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diff --git a/talermerchantdemos/blog/articles/br/judge-internet-usage.html b/talermerchantdemos/blog/articles/br/judge-internet-usage.html new file mode 100644 index 0000000..4c72a23 --- /dev/null +++ b/talermerchantdemos/blog/articles/br/judge-internet-usage.html @@ -0,0 +1,266 @@ +<!--#set var="PO_FILE" + value='<a href="/philosophy/po/judge-internet-usage.pt-br.po"> + https://www.gnu.org/philosophy/po/judge-internet-usage.pt-br.po</a>' + --><!--#set var="ORIGINAL_FILE" value="/philosophy/judge-internet-usage.html" + --><!--#set var="DIFF_FILE" value="/philosophy/po/judge-internet-usage.pt-br-diff.html" + --><!--#set var="OUTDATED_SINCE" value="2021-10-01" --> + +<!--#include virtual="/server/header.pt-br.html" --> +<!-- Parent-Version: 1.90 --> + +<!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! --> +<title>Um usuário sábio julga cuidadosamente cada cenário de uso da internet - +Projeto GNU - Free Software Foundation</title> + +<!--#include virtual="/philosophy/po/judge-internet-usage.translist" --> +<!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" --> +<!--#include virtual="/server/outdated.pt-br.html" --> +<h2>Um usuário sábio julga cuidadosamente cada cenário de uso da internet</h2> +<p>por Richard Stallman<br />Publicado pela primeira vez em <a +href="https://www.europeanbusinessreview.com/a-wise-user-judges-each-internet-usage-scenario-carefully/">The +European Business Review</a></p> + +<p>Empresas estão oferecendo agora, aos usuários de computadores, oportunidades +tentadoras para deixar que outros armazenem seus dados e façam sua +computação. Em outras palavras, jogar cautela e responsabilidade aos ventos.</p> + +<p>Essas empresas, e seus incentivadores, gostam de chamar essas práticas +computacionais de “computação em nuvem” <i lang="en">(cloud +computing)</i>. Elas aplicam o mesmo termo também a outros cenários +totalmente diferentes, tais como o aluguel de um servidor remoto, tornando o +termo tão amplo e nebuloso, que nada de significativo pode ser dito com +ele. Se ele tem algum significado, só pode ser o de uma certa atitude para +com a computação: uma atitude de não pensar cuidadosamente sobre o que está +envolvido no cenário proposto ou quais riscos ele implica. Talvez tenham a +intenção de que essa nuvem da qual falam se forme na mente do cliente.</p> + +<p>Para substituir essa nuvem por clareza, este artigo discute diversos +produtos e serviços que envolvem cenários de uso muito diferentes (por +favor, não pense neles como “computação em nuvem”) e as distintas questões +que eles levantam.</p> + +<p>Primeiro, vamos classificar os tipos de questões que um cenário de uso +<em>pode</em> levantar. Em geral, há dois tipos de questões a serem +consideradas. Um é sobre o <em>tratamento de seus dados</em>, e o outro, +sobre o <em>controle da sua computação</em>.</p> + +<p>Dentro do tratamento de seus dados, várias questões podem ser distinguidas: +um serviço poderia perder seus dados, alterá-los, mostrá-los a alguém sem o +seu consentimento e/ou dificultar que você obtivesse seus dados de +volta. Cada uma dessas questões é fácil de entender; o quão importantes elas +são depende de que tipos de dados estão envolvidos.</p> + +<p>Tenha em mente que uma empresa dos EUA (ou sua subsidiária) é obrigada a +entregar praticamente todos os dados que ela tem sobre um usuário, a pedido +do FBI, sem mandado judicial, sob o “USA PATRIOT Act”, cujo nome negrobranco +é tão orwelliano quanto suas disposições. Sabemos que, embora os +requerimentos que essa lei coloca sobre o FBI sejam bem frouxos, o FBI +sistematicamente os viola. O senador Wyden diz que se ele pudesse dizer +publicamente como o FBI estica a lei, <a +href="http://www.wired.com/dangerroom/2011/05/secret-patriot-act/">o público +ficaria com raiva</a>. Organizações europeias podem muito bem violar as leis +de proteção de dados de seus países, se confiarem dados a tais companhias.</p> + +<p>Controle de sua computação é a outra categoria de questões. Usuários merecem +ter o controle de sua computação. Infelizmente, a maioria deles já abdicou +de tal controle, através do uso de software privativo (não livre).