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+++ b/talermerchantdemos/blog/articles/br/free-hardware-designs.html
@@ -0,0 +1,543 @@
+<!--#set var="PO_FILE"
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+ https://www.gnu.org/philosophy/po/free-hardware-designs.pt-br.po</a>'
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+
+<!-- This file is automatically generated by GNUnited Nations! -->
+<title>Hardware livre e designs de hardware livre - Projeto GNU - Free Software
+Foundation</title>
+
+<!--#include virtual="/philosophy/po/free-hardware-designs.translist" -->
+<!--#include virtual="/server/banner.pt-br.html" -->
+<!--#include virtual="/server/outdated.pt-br.html" -->
+<h2>Hardware livre e designs de hardware livre</h2>
+
+<p>por <a href="http://www.stallman.org/">Richard M. Stallman</a></p>
+
+<!-- rms: I deleted the links because of Wired's announced
+ anti-ad-block system -->
+<blockquote>
+<p>A maior parte deste artigo foi publicada em duas partes na Wired em março de
+2015.</p>
+</blockquote>
+
+<p>Até que ponto as ideias de software livre se estendem ao hardware? É uma
+obrigação moral tornarmos nossos designs de hardware livres, assim como é
+fazermos nosso software livre? Para manter nossa liberdade, é necessário
+rejeitar o hardware feito com designs não livres?</p>
+
+<h3 id="definitions">Definições</h3>
+
+<p><em>Software livre</em> (<i lang="en">“free software”</i>, em inglês) é uma
+questão de liberdade, não de preço; de um modo geral, significa que os
+usuários são livres para usar o software e copiar e redistribuir o software,
+com ou sem alterações. Mais precisamente, a definição é formulada em termos
+das <a href="/philosophy/free-sw.html">quatro liberdades
+essenciais</a>. Para enfatizar que o <i lang="en">“free”</i> de <i
+lang="en">“free software”</i> se refere à liberdade, não ao preço,
+geralmente usamos a palavra francesa ou espanhola <i lang="es">“libre”</i>;
+junto com <i lang="en">“free”</i><sup><a id="TransNote1-rev"
+href="#TransNote1">1</a></sup>.</p>
+
+<p>Aplicando o mesmo conceito diretamente ao hardware, <em>hardware livre</em>
+(<i lang="en">“free hardware”</i>, em inglês) significa hardware que os
+usuários podem usar livremente, copiar e redistribuir com ou sem
+alterações. No entanto, não há copiadoras para hardware, além das formas
+externas de chaves, DNA e objetos de plástico. A maior parte do hardware é
+fabricada a partir de algum tipo de design. O design vem antes do hardware.</p>
+
+<p>Portanto, o conceito que realmente precisamos é o de <em>design de hardware
+livre</em>. Isso é simples: significa um design que permite aos usuários
+usar o design (ou seja, fabricar hardware a partir dele) e copiá-lo e
+redistribuí-lo, com ou sem alterações. O design deve fornecer as mesmas
+quatro liberdades que definem o software livre.</p>
+
+<p>Então, podemos nos referir ao hardware feito a partir de um design livre
+como “hardware livre”, mas “hardware de design livre” é um termo mais claro,
+pois evita possíveis mal-entendidos.</p>
+
+<p>As pessoas que se deparam com a ideia de software livre geralmente pensam
+que isso significa que você pode obter uma cópia gratuitamente. Muitos
+programas livres estão disponíveis a preço zero, pois não custa nada baixar
+sua própria cópia, mas não é isso que significa <i lang="en">“free”</i>
+aqui. (De fato, alguns programas spyware, como <a
+href="/philosophy/proprietary/proprietary-surveillance.html">Flash Player e
+Angry Birds</a>, são gratuitos, embora não sejam livres.) Dizer <i
+lang="en">“libre”</i> junto com <i lang="en">“free”</i> ajuda a esclarecer o
+ponto.</p>
+
+<p>Para o hardware, essa confusão tende a ir na outra direção; o hardware custa
+dinheiro para produzir; portanto, o hardware produzido comercialmente não
+será gratuito (a menos que seja um líder de perdas ou um empate), mas isso
+não impede que seu design seja <i lang="en">free</i>/<i
+lang="en">libre</i>. As coisas que você faz em sua própria impressora 3D
+podem ser muito baratas, mas não exatamente gratuitas, pois as
+matérias-primas normalmente têm um custo. Em termos éticos, a questão da
+liberdade supera totalmente a questão do preço, pois um dispositivo que nega
+liberdade aos seus usuários vale menos que nada.</p>
+
