classe média e mal podia arcar com as
+mensalidades, quanto mais com suas taxas de leitura. Ler seus livros poderia
+ser a única forma de ela terminar o curso. Dan compreendia a situação, pois
+ele próprio precisou de empréstimo para pagar por todos os artigos
+acadêmicos que lera. (Dez por cento dessas taxas iam para os pesquisadores
+que escreveram os artigos; como Dan pensava em seguir carreira acadêmica,
+tinha esperanças de que seus próprios artigos de pesquisa, caso citados
+frequentemente, rendessem o suficiente para pagar seu financiamento).</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+
+<div class="columns">
+<p>
+Mais tarde, Dan aprenderia que houve um tempo em que qualquer pessoa poderia
+ir à biblioteca e ler artigos de periódicos, e até mesmo livros, sem ter que
+pagar. Havia estudiosos independentes que liam milhares de páginas sem
+precisar obter permissões governamentais para uso de biblioteca. Mas, nos
+idos de 1990, editores de periódicos, tanto comerciais quanto
+institucionais, começaram a cobrar pelo acesso. Em 2047, bibliotecas com
+acesso público livre a artigos acadêmicos eram uma lembrança distante.</p>
+
+<p>
+Havia formas, é claro, de contornar a SPA e a Central de Licenciamento. Elas
+eram ilegais. Dan havia tido um colega na aula de software, Frank Martucci,
+que obteve uma ferramenta ilegal de depuração, e a usava para pular o código
+monitor de direitos autorais quando lia livros. Mas ele contou a muitos
+amigos sobre isso, e um deles o entregou à SPA por uma recompensa
+(estudantes afundados em dívidas eram facilmente tentados a trair). Em 2047,
+Frank estava preso, não por leitura pirata, mas por possuir um depurador.</p>
+
+<p>
+Dan ainda iria aprender que houve um tempo em que qualquer pessoa podia ter
+ferramentas depuradoras. Existiam até mesmo ferramentas depuradoras
+gratuitas disponíveis em CD, ou que podiam ser baixadas pela rede. Mas
+usuários comuns começaram a usá-las para passar por cima dos monitores de
+direitos autorais, e, eventualmente, um juiz declarou que esse havia se
+tornado seu uso principal na prática. Isso significava que elas se tornaram
+ilegais. Os desenvolvedores de ferramentas de depuração foram mandados para
+a prisão.</p>
+
+<p>
+Programadores ainda precisavam de ferramentas de depuração, é claro, mas
+vendedores de depuradores em 2047 distribuíam apenas cópias numeradas, e
+apenas para programadores oficialmente licenciados e juramentados. O
+depurador que Dan usava na aula de software era mantido atrás de um
+<em>firewall</em> especial, de forma que podia ser usado somente para os
+exercícios da aula.</p>
+
+<p>
+Também era possível passar por cima dos monitores de direitos autorais
+instalando um <em>kernel</em> modificado no sistema operacional. Dan
+eventualmente saberia sobre os <em>kernels</em> livres e até mesmo sistemas
+operacionais inteiros livres que haviam existido por volta da virada do
+século. Mas eles não apenas tinham se tornado ilegais, como os depuradores
+&ndash; ainda que você tivesse um, não conseguiria instalá-lo sem saber a
+senha do administrador do seu computador. E nem o FBI nem o Suporte da
+Microsoft lhe diriam qual ela é.</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+
+<div class="columns">
+<p>
+Dan concluiu que simplesmente não podia emprestar seu computador para
+Lissa. Mas ele não podia se recusar a ajudá-la porque a amava. Cada chance
+de falar com ela o deixava em êxtase. E já que ela o havia escolhido para
+ajudá-la, isso poderia significar que ela o amava também.</p>
+
+<p>
+Dan resolveu o dilema fazendo algo ainda mais impensável: ele emprestou seu
+computador a ela, e lhe disse sua senha. Dessa forma, se Lissa lesse seus
+livros, a Central de Licenciamento pensaria que ele os estava lendo. Isso
+ainda era um crime, mas a SPA não ficaria sabendo automaticamente sobre
+ele. Eles só saberiam se Lissa o entregasse.</p>
+
+<p>
+Claro, se a faculdade descobrisse que ele tinha dado a Lissa sua própria
+senha, seria o fim de ambos como estudantes, não importa para que ela
+tivesse usado essa senha. A política da faculdade era que qualquer
+interferência nas formas que ela tinha de monitorar o uso que os estudantes
+faziam do computador era suficiente para uma ação disciplinar. Não importava
+se você havia feito qualquer coisa danosa &ndash; a ofensa estava em
+dificultar que os administradores verificassem o que você estava
+fazendo. Eles assumiam que você estava fazendo alguma outra coisa que era
+proibida, e não precisavam saber o que era.</p>
+
+<p>
+Os alunos normalmente não eram expulsos por isso &ndash; não diretamente.