</p> + +<p>Com software, há apenas duas possibilidades: ou os usuários controlam o +software, ou o software controla os usuários. O primeiro caso nós chamamos +de “software livre”, livre como em liberdade, porque os usuários têm o +controle efetivo do software se eles têm certas liberdades essenciais. Nós +também o chamamos de “free/libre” para enfatizar que essa é uma <a +href="/philosophy/free-sw.html">questão de liberdade, não de preço</a>. O +segundo caso é software privativo. O Windows e o MacOS são privativos; e +também o iOS, o software no iPhone. Tal sistema controla seus usuários, e +uma empresa controla o sistema.</p> + +<p>Quando uma corporação tem poder sobre os usuários desse modo, é provável que +ela abuse desse poder. Não surpreende que Windows e iOS sejam conhecidos +por terem recursos de espionagem, recursos para restringir os usuários e +<em>backdoor</em>. Quando usuários falam de “fazer um jailbreak” +(destravamento) no iPhone, eles reconhecem que esse produto algema o +usuário.</p> + +<p>Quando um serviço realiza a computação do usuário, o usuário perde o +controle daquela computação. Chamamos essa prática de “Serviço como +Substituto de Software” <i lang="en">(Service as a Software Substitute)</i>, +ou SaaSS, e isso é equivalente a executar um programa privativo com um +recurso de espionagem e um <em>backdoor</em>. <a +href="/philosophy/who-does-that-server-really-serve.html">Definitivamente, +isso tem que ser evitado.</a></p> + +<p>Tendo classificado as questões possíveis, consideremos como vários produtos +e serviços as levantam.</p> + +<p>Primeiro, consideremos o iCloud, um serviço da Apple que está para chegar, +cuja funcionalidade (de acordo com informação adiantada) será que os +usuários poderão copiar informação para um servidor e acessá-la depois de +algum outro lugar, ou deixar que usuários acessem-na de lá. Isso não é +Serviço como Substituto de Software, já que ele não faz nenhuma computação +para o usuário, então essa questão não é levantada aqui.</p> + +<p>Como iCloud tratará os dados do usuário? No momento em que escrevo, não +sabemos, mas podemos especular, com base no que outros serviços fazem. A +Apple provavelmente será capaz de observar os dados, para seus próprios +propósitos e para os propósitos de outros. Sendo assim, tribunais serão +capazes de obter os dados através de um mandado judicial distado à Apple +(<em>não</em> ao usuário). O FBI poderá obtê-los sem um mandado +judicial. Empresas de filmes e gravadoras, ou suas usinas de processos +judiciais, poderão ser capazes de observá-los também. A única maneira de +isso poder ser evitado é se os dados forem criptografados na máquina do +usuário antes de serem enviados, e decriptados na máquina do usuário depois +que forem acessados.</p> + +<p>No caso específico do iCloud, todos os usuários estarão executando software +da Apple, então a Apple terá total controle sobre seus dados, de qualquer +maneira. Um recurso espião foi descoberto em software do iPhone e do iPad no +início de 2011, levando as pessoas a falar de “spyPhone”. A Apple poderia +introduzir outro recurso espião na próxima “atualização”, e somente a Apple +saberia. Se você for tonto o suficiente para usar um iPhone ou iPad, talvez +iCloud não torne as coisas muito piores, mas não se recomenda isso.</p> + +<p>Agora vamos considerar o Amazon EC2, um serviço em que o cliente aluga um +computador virtual (hospedado em um servidor em um centro de dados da +Amazon) que faz qualquer coisa que o cliente o programe a fazer.</p> + +<p>Esses computadores executam o <a href="/gnu/linux-and-gnu.html">sistema +operacional GNU/Linux</a>, e o cliente pode escolher todo o software +instalado, com uma exceção: Linux, o componente de nível mais baixo (ou +kernel) do sistema. Os clientes precisam selecionar uma das versões do +Linux oferecidas pela Amazon; eles não podem fazer e executar suas +próprias. Mas eles podem substituir o resto do sistema. Daí, eles têm quase +tanto controle sobre sua computação quanto teriam com suas próprias +máquinas, mas não inteiramente.