+<p>Podemos usar o termo “hardware livre” como um equivalente conciso para
+“hardware feito a partir de um design livre (libre)”.</p>
+
+<p>Os termos “hardware aberto” e “hardware de código aberto” (<i
+lang="en">“open hardware”</i> e <i lang="en">“open source hardware”</i>, em
+inglês, respectivamente) são usados por alguns com o mesmo significado
+concreto que “hardware de design livre”, mas esses termos minimizam a
+liberdade como um problema. Eles foram derivados do termo “software de
+código aberto” (<i lang="en">“open source software”</i>), que se refere mais
+ou menos a software livre, mas <a
+href="/philosophy/open-source-misses-the-point.html">sem falar sobre
+liberdade ou apresentar o problema por uma questão de certo ou
+errado</a>. Para enfatizar a importância da liberdade, fazemos questão de
+nos referir à liberdade sempre que pertinente; como “open” falha em fazer
+isso, não vamos substituí-lo por “free”.</p>
+
+<h3 id="hw-and-sw">Hardware e software</h3>
+
+<p>Hardware e software são fundamentalmente diferentes. Um programa, mesmo na
+forma executável compilada, é uma coleção de dados que pode ser interpretada
+como instruções para um computador. Como qualquer outro trabalho digital,
+ele pode ser copiado e alterado usando um computador. Uma cópia de um
+programa não possui forma ou modalidade física preferida inerente.</p>
+
+<p>Por outro lado, o hardware é uma estrutura física e sua fisicalidade é
+crucial. Embora o design do hardware possa ser representado como dados, em
+alguns casos, mesmo como um programa, o design não é o hardware. Um design
+para uma CPU não pode executar um programa. Você não vai muito longe
+tentando digitar um design para um teclado ou exibir pixels em um design
+para uma tela.</p>
+
+<p>Além disso, enquanto você pode usar um computador para modificar ou copiar o
+design do hardware, um computador não pode converter o design na estrutura
+física descrita. Isso requer equipamento de fabricação.</p>
+
+<h3 id="boundary">A fronteira entre hardware e software</h3>
+
+<p>Qual é o limite, em dispositivos digitais, entre hardware e software? Ele
+segue as definições. Software é a parte operacional de um dispositivo que
+pode ser copiado e alterado em um computador; hardware é a parte operacional
+que não pode ser. Este é o caminho certo para fazer a distinção, porque se
+refere às consequências práticas.</p>
+
+<p>Há uma área cinza entre o hardware e o software que contém o firmware que
+<em>pode</em> ser atualizado ou substituído, mas que nunca deve ser
+atualizado ou substituído depois que o produto é vendido. Em termos
+conceituais, a área cinza é bastante estreita. Na prática, é importante
+porque muitos produtos caem nela. Podemos tratar esse firmware como hardware
+com uma pequena extensão de seu significa.</p>
+
+<p>Alguns disseram que programas de firmware pré-instalados e chips de
+Field-Programmable Gate Array (FPGAs) “obscurecem a fronteira entre hardware
+e software”, mas acho que isso é uma interpretação incorreta dos fatos. O
+firmware que é instalado durante o uso é um software; O firmware que é
+entregue dentro do dispositivo e não pode ser alterado é um software por
+natureza, mas podemos tratá-lo como se fosse um circuito. Quanto aos FPGAs,
+o próprio FPGA é hardware, mas o padrão de porta <i lang="en">gate</i>
+carregada no FPGA é um tipo de firmware.</p>
+
+<p>O uso de padrões livres de porta em FPGAs poderia ser um método útil para
+criar dispositivos digitais livres no nível do circuito. No entanto, para
+tornar os FPGAs utilizáveis no mundo livre, precisamos de ferramentas de
+desenvolvimento livres para eles. O obstáculo é que o formato do arquivo de
+padrão de porta carregado no FPGA é secreto. Por muitos anos, não houve
+modelo de FPGA para o qual esses arquivos pudessem ser produzidos sem
+ferramentas não livres (privativas).</p>
+
+<p>A partir de 2015, as ferramentas de software livre estão disponíveis para <a
+href="http://www.clifford.at/icestorm/">programação do Lattice iCE40</a>, um
+modelo comum de FPGA, a partir da entrada gravada em uma linguagem de
+descrição de hardware (HDL). Também é possível compilar programas C e
+executá-los em FPGA de Xilinx Spartan 6 LX9 com <a
+href="https://github.com/Wolfgang-Spraul/fpgatools">ferramentas livres</a>,