+Eles eram banidos do sistema de computadores da faculdade, e assim,
+inevitavelmente, acabariam reprovados em todas as disciplinas.</p>
+
+<p>
+Depois, Dan aprenderia que esse tipo de política universitária havia
+começado apenas por volta dos anos 1980, quando mais alunos começaram a usar
+os computadores. Anteriormente, as universidades tinham uma abordagem
+diferente para a disciplina; eles puniam atividades que eram danosas, não
+aquelas que meramente levantavam suspeitas.</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+
+<div class="columns">
+<p>
+Lissa não denunciou Dan para a SPA. Sua decisão de ajudá-la os levou a se
+casar, e também os levou a questionar o que lhes fora ensinado sobre
+pirataria quando crianças. O casal começou a ler sobre a história dos
+direitos autorais, sobre a União Soviética e suas restrições sobre cópias, e
+mesmo sobre a Constituição original dos Estados Unidos. Eles se mudaram para
+Luna, onde encontraram outras pessoas que, da mesma forma, haviam gravitado
+para longe do longo braço da SPA. Quando o Levante de Tycho começou em 2062,
+o direito universal à leitura rapidamente se tornou um de seus objetivos
+centrais.</p>
+</div>
+
+<div class="reduced-width">
+<blockquote class="announcement">
+<p><a href="http://defectivebydesign.org/ebooks.html">Junte-se à nossa lista de
+discussão sobre os perigos de e-books</a>.</p>
+</blockquote>
+</div>
+
+<div id="AuthorsNote">
+<h3>Notas do autor</h3>
+
+<ul class="no-bullet">
+<li>
+<div class="reduced-width">
+<p>Essa estória é, supostamente, um artigo histórico que será escrito no futuro
+por alguém, descrevendo a juventude de Dan Halbert sob uma sociedade
+repressiva moldada pelas forças injustas que usam “pirata” como
+propaganda. Então, ele usa a terminologia daquela sociedade. Eu tentei
+projetá-la em algo visivelmente mais opressivo. Veja <a
+href="/philosophy/words-to-avoid.html#Piracy">“Pirataria”</a>.
+</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</li>
+
+<li>
+<div class="reduced-width">
+<p>Restrições impostas por computador ao empréstimo e leitura de livros (e
+outros tipos de obras publicadas) são conhecidas como DRM, abreviação para
+“Gestão Digital de Restrições”. Para eliminar DRM, a Free Software
+Foundation estabeleceu a campanha <a
+href="http://DefectiveByDesign.org">Defective by Design</a>. Nós pedimos por
+seu apoio.</p>
+
+<p>A Electronic Frontier Foundation, uma organização separada não relacionada
+com a Free Software Foundation, também advoga contra DRM.</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</li>
+</ul>
+
+<p class="comment">
+A nota a seguir foi atualizada várias vezes desde a primeira publicação da
+estória.</p>
+
+<ul class="no-bullet">
+<li>
+<div class="columns">
+<p>
+A batalha pelo direito à leitura já está sendo travada. Embora ainda possa
+levar 50 anos para nossa forma atual de vida desaparecer na obscuridade, a
+maior parte das leis e práticas repressivas descritas acima já foram
+propostas; algumas já foram aprovadas como leis nos Estados Unidos e em
+outros lugares. Nos Estados Unidos, o <em>Digital Millennium Copyright
+Act</em> (DMCA), de 1998, forneceu apoio governamental explícito às
+restrições impostas por computador conhecidas como DRM, tornando um crime a
+distribuição de programas que possa quebrar DRM. A União Europeia impôs
+restrições similares em uma diretiva de copyright em 2001, em uma forma não
+muito forte.</p>
+
+<p>
+Os Estados Unidos fazem campanhas para impor tais regras no resto do mundo
+por meio dos tão chamados tratados de “comércio livre”. <a
+href="https://stallman.org/business-supremacy-treaties.html">Tratados de
+supremacia dos negócios</a> (em inglês, <i lang="en">business-supremacy
+treaties</i>) é um termo mais adequado para eles, já que são projetados para
+dar domínio a negócios sobre estados nominalmente democráticos. A política
+do DMCA de criminalizar programas que quebram DRM é uma das muitas políticas
+injustas que esses tratados impõem por uma ampla gama de campos.</p>
+
+<p>
+Os Estados Unidos impõem exigências do DMCA na Austrália, Panamá, Colômbia e
+Coreia do Sul por meio de acordos bilaterais, e em países como Costa Rica
