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@@ -0,0 +1,240 @@
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+
+<!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! -->
+<title>A curiosa história de Comongistão (Detonando o termo “propriedade
+intelectual”) - Projeto GNU - Free Software Foundation</title>
+
+<!--#include virtual="/philosophy/po/komongistan.translist" -->
+<!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" -->
+<h2>A curiosa história de Comongistão (Detonando o termo “propriedade
+intelectual”)</h2>
+
+<p>por <a href="http://www.stallman.org/">Richard M. Stallman</a></p>
+
+<p>O objetivo desta parábola é ilustrar como o termo “propriedade intelectual”
+é equivocado. Quando digo que <a href="/philosophy/not-ipr.html">o termo
+“propriedade intelectual” é uma supergeneralização incoerente</a>, que reúne
+leis que têm muito pouco em comum, e que seu uso é um obstáculo para
+esclarecer o pensamento sobre qualquer uma dessas leis, muitos não podem
+acreditar que eu realmente quero dizer o que digo. Tão certo é que essas
+leis são relacionadas e similares, espécies do mesmo gênero que supõem que
+estou fazendo um grande barulho sobre pequenas diferenças. Aqui pretendo
+mostrar como são fundamentais as diferenças.</p>
+
+<p>Cinquenta anos atrás, todos costumavam reconhecer as nações da Coreia,
+Mongólia e Paquistão como separadas e distintas. Na verdade, elas não têm
+mais em comum do que quaisquer três partes escolhidas aleatoriamente do
+mundo, já que têm diferentes geografias, diferentes culturas, diferentes
+idiomas, diferentes religiões e histórias separadas. Hoje, no entanto, a sua
+diferença é principalmente enterrada sob o rótulo comum de “Comongistão”.</p>
+
+<p>Poucos lembram hoje a campanha de marketing que cunhou esse nome: empresas
+que negociam com a Coreia do Sul, Mongólia e Paquistão chamaram esses três
+países de “Comongistão” como uma descrição simples de seu “campo” de
+atividade. (Eles não se preocuparam com a divisão da Coreia ou se o
+Paquistão deveria incluir o que hoje é Bangladesh.) Esse rótulo deu aos
+potenciais investidores a sensação de que eles tinham uma visão mais clara
+do que essas empresas faziam, além de tenderem a ficar em suas
+mentes. Quando o público viu os anúncios, eles deram como certo que esses
+países formavam uma unidade natural, que eles tinham algo importante em
+comum. As primeiras obras acadêmicas, depois a literatura popular, começaram
+a falar sobre o Comongistão.</p>
+
+<p>A maioria dos trabalhos em periódicos de prestígio dos Estudos do
+Comongistão realmente tratam de algum aspecto de uma das três regiões do
+Comongistão, usando o Comongistão apenas como um rótulo. Esses trabalhos não
+são menos úteis do que seriam sem esse rótulo, para os leitores que têm o
+cuidado de conectar o papel apenas com a “região” descreve.</p>
+
+<p>No entanto, os estudiosos anseiam generalizar, então eles frequentemente
+escrevem de forma a estender suas conclusões para “mais” do Comongistão, que
+introduz erro. Outros documentos comparam duas das regiões do
+Comongistão. Esses documentos podem ser válidos também se entendidos como
+comparações de países não relacionados. No entanto, o termo “Comongistão”
+leva as pessoas a se concentrarem em comparar o Paquistão com a Mongólia e a
+Coreia, em vez de se concentrar na vizinha Índia, no Afeganistão e no Irã,
+com as quais teve relações históricas.</p>
+
+<p>Em contraste, a escrita popular sobre o Comongistão apresenta um quadro
+unificado de sua história e cultura. Este quadro falso incentiva os leitores
+a equiparar cada uma das três “regiões” com o todo de “Comongistão”. Eles
+são fascinados por Gengis Khan, o grande conquistador comongistanês (na
+verdade mongol). Eles aprendem como as fortunas do Comongistão diminuíram
+desde então, como Comongistão (na verdade, o Paquistão) fazia parte do
+Império Britânico até 1946; apenas quatro anos após a retirada dos
+governantes coloniais britânicos, os exércitos dos EUA e da China entraram e