+mas elas não o possuem suporte a entrada HDL. Recomendamos que você rejeite
+outros modelos FPGA até que eles também tenham suporte em ferramentas
+livres.</p>
+
+<p>Quanto ao próprio código HDL, ele pode atuar como software (quando é
+executado em um emulador ou carregado em um FPGA) ou como um design de
+hardware (quando é realizado em silício imutável ou em uma placa de
+circuito).</p>
+
+<h3 id="ethical-3d-printers">A pergunta ética para impressoras 3D</h3>
+
+<p>Eticamente, <a
+href="/philosophy/free-software-even-more-important.html">software deve ser
+livre</a>; um programa não livre é uma injustiça. Devemos adotar a mesma
+visão para designs de hardware?</p>
+
+<p>Com certeza demos, nos campos que a impressão 3D (ou, geralmente, qualquer
+tipo de fabricação pessoal) possa lidar. Os padrões da impressora para criar
+um objeto útil e prático (ou seja, funcional em vez de decorativo)
+<em>devem</em> ser livres porque são trabalhos feitos para uso prático. Os
+usuários merecem controle sobre esses trabalhos, assim como eles merecem
+controle sobre o software que usam. Distribuir um design de objeto funcional
+não livre é tão errado quanto distribuir um programa não livre.</p>
+
+<p>Tenha cuidado ao escolher impressoras 3D que funcionam com software
+exclusivamente livre; a Free Software Foundation <a
+href="http://fsf.org/resources/hw/endorsement">endossa tais
+impressoras</a>. Algumas impressoras 3D são feitas com designs de hardware
+livre, mas <a
+href="http://www.cnet.com/news/pulling-back-from-open-source-hardware-makerbot-angers-some-adherents/">os
+designs de hardware da Makerbot não são livres</a>.</p>
+
+<h3 id="reject-nonfree">Devemos rejeitar o hardware digital não livre?</h3>
+
+<p>Um design de hardware digital <a href="#fn1">(*)</a> não livre é uma
+injustiça? Devemos, por nossa liberdade, rejeitar todo o hardware digital
+feito com designs não livres, assim como devemos rejeitar software não
+livre?</p>
+
+<p>Devido ao paralelo conceitual entre designs de hardware e código-fonte do
+software, muitos hackers de hardware condenam rapidamente designs de
+hardware não livres, assim como software não livre. Discordo porque as
+circunstâncias para hardware e software são diferentes.</p>
+
+<p>A tecnologia atual de fabricação de chips e placas se assemelha à
+impressora: ela se presta à produção em massa em uma fábrica. É mais como
+copiar livros em 1950 do que copiar software hoje.</p>
+
+<p>A liberdade de copiar e alterar o software é um imperativo ético porque
+essas atividades são viáveis para quem usa o software: o equipamento que
+permite o uso do software (um computador) também é suficiente para copiá-lo
+e alterá-lo. Os computadores móveis de hoje são fracos demais para serem
+bons para isso, mas qualquer um pode encontrar um computador suficientemente
+poderoso.</p>
+
+<p>Além disso, um computador é suficiente para baixar e executar uma versão
+alterada por outra pessoa que saiba como, mesmo se você não for um
+programador. De fato, os não programadores baixam o software e o executam
+todos os dias. É por isso que o software livre faz uma diferença real para
+os não programadores.</p>
+
+<p>Quanto disso se aplica ao hardware? Nem todo mundo que pode usar hardware
+digital sabe como alterar um design de circuito ou de chip, mas qualquer
+pessoa que possua um PC possui o equipamento necessário para isso. Até
+agora, o hardware é paralelo ao software, mas a seguir vem a grande
+diferença.</p>
+
+<p>Você não pode criar e usar um design de circuito ou chip no seu
+computador. Construir um grande circuito é muito trabalhoso, e é assim que
+você tem a placa de circuito. Hoje, fabricar um chip não é viável para
+indivíduos; somente a produção em massa pode torná-los baratos o
+suficiente. Com a tecnologia de hardware de hoje, os usuários não podem
+baixar e executar uma versão modificada de um design de hardware digital
+amplamente utilizado, pois poderiam executar uma versão modificada de um
+programa amplamente utilizado. Assim, as quatro liberdades não dão aos
+usuários hoje controle coletivo sobre um design de hardware, como dão aos
+usuários controle coletivo sobre um programa. É aí que o raciocínio que
+mostra que todo software deve ser livre não se aplica à tecnologia de