+por meio de outro tratado, CAFTA. Obama escalou a campanha com dois novos
+tratados propostos, o TPP e o TTIP. O TPP imporia o DMCA, junto com muitos
+outros equívocos, em 12 países no Oceano Pacífico. O TTIP imporia estruturas
+similares na Europa. Todos esses tratados devem ser destruídos ou abolidos.</p>
+
+<p>
+Mesmo no Consórcio World Wide Web (W3C) se submeteu à sombra da indústria de
+copyright; ele está à beira da aprovação do sistema de DRM como uma parte
+oficial das especificações da web.</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</li>
+
+<li>
+<div class="table">
+<div class="table-cell left">
+<p class="emph-box">
+O software não livre tende a ter <a href="/proprietary/">recursos abusivos
+de diversos tipos</a>, que levam à conclusão do que <a
+href="/philosophy/free-software-even-more-important.html">você nunca pode
+confiar em um programa não livre</a>. Nós devemos insistir em software livre
+(libre) apenas, e rejeitar programas não livres.</p>
+</div>
+
+<p class="table-cell right">
+Com o Windows Vista, a Microsoft admitiu ter incorporado um <em>back
+door</em>: a Microsoft pode usá-la para forçadamente instalar “atualizações”
+de softwares, mesmo se usuários considerem estas serem um retrocesso
+(downgrade). Ela pode também ordenar que todas as máquinas funcionando com o
+Vista recusem executar um certo driver de dispositivo. O propósito central
+da repressão do Vista sobre usuários era impor DRM, de forma que usuários
+não poderiam evitar. É claro, Windows 10 não é melhor.</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</li>
+
+<li>
+<div class="columns">
+<p>
+Uma das ideias na estória não foi proposta na realidade até 2002. É a ideia
+de que o FBI e a Microsoft teriam a senha de administrador (<em>root</em>)
+dos computadores pessoais e não permitiriam que você a tivesse.</p>
+
+<p>
+Os proponentes deste esquema deram às versões anteriores nomes como “trusted
+computing” (computação confiável) e “Palladium” (paládio), mas, no final das
+contas, passou a ser chamado de “secure boot” (inicialização segura).</p>
+
+<p>
+O que a Microsoft guarda não é exatamente a senha no sentido tradicional;
+ninguém nunca a digita em um terminal. Em vez disso, é uma assinatura e uma
+chave criptográfica que corresponde a uma segunda chave armazenada em seu
+computador. Isso possibilita que a Microsoft (e potencialmente qualquer <i
+lang="en">web site</i> que coopere com ela) tenha o controle final sobre o
+que o usuário possa fazer em cada computador. A Microsoft provavelmente usa
+esse controle em prol do FBI, quando requisitado: ela já <a
+href="/proprietary/malware-microsoft.html">mostra os bugs de segurança da
+NSA no Windows</a> para exploração.</p>
+
+<p>
+<i lang="en">Secure boot</i> pode ser implementado em uma forma que permite
+ao usuário especificar a chave de assinatura e decide qual software para
+assinar. Na prática, PCs projetados para Windows 10 carregam apenas a chave
+da Microsoft, e se o dono da máquina pode instalar qualquer outro sistema
+(tal como GNU/Linux) é algo sob controle da Microsoft. Nós chamamos de
+<em>restricted boot</em> (inicialização restrita).</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</li>
+
+<li>
+<div class="columns">
+<p>
+Em 1997, quando essa estória foi escrita pela primeira vez, o SPA esteve
+ameaçando pequenos provedores de internet, exigindo que eles permitissem que
+o SPA monitorasse a todos os usuários. A maioria dos provedores se renderam
+a ameaça porque não poderiam arcar com a batalha judicial. Pelo menos um
+provedor, o Community ConneXion em Oakland, na Califórnia, recusou a
+exigência e foi processado. Mais tarde, o SPA desistiu desse processo, mas o
+DMCA lhes deu o poder que buscavam.</p>
+
+<p>
+A SPA, que na verdade se chamava <i lang="en">“Software Publishers
+Association”</i>, foi substituída em seu papel policialesco pela <i
+lang="en">Business Software Alliance</i> (BSA). Hoje, a BSA não é uma força
+policial; mas, extraoficialmente, ela age como uma. Usando métodos
+reminiscentes da antiga União Soviética, ela incentiva as pessoas a
+denunciarem seus colegas de trabalho e amigos. Uma campanha de terror da BSA