</p> + +<p>EC2 tem algumas desvantagens. Uma é que, já que os usuários não podem +instalar suas próprias versões do kernel Linux, é possível que a Amazon +coloque alguma coisa de podre, ou meramente inconveniente, nas versões que +oferece. Mas isso pode não importar realmente, dadas as outras falhas. Uma +outra falha é que a Amazon tem o controle final sobre o computador e seus +dados. O Estado poderia apreender todos os dados da Amazon. Se você os +tivesse em sua casa ou escritório, o Estado teria que usar de um mandado +contra você, e você teria chances de lutar contra a apreensão na justiça. A +Amazon pode não se importar em lutar contra o mandado em seu nome.</p> + +<p>A Amazon coloca condições sobre o que você pode fazer com esses servidores, +e pode cortar seu serviço se ela entender que suas ações conflitam com +elas. A Amazon não tem necessidade de provar nada, então na prática ela pode +cortá-lo se ela considerar você inconveniente. Assim como o Wikileaks +descobriu, o cliente não tem recurso algum se a Amazon esticar os fatos para +fazer um julgamento questionável.</p> + +<p>Agora vamos considerar o Google ChromeOS, uma variante de GNU/Linux que +ainda está em desenvolvimento. De acordo com o que a Google disse +inicialmente, ele será um software livre, pelo menos o sistema básico, +apesar de a experiência com o Android sugerir que ele possa vir com +programas não livres também.</p> + +<p>A principal característica desse sistema, seu propósito, era negar aos +usuários duas capacidades fundamentais que o GNU/Linux e outros sistemas +operacionais normalmente oferecem: armazenar dados e executar aplicativos +localmente. Em vez disso, ChromeOS seria projetado para exigir que os +usuários armazenem seus dados em servidores (normalmente servidores da +Google, suponho) e deixem que esses servidores façam sua computação +também. Isso imediatamente levanta ambos tipos de questões na sua forma mais +plena. A única maneira em que o ChromeOS, tal como concebido, poderia se +tornar algo que usuários deveriam aceitar, é se eles instalassem uma versão +modificada do sistema, restaurando as capacidades de armazenamento local de +dados e de aplicações.</p> + +<p>Mais recentemente, ouvi dizer que a Google reconsiderou essa decisão e +poderá reincorporar esses recursos locais. Se for assim, ChromeOS poderá +simplesmente ser algo que as pessoas possam usar em liberdade – se forem +evitados os muitos outros problemas que nós <a +href="/philosophy/android-and-users-freedom.html">observamos hoje no +Android</a>.</p> + +<p>Como esses exemplos mostram, cada cenário de uso da internet levanta seu +próprio conjunto de questões, e elas precisam ser julgadas com base em sua +especificidade. Afirmações vagas, tais como quaisquer declarações formuladas +em termos de “computação em nuvem”, só conseguem obstruir o caminho.</p> + +<div class="translators-notes"> + +<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.--> + </div> +</div> + +<!-- for id="content", starts in the include above --> +<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" --> +<div id="footer"> +<div class="unprintable"> + +<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a +href="mailto:gnu@gnu.org"><gnu@gnu.org></a>. Também existem <a +href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e +outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a +href="mailto:webmasters@gnu.org"><webmasters@gnu.org></a>.</p> + +<p> +<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph, + replace it with the translation of these two: + + We work hard and do our best to provide accurate, good quality + translations. However, we are not exempt from imperfection. + Please send your comments and general suggestions in this regard + to <a href="mailto:web-translators@gnu.org"> + + <web-translators@gnu.org></a>.</p> + + <p>For information on coordinating and submitting translations of + our web pages, see <a + href="/server/standards/README.translations.html">Translations + README</a>. --> +A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer +traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. 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