+hardware atual.</p>
+
+<p>Em 1983, não havia sistema operacional livre, mas estava claro que, se
+tivéssemos um, poderíamos usá-lo imediatamente e obter liberdade de
+software. Tudo o que faltava era o código para um.</p>
+
+<p>Em 2014, se tivéssemos um design livre para um chip de CPU adequado para um
+PC, os chips produzidos em massa feitos com esse design não nos dariam a
+mesma liberdade no domínio do hardware. Se vamos comprar um produto
+produzido em massa em uma fábrica, essa dependência da fábrica causa quase
+todos os mesmos problemas que um design não livre. Para designs livres para
+nos dar liberdade de hardware, precisamos de tecnologia de fabricação
+futura.</p>
+
+<p>Podemos imaginar um futuro em que nossos fabricantes pessoais possam
+fabricar chips, e nossos robôs possam montá-los e soldá-los juntamente com
+transformadores, interruptores, chaves, telas, ventoinhas e assim por
+diante. Nesse futuro, todos nós fabricaremos nossos próprios computadores (e
+fabricantes e robôs) e todos poderemos tirar proveito dos designs
+modificados feitos por quem conhece hardware. Os argumentos para rejeitar
+software não livre também se aplicarão a designs de hardware não livres.</p>
+
+<p>Esse futuro está a anos de distância, no mínimo. Enquanto isso, não há
+necessidade de rejeitar hardware com designs não livres em princípio.</p>
+
+<hr />
+
+<p id="fn1">* Na forma usada aqui, “hardware digital” inclui hardware com alguns
+circuitos analógicos e componentes em adição aos digitais.</p>
+
+<h3 id="free-designs">Precisamos de designs de hardware digital livres</h3>
+
+<p>Embora não seja necessário rejeitar o hardware digital feito a partir de
+designs não livres nas circunstâncias atuais, precisamos desenvolver designs
+livres e usá-los sempre que possível. Eles oferecem vantagens hoje e, no
+futuro, podem ser a única maneira de usar o software livre.</p>
+
+<p>Designs de hardware livre oferecem vantagens práticas. Várias empresas podem
+fabricar um, o que reduz a dependência de um único fornecedor. Grupos podem
+organizar para fabricá-los em quantidade. Ter diagramas de circuito ou
+código HDL torna possível estudar o design para procurar erros ou
+funcionalidades maliciosas (sabe-se que a NSA adquiriu deficiências
+maliciosas em alguns hardwares de computação). Além disso, os designs livres
+podem servir como blocos de construção para projetar computadores e outros
+dispositivos complexos, cujas especificações serão publicadas e terão menos
+peças que podem ser usadas contra nós.</p>
+
+<p>Designs de hardware livre podem se tornar utilizáveis para algumas partes de
+nossos computadores e redes e para sistemas embarcados, antes que possamos
+fabricar computadores inteiros dessa maneira.</p>
+
+<p>Designs de hardware livre podem se tornar essenciais mesmo antes de podermos
+fabricar o hardware pessoalmente, se eles se tornarem a única maneira de
+evitar software não livre. Como o hardware comercial comum é cada vez mais
+projetado para subjugar os usuários, torna-se cada vez mais incompatível com
+o software livre, devido a especificações e requisitos secretos de código a
+ser assinado por alguém que não seja você. Os chips de modem para celular e
+até alguns aceleradores gráficos já exigem que o firmware seja assinado pelo
+fabricante. Qualquer programa em seu computador – que outra pessoa pode
+mudar, mas você não – é um instrumento de poder injusto sobre você; O
+hardware que impõe esse requisito é um hardware mal-intencionado. No caso de
+chips de modem para celular, todos os modelos agora disponíveis são
+maliciosos.</p>
+
+<p>Algum dia, o hardware digital de design livre pode ser a única plataforma
+que permite executar um sistema livre. Vamos procurar ter os designs
+digitais livres necessários antes disso e esperar que tenhamos os meios para
+fabricá-los de maneira barata o suficiente para todos os usuários.</p>
+
+<p>Se você projetar hardware, faça seus designs livres. Se você usa hardware,
+junte-se a empresas de pressão e pressão para liberar os designs de
+hardware.</p>
+
+<h3 id="levels-of-design">Níveis de design</h3>
+
+<p>O software possui níveis de implementação; um pacote pode incluir
+bibliotecas, comandos e scripts, por exemplo. Mas esses níveis não fazem uma