+na Argentina em 2001 fazia ameaças levemente veladas de que as pessoas que
+compartilhassem software poderiam ser violentadas na prisão.</p>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</li>
+
+<li>
+<div class="reduced-width">
+<p>
+As políticas de segurança de universidades descritas acima não são
+imaginárias. Por exemplo, um computador numa universidade na área de Chicago
+mostra a seguinte mensagem quando você efetua o <i lang="en">login</i>:</p>
+
+<blockquote><p>
+Este sistema é para uso exclusivo de pessoas autorizadas. Indivíduos que
+usarem este sistema computacional sem permissão, ou excederem sua permissão,
+estarão sujeitos a ter todas as suas atividades neste sistema monitoradas e
+gravadas pela administração. Durante o monitoramento de indivíduos que
+fizerem uso impróprio desse sistema, ou durante a manutenção do sistema, as
+atividades de usuários autorizados também poderão ser monitoradas. Qualquer
+pessoa que utilizar este sistema expressamente consente com tal
+monitoramento e é avisada de que se tal monitoramento revelar possível
+evidência de atividade ilegal ou violação dos regulamentos da Universidade,
+a administração poderá fornecer a evidência de tais atividades para
+autoridades da Universidade e/ou oficiais da lei.
+</p></blockquote>
+
+<p>
+Esta é uma abordagem interessante para a Quarta Emenda [da constituição dos
+EUA]: pressionar quase todas as pessoas a concordarem, antecipadamente, a
+abdicar de seus direitos sob a mesma.</p>
+</div>
+</li>
+</ul>
+<div class="column-limit"></div>
+</div>
+
+<div id="BadNews">
+<h3>Más notícias</h3>
+
+<p class="reduced-width">
+A batalha pelo direito de ler está contra nós. O inimigo está organizado, e
+nós não.
+</p>
+
+<div class="columns">
+<p>Os e-books comerciais de hoje <a
+href="/philosophy/the-danger-of-ebooks.html">abolem as liberdades
+tradicionais dos leitores</a>. O produto de leitura de e-books da Amazon, o
+qual eu chamo de “<a href="/philosophy/why-call-it-the-swindle.html">Amazon
+Swindle</a>”<sup><a href="#TransNote1">1</a></sup> porque ele é projetado
+para enganar os leitores retirando-lhes as liberdades traducionais de
+leitores de livros, é executado por um software com várias <a
+href="/proprietary/malware-kindle-swindle.html">funcionalidades
+Owerllianas</a> demonstradas. Qualquer uma delas chamam por rejeitar o
+produto completamente:</p>
+
+<ul class="no-bullet">
+<li><p>Ele espiona tudo que o usuário faz: ele relata qual livro o usuário está
+lendo, e qual página, e ele relata quando o usuário realça um texto, e
+qualquer notas que o usuário insere.</p></li>
+
+<li><p>Ele possui DRM, o que tem a intenção de bloquear usuários de compartilhar
+cópias.</p></li>
+
+<li><p>Ele possui <em>back door</em> por meio do qual a Amazon pode apagar
+remotamente qualquer livro. Em 2009, ela apagou milhares de cópias de 1984,
+por George Orwell.</p></li>
+
+<li><p class="inline-block">No caso de todos aqueles que não sejam suficiente Orwellianos, há um
+<em>back door</em> universal por meio do qual a Amazon pode alterar
+remotamente o software e introduzir qualquer outra forma de sujeira.</p></li>
+</ul>
+
+<p>A distribuição de e-book da Amazon também é opressiva. Ela identifica o
+usuário e registra quais livros o usuário obtém. Ela também exige que os
+usuários concordem com um contrato antissocial que eles não compartilham
+cópias para outros. Minha consciência me diz que, se eu tivesse concordado
+com tal contrato, seria um mal menor desafiá-lo e compartilhar cópias mesmo
+assim; porém, para ser totalmente bom, eu devo não concordar com ele em
+primeiro lugar. Portanto, eu me recuso a acreditar que tais contratos, seja
+para softwares, para e-books, para músicas ou para qualquer outra coisa.</p>
+
+<p class="emph-box">
+Se você deseja parar as más notícias e criar alguma notícia boa, nós
+precisamos organizar e lutar. Se inscreva na companha <a
+href="http://defectivebydesign.org">Defective by Design</a> da FSF para
+ajudar. Você pode <a href="http://www.fsf.org/associate">se juntar à FSF</a>
+para apoiar nosso trabalho de forma mais geral. Há também uma <a
+href="/help/help.html">lista de formas para participar em nosso
+trabalho</a>.