+lutaram entre si (na verdade, na Coreia). Lendo sobre as relações do Talibã
+afegão com o vizinho Comongistão (na verdade, o Paquistão), eles têm um
+sentimento de compreensão mais profunda considerando o assunto no “contexto
+comongistanês mais amplo”, mas esse suposto entendimento é espúrio.</p>
+
+<p>Algumas classes de língua coreana de nível iniciante começaram a escrever o
+coreano em uma variante da escrita árabe, sob a orientação de educadores que
+acham que é apropriado empregar o roteiro usado pela maioria dos
+comongistaneses (na verdade, paquistaneses), mesmo que o coreano nunca tenha
+sido escrito dessa maneira.</p>
+
+<p>Quando essas confusões são apontadas aos professores de Estudos do
+Comongistão, eles respondem insistindo que o nome Comongistão é útil,
+esclarecedor e justificado por várias características gerais compartilhadas
+por todo o Comongistão, tais como:</p>
+
+<ul>
+ <li>Todos os comongistaneses estão na Ásia. (Verdade.)</li>
+
+ <li>Todo o Comongistão tem sido palco de grandes rivalidades de
+poder. (Verdadeiro mas equivocado, já que as três “partes” estavam
+envolvidas em diferentes rivalidades entre diferentes poderes em diferentes
+momentos.)</li>
+
+ <li>Todo o Comongistão tem uma longa e importante relação com a China. (Falsa,
+já que o Paquistão não tem.)</li>
+
+ <li>Todo o Comongistão foi influenciado pelo budismo. (É verdade, mas há pouco
+disso no Paquistão hoje.)</li>
+
+ <li>Quase todo o Comongistão foi unificado pelos Khagan Mongke. (É verdade, mas
+a maioria da Ásia também.)</li>
+
+ <li>Todo o Comongistão estava sujeito à colonização ocidental. (Falsa, já que a
+Coreia foi subjugada pelo Japão, não por um país europeu.)</li>
+
+ <li>Todas as “regiões do Comongistão” têm armas nucleares. (Falsa, já que a
+Mongólia não os tem, e nem a Coreia do Sul.)</li>
+
+ <li>Cada “região” do Comongistão tem um “a” em seu nome. (Verdade.)</li>
+</ul>
+
+<p>Os professores estão cientes dos fatos que tornam algumas dessas
+generalizações falsas, mas, em seu anseio de justificar o termo, ignoram o
+que sabem. Quando lembrados desses fatos, eles os chamam de pequenas
+exceções.</p>
+
+<p>Eles também citam a ampla adoção social do nome Comongistão &ndash; os
+Departamentos universitários de Estudos do Comongistão, as prateleiras
+rotuladas Comongistão em livrarias e bibliotecas, os periódicos eruditos
+como a Revisão Comongistana, o Subsecretário do Departamento de Estado para
+Assuntos do Comongistão, os avisos de viagem para os visitantes ao
+Comongistão, e muitos mais &ndash; como prova de que o nome Comongistão está
+tão incorporado na sociedade que não poderíamos imaginar passar sem ele. No
+entanto, essas práticas não tornam o termo válido, apenas mostram até que
+ponto levou o pensamento e a sociedade ao erro.</p>
+
+<p>No final da discussão, eles decidem manter o nome confuso, mas se
+comprometem a fazer mais para ensinar os alunos a notar as diferenças entre
+as três “regiões” do Comongistão. Esses esforços não dão frutos, uma vez que
+não podem impedir que os alunos se desviem da corrente que os une.</p>
+
+<p>Em 1995, sob pressão dos Estados Unidos e de outros estados que queriam ter
+apenas uma embaixada para todo o Comongistão, os governos da Coreia do Norte
+e do Sul, Mongólia e Paquistão começaram a negociar a união de seus
+países. Mas essas negociações logo se sobrepuseram em questões como idioma,
+religião e status relativo dos ditadores de alguns desses países. Há poucas
+chances de que a realidade mude em breve para se assemelhar à ficção do
+Comongistão.</p>
+
+<p>A parábola do Comongistão minimiza a extensão do termo “propriedade
+intelectual”, que é usado para se referir a muito mais leis do que as três
+que as pessoas mais pensam. Para fazer justiça ao nível de
+supergeneralização do termo, precisaríamos lançar na Suíça, Cuba, Império
+Inca, Gondor e na República Popular de Santa Mônica.</p>
+
+<p>Uma parábola como esta pode sugerir uma conclusão, mas não constitui uma