+diferença significativa para a liberdade de software, porque é possível
+tornar todos os níveis livres. Projetar componentes de um programa é o mesmo
+tipo de trabalho que projetar o código que os combina; da mesma forma, criar
+os componentes a partir do fonte é o mesmo tipo de operação que criar o
+programa combinado a partir do fonte. Para libertar a coisa toda, basta
+continuar o trabalho até que tenhamos feito todo o trabalho.</p>
+
+<p>Portanto, insistimos que um programa seja livre em todos os níveis. Para que
+um programa seja qualificado como livre, todas as linhas do código-fonte que
+o compõem devem ser livres, para que você possa recompilar o programa apenas
+com código-fonte livre.</p>
+
+<p>Os objetos físicos, por outro lado, geralmente são construídos com
+componentes projetados e construídos em um tipo diferente de fábrica. Por
+exemplo, um computador é feito de chips, mas projetar (ou fabricar) chips é
+muito diferente de projetar (ou fabricar) o computador a partir de chips.</p>
+
+<p>Portanto, precisamos distinguir <em>níveis</em> no design de um produto
+digital (e talvez em outros tipos de produtos). O circuito que conecta os
+chips é de um nível; o design de cada chip é outro nível. Em um FPGA, a
+interconexão de células primitivas é um nível, enquanto as próprias células
+primitivas são outro nível. No futuro ideal, queremos que o design seja
+livre em todos os níveis. Nas circunstâncias atuais, apenas liberar um nível
+é um avanço significativo.</p>
+
+<p>No entanto, se um design em um nível combina peças livres e não livres – por
+exemplo, um circuito HDL “livre” que incorpora “núcleos flexíveis”
+privativos – devemos concluir que o projeto como um todo não é livre nesse
+nível. Da mesma forma, para “assistentes” ou “macros” não livres, se
+especificarem parte das interconexões de chips ou partes de chips conectadas
+de forma programática. As peças livres podem ser um passo em direção ao
+objetivo futuro de um design livre, mas alcançá-lo implica substituir as
+peças não livres. Eles nunca podem ser admissíveis no mundo livre.</p>
+
+<h3 id="licenses">Licenças e direitos autorais para designs de hardware livres</h3>
+
+<p>Você cria um design de hardware livre, lançando-o sob uma licença
+livre. Recomendamos o uso da Licença Pública Geral GNU, versão 3 ou
+posterior. Criamos a GPL versão 3 com esse objetivo.</p>
+
+<p>Copyleft em circuitos e formas de objetos não decorativas não chega tão
+longe quanto se pode supor. Os direitos autorais desses designs se aplicam
+apenas à maneira como o design é desenhado ou escrito. O copyleft é uma
+maneira de usar a lei de direitos autorais, portanto, seu efeito se aplica
+apenas até a lei de direitos autorais.</p>
+
+<p>Por exemplo, um circuito, como uma topologia, não pode ter direitos autorais
+(e, portanto, não pode ter copyleft). As definições dos circuitos escritos
+em HDL podem ter direitos autorais (e, portanto, com copyleft), mas o
+copyleft cobre apenas os detalhes de expressão do código HDL, não a
+topologia de circuito que ele gera. Da mesma forma, um desenho ou layout de
+um circuito pode ter direitos autorais, portanto pode ser copyleft, mas isso
+abrange apenas o desenho ou o layout, não a topologia do circuito. Qualquer
+pessoa pode desenhar legalmente a mesma topologia de circuito de uma maneira
+diferente ou escrever uma definição de HDL diferente que produz o mesmo
+circuito.</p>
+
+<p>Os direitos autorais não abrangem circuitos físicos; portanto, quando as
+pessoas constroem instâncias do circuito, a licença do design não afeta
+legalmente o que fazem com os dispositivos que construíram.</p>
+
+<p>Para desenhos de objetos e modelos de impressoras 3D, os direitos autorais
+não cobrem a criação de um desenho diferente da mesma forma de objeto
+puramente funcional. Também não cobre os objetos físicos funcionais criados
+a partir do desenho. No que diz respeito aos direitos autorais, todos são
+livres para criá-los e usá-los (e é uma liberdade que precisamos muito). Nos
+EUA, os direitos autorais não cobrem os aspectos funcionais descritos pelo
+design, mas <a
+href="http://www.copyright.gov/title17/92chap13.html#1301">abrange os
+aspectos decorativos</a>. Quando um objeto tem aspectos decorativos e