+</p>
+</div>
+</div>
+<div class="column-limit"></div>
+</div>
+
+<div id="References">
+<h3>Referências</h3>
+
+<ul>
+ <li>The administration's “White Paper”: Information Infrastructure Task Force,
+Intellectual Property [<a href="/philosophy/not-ipr.html">sic</a>] and the
+National Information Infrastructure: The Report of the Working Group on
+Intellectual Property [sic] Rights (1995).</li>
+
+ <li><a href="http://www.wired.com/wired/archive/4.01/white.paper_pr.html">An
+explanation of the White Paper: The Copyright Grab</a>, Pamela Samuelson,
+<cite>Wired</cite>, 1º de janeiro de 1996.</li>
+
+ <li><a href="http://www.law.duke.edu/boylesite/sold_out.htm">Sold Out</a>, James
+Boyle, <cite>New York Times</cite>, 31 de março de 1996.</li>
+
+ <li><a
+href="http://web.archive.org/web/20130508120533/http://www.interesting-people.org/archives/interesting-people/199611/msg00012.html">Public
+Data or Private Data</a>, Dave Farber, <cite>Washington Post</cite>, 4 de
+novembro de 1996.</li>
+
+ <li><a
+href="https://web.archive.org/web/20151113122141/http://public-domain.org/">Union
+for the Public Domain</a>&ndash;uma nova organização que pretende resistir e
+reverter a extensão exagerada dos poderes dos direitos autorais e patentes.</li>
+</ul>
+</div>
+
+<hr class="thin" />
+<blockquote id="fsfs"><p class="big">Este artigo foi publicado em <a
+href="http://shop.fsf.org/product/free-software-free-society/"><cite>Free
+Software, Free Society: The Selected Essays of Richard
+M. Stallman</cite></a>.</p></blockquote>
+
+<div class="translators-notes">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.-->
+<b>Nota do tradutor</b>:
+<ol>
+<li id="TransNote1"><i>Swindle</i>, em “Amazon Swindle” é uma jogo de
+palavras com “Amazon Kindle” e “swindle”, sendo que esta última palavra em
+inglês poderia ser traduzida como fraude e trapaça ou ludibriar e
+enganar.</li></ol></div>
+</div>
+
+<!-- for id="content", starts in the include above -->
+<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" -->
+<div id="footer">
+<div class="unprintable">
+
+<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a
+href="mailto:gnu@gnu.org">&lt;gnu@gnu.org&gt;</a>. Também existem <a
+href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e
+outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a
+href="mailto:webmasters@gnu.org">&lt;webmasters@gnu.org&gt;</a>.</p>
+
+<p>
+<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph,
+ replace it with the translation of these two:
+
+ We work hard and do our best to provide accurate, good quality
+ translations. However, we are not exempt from imperfection.
+ Please send your comments and general suggestions in this regard
+ to <a href="mailto:web-translators@gnu.org">
+
+ &lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.</p>
+
+ <p>For information on coordinating and submitting translations of
+ our web pages, see <a
+ href="/server/standards/README.translations.html">Translations
+ README</a>. -->
+A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer
+traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por
+favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para
+<a
+href="mailto:web-translators@gnu.org">&lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.
+</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia
+para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de
+traduções das páginas deste site.</p>
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+<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to
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+ be under CC BY-ND 4.0. Please do NOT change or remove this
+ without talking with the webmasters or licensing team first.
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+ years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable
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+ There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers
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+<p>Copyright &copy; 1996, 2002, 2007, 2009, 2010, 2014, 2015, 2016, 2019, 2020
+Richard Stallman</p>
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+<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license"
+href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative
+Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p>
+
+<!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" -->
+<div class="translators-credits">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.-->
+Traduzido por:
+João S. O. Bueno <a href="mailto:gwidion@mpc.com.br">
+&lt;gwidion@mpc.com.br&gt;</a>;
+Sérgio Vinícius <a
+href="mailto:sergio@europanet.com.br">&lt;sergio@europanet.com.br&gt;</a>;
+Renato Candido, 2013;
+Hudson Flávio Meneses Lacerda;
+Rafael Fontenelle <a
+href="mailto:rafaelff@gnome.org">&lt;rafaelff@gnome.org&gt;</a>, 2016-2020</div>
+
+<p class="unprintable"><!-- timestamp start -->
+Última atualização:
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+$Date: 2020/10/06 08:42:12 $
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