+prova. Esta parábola não demonstra que há pouco que se possa dizer
+validamente que se aplica à lei de patentes, lei de direitos autorais, lei
+de marca registrada, lei de monopólio de variedade vegetal, lei de segredo
+comercial, lei de monopólio de máscara IC, direitos de publicidade e algumas
+outras leis, mas você pode verificar isso por si mesmo se você estudá-los.</p>
+
+<p>Entretanto, simplesmente considerar a possibilidade de que essas leis sejam
+tão diferentes quanto esta parábola sugere é suficiente para mostrar que o
+termo “propriedade intelectual” deve ser rejeitado, para que as pessoas
+possam aprender e julgar cada uma dessas leis sem a suposição de que são
+semelhantes. Veja <a href="/philosophy/not-ipr.html">Você Disse “Propriedade
+Intelectual”? É uma Miragem Sedutora</a>, para mais explicações.</p>
+
+<div class="translators-notes">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.-->
+ </div>
+</div>
+
+<!-- for id="content", starts in the include above -->
+<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" -->
+<div id="footer">
+<div class="unprintable">
+
+<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a
+href="mailto:gnu@gnu.org">&lt;gnu@gnu.org&gt;</a>. Também existem <a
+href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e
+outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a
+href="mailto:webmasters@gnu.org">&lt;webmasters@gnu.org&gt;</a>.</p>
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+<p>
+<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph,
+ replace it with the translation of these two:
+
+ We work hard and do our best to provide accurate, good quality
+ translations. However, we are not exempt from imperfection.
+ Please send your comments and general suggestions in this regard
+ to <a href="mailto:web-translators@gnu.org">
+
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+
+ <p>For information on coordinating and submitting translations of
+ our web pages, see <a
+ href="/server/standards/README.translations.html">Translations
+ README</a>. -->
+A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer
+traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por
+favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para
+<a
+href="mailto:web-translators@gnu.org">&lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.
+</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia
+para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de
+traduções das páginas deste site.</p>
+</div>
+
+<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to
+ files generated as part of manuals) on the GNU web server should
+ be under CC BY-ND 3.0 US. Please do NOT change or remove this
+ without talking with the webmasters or licensing team first.
+ Please make sure the copyright date is consistent with the
+ document. For web pages, it is ok to list just the latest year the
+ document was modified, or published.
+
+ If you wish to list earlier years, that is ok too.
+ Either "2001, 2002, 2003" or "2001-2003" are ok for specifying
+ years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable
+ year, i.e., a year in which the document was published (including
+ being publicly visible on the web or in a revision control system).
+
+ There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers
+ Information document, www.gnu.org/prep/maintain. -->
+<p>Copyright &copy; 2015 Richard Stallman</p>
+
+<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license"
+href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative
+Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p>
+
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+<div class="translators-credits">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.-->
+Traduzido por: Rafael Fontenelle <a
+href="mailto:rafaelff@gnome.org">&lt;rafaelff@gnome.org&gt;</a>, 2019.</div>
+
+<p class="unprintable"><!-- timestamp start -->
+Última atualização:
+
+$Date: 2020/05/22 22:05:25 $
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