+funcionais, você entra em um terreno complicado <a href="#fn2">(*)</a>.</p>
+
+<p>Tudo isso também pode ser verdade no seu país ou não. Antes de produzir
+objetos comercialmente ou em quantidade, você deve consultar um advogado
+local. O copyright não é o único problema com o qual você precisa se
+preocupar. Você pode ser atacado por patentes, provavelmente por entidades
+que não têm nada a ver com a criação do design que está usando, e também
+pode haver outros problemas legais.</p>
+
+<p>Lembre-se de que as leis de direitos autorais e de patentes são totalmente
+diferentes. É um erro supor que eles tenham algo em comum. É por isso que o
+termo “<a href="/philosophy/not-ipr.html">propriedade intelectual</a>” é
+pura confusão e deve ser totalmente rejeitado.</p>
+
+<hr />
+
+<p id="fn2">* Um artigo do Public Knowledge fornece uma informação útil sobre essa <a
+href="https://www.publicknowledge.org/assets/uploads/documents/3_Steps_for_Licensing_Your_3D_Printed_Stuff.pdf">
+complexidade</a>, para os EUA, apesar de ele cair no erro comum de usar o
+conceito falso de “propriedade intelectual” e o termo propaganda “<a
+href="/philosophy/words-to-avoid.html#Protection">proteção</a>”.</p>
+
+<h3 id="promoting">Promovendo designs de hardware livres por meio de repositórios</h3>
+
+<p>A maneira mais eficaz de levar os designs de hardware publicados a serem
+livres é através de regras nos repositórios em que são publicados. Os
+operadores de repositório devem colocar a liberdade das pessoas que usarão
+os designs acima das preferências das pessoas que os fazem. Isso significa
+exigir que os designs de objetos úteis sejam livres, como condição para
+publicá-los.</p>
+
+<p>Para objetos decorativos, esse argumento não se aplica; portanto, não
+precisamos insistir que eles devem ser livres. No entanto, devemos insistir
+em que sejam compartilháveis. Portanto, um repositório que lide com modelos
+de objetos decorativos e funcionais deve ter uma política de licença
+apropriada para cada categoria.</p>
+
+<p>Para projetos digitais, sugiro que o repositório insista em GNU GPL v3 ou
+posterior, Apache 2.0 ou CC0. Para designs 3D funcionais, o repositório deve
+solicitar ao autor do design que escolha uma das quatro licenças: GNU GPL v3
+ou posterior, Apache 2.0, CC BY-SA, CC BY ou CC0. Para designs decorativos,
+deve sugerir o GNU GPL v3 ou posterior, Apache 2.0, CC0 ou qualquer uma das
+licenças CC.</p>
+
+<p>O repositório deve exigir que todos os designs sejam publicados como
+código-fonte, e o código-fonte em formatos secretos utilizáveis apenas por
+programas privativos de design não é realmente adequado. Para um modelo 3D,
+o <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/STL_%28file_format%29">formato
+STL</a> não é o formato preferido para alterar o design, não sendo um
+código-fonte. Portanto, o repositório não deve aceitá-lo, exceto talvez
+acompanhando o código-fonte real.</p>
+
+<p>Não há razão para escolher um formato único para o código-fonte dos designs
+de hardware, mas os formatos fonte que ainda não podem ser manipulados com
+software livre devem ser aceitos com relutância, na melhor das hipóteses.</p>
+
+<h3 id="warranties">Designs de hardware livre e garantias</h3>
+
+<p>Em geral, os autores de designs de hardware livres não têm obrigação moral
+de oferecer uma garantia àqueles que fabricam o design. Esse é um problema
+diferente da venda de hardware físico, que deve vir com uma garantia do
+vendedor e/ou do fabricante.</p>
+
+<h3 id="conclusion">Conclusão</h3>
+
+<p>Já temos licenças adequadas para tornar livres os nossos designs de
+hardware. O que precisamos é reconhecer como comunidade que é isso que
+devemos fazer e insistir em designs livres quando fabricamos objetos.</p>
+
+<div class="translators-notes">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't have notes.-->
+<b>Nota do tradutor</b>:
+<ol>
+<li>
+<a id="TransNote1" href="#TransNote1-rev" class="nounderline">&#8593;</a>
+Em inglês, o termo “free” de “free software” pode significar tanto liberdade
+quanto preço zero, sendo o termo “libre”, em substituição ou junto com
+“free”, usado para se referir inequivocamente ao sentido de liberdade. Em
+português, essa ambiguidade não ocorre, diferenciando-se com “livre” e
+“gratuito”.
+</li>
+</ol></div>
+</div>
+
+<!-- for id="content", starts in the include above -->
+<!--#include virtual="/server/footer.pt-br.html" -->
+<div id="footer">
+<div class="unprintable">
+
+<p>Envie perguntas em geral sobre a FSF e o GNU para <a
+href="mailto:gnu@gnu.org">&lt;gnu@gnu.org&gt;</a>. Também existem <a
+href="/contact/">outros meios de contatar</a> a FSF. Links quebrados e
+outras correções ou sugestões podem ser enviadas para <a
+href="mailto:webmasters@gnu.org">&lt;webmasters@gnu.org&gt;</a>.</p>
+
+<p>
+<!-- TRANSLATORS: Ignore the original text in this paragraph,
+ replace it with the translation of these two:
+
+ We work hard and do our best to provide accurate, good quality
+ translations. However, we are not exempt from imperfection.
+ Please send your comments and general suggestions in this regard
+ to <a href="mailto:web-translators@gnu.org">
+
+ &lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.</p>
+
+ <p>For information on coordinating and submitting translations of
+ our web pages, see <a
+ href="/server/standards/README.translations.html">Translations
+ README</a>. -->
+A equipe de traduções para o português brasileiro se esforça para oferecer
+traduções precisas e de boa qualidade, mas não estamos isentos de erros. Por
+favor, envie seus comentários e sugestões em geral sobre as traduções para
+<a
+href="mailto:web-translators@gnu.org">&lt;web-translators@gnu.org&gt;</a>.
+</p><p>Consulte o <a href="/server/standards/README.translations.html">Guia
+para as traduções</a> para mais informações sobre a coordenação e o envio de
+traduções das páginas deste site.</p>
+</div>
+
+<!-- Regarding copyright, in general, standalone pages (as opposed to
+ files generated as part of manuals) on the GNU web server should
+ be under CC BY-ND 4.0. Please do NOT change or remove this
+ without talking with the webmasters or licensing team first.
+ Please make sure the copyright date is consistent with the
+ document. For web pages, it is ok to list just the latest year the
+ document was modified, or published.
+
+ If you wish to list earlier years, that is ok too.
+ Either "2001, 2002, 2003" or "2001-2003" are ok for specifying
+ years, as long as each year in the range is in fact a copyrightable
+ year, i.e., a year in which the document was published (including
+ being publicly visible on the web or in a revision control system).
+
+ There is more detail about copyright years in the GNU Maintainers
+ Information document, www.gnu.org/prep/maintain. -->
+<p>Copyright &copy; 2015, 2016, 2018, 2019, 2021 Richard Stallman</p>
+
+<p>Esta página está licenciada sob uma licença <a rel="license"
+href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/deed.pt_BR">Creative
+Commons Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.</p>
+
+<!--#include virtual="/server/bottom-notes.pt-br.html" -->
+<div class="translators-credits">
+
+<!--TRANSLATORS: Use space (SPC) as msgstr if you don't want credits.-->
+Traduzido por: Rafael Fontenelle <a
+href="mailto:rafaelff@gnome.org">&lt;rafaelff@gnome.org&gt;</a>, 2021.</div>
+
+<p class="unprintable"><!-- timestamp start -->
+Última atualização:
+
+$Date: 2022/01/01 17:34:45 $
+
+<!-- timestamp end -->
+</p>
+</div>
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+<!-- for class="inner", starts in the banner include -->
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